A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) manifestou, em comunicado, a sua preocupação e discordância com a aplicação de dois euros de taxa turística na Ilha do Porto Santo. A taxa entra em vigor a 1 de fevereiro e será cobrada o ano todo.
A AHP considera esta medida “desajustada”, “desadequada” e ter sido tomada “sem a devida precaução”.
Em comunicado, a associação refere que a aplicação desta taxa, sem uma estratégia clara de aplicação e utilização, poderá “afetar negativamente” a atratividade do Porto Santo, um destino que já enfrenta desafios significativos, como a conectividade aérea e a sua elevada sazonalidade.
Desta forma, e por ser um destino de sol e mar, “é profundamente errado aplicar a taxa fora da época alta no Porto Santo”.
“Acresce que os hoteleiros têm vindo a alertar para a necessidade de um modelo de governança, relativamente a esta receita adicional das Câmaras e cobrada aos turistas pela hotelaria, que seja participativo e transparente, onde as decisões sejam tomadas com base em dados concretos e em concertação com os principais stakeholders”, lê-se no comunicado.
A esse propósito, a AHP reitera a proposta de boa gestão que tem “repetidamente” feito a todos os municípios: a criação de um fundo ao qual sejam consignadas as receitas recolhidas da taxa, a existir, e que seja gerido por uma comissão onde a hotelaria participe, que cobram esse tributo.
Só este modelo, reforça a associação, permite “garantir a correta gestão” das receitas e que as mesmas sejam devidas e integralmente investidas no setor, aplicadas no reforço da competitividade do destino e na sustentabilidade do setor, e não sirvam às despesas correntes das Câmaras Municipais.
A par disto, dá como áreas prioritárias para esse reinvestimento a promoção do destino, a melhoria de infraestruturas, a distribuição do turismo no território, o fortalecimento da relação com a comunidade e o compromisso com a sustentabilidade ambiental e social.