A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) defendeu esta quarta-feira, dia 29, “muita prudência” e “moderação” na eventual subida das taxas de juro, alertando que a pandemia “deixou milhares de empresas totalmente descapitalizadas”.
“A AHRESP, que representa os setores mais impactados pela crise pandémica, considera que uma subida das taxas de juro e o aumento do custo do financiamento bancário dificulta não só o investimento das empresas, mas também a criação de emprego e o consumo dos particulares, com o risco acrescido de culminar numa eventual recessão económica”, sustenta a associação em comunicado.
“Será, por isso, necessário atuar com muita prudência, uma vez que as economias europeias ainda estão a recuperar de uma crise originada pela pandemia da covid-19 e que deixou milhares de empresas totalmente descapitalizadas”, acrescenta.
A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou na terça-feira que o BCE irá tão longe quanto for necessário para garantir que a inflação estabilize na meta de 2% no médio prazo.
No discurso de abertura do fórum anual do BCE, que reúne banqueiros centrais, economistas e intervenientes do mercado em Sintra, Christine Lagarde afirmou: “Continuaremos nesse caminho de normalização e iremos tão longe quanto for necessário para garantir que a inflação estabilize na nossa meta de 2% no médio prazo”.
A presidente do BCE admitiu ainda que a inflação na zona euro “está indesejavelmente alta”, prevendo “que continue assim durante algum tempo”, e disse que a instituição não hesitará em subir as taxas de juro ainda mais rápido do que o previsto se este cenário persistir.
“Este é um grande desafio para a nossa política monetária”, considerou.