Na sequência do apagão elétrico que afetou várias zonas do país no dia 28 de abril, a AHRESP – Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal – uniu esforços com a ASAE para delinear um conjunto de recomendações práticas que ajudem os operadores dos setores da restauração e do alojamento turístico a garantir a segurança alimentar dos seus produtos.
Com a falha no fornecimento de energia a comprometer o funcionamento de equipamentos de frio em muitos estabelecimentos, esta iniciativa visa minimizar riscos para a saúde pública, assegurando uma gestão correta dos alimentos perecíveis afetados pela interrupção da cadeia de frio.
O guia agora disponibilizado inclui instruções claras sobre conservação, avaliação e descarte de produtos, com critérios objetivos baseados em temperatura, tempo e sinais visuais ou olfativos de deterioração.
Recomendações principais para situações de falha de energia
Entre as orientações emitidas pela AHRESP e pela ASAE, destacam-se os seguintes pontos:
- Frigoríficos (frio positivo): Devem ser mantidos fechados durante a falha de energia. Conservam a temperatura interna por cerca de 4 horas. Se, após esse tempo, a temperatura ultrapassar os 4 °C por mais de 2 horas, alimentos como carnes, peixes, laticínios e refeições prontas devem ser cuidadosamente avaliados e, em caso de dúvida, descartados.
- Congeladores (frio negativo): Se estiverem cheios, isolados e com boa vedação, conseguem manter a temperatura por até 48 horas (24 horas se estiverem apenas meio cheios). Produtos que se mantiverem abaixo de -15 °C ou ainda parcialmente congelados podem ser aproveitados com precaução, desde que não apresentem sinais de degradação.
- Não recongelar alimentos descongelados: Produtos totalmente ou parcialmente descongelados não devem voltar a ser congelados. Devem ser usados rapidamente, se estiverem em boas condições. Caso contrário, devem ser eliminados.
- Boas práticas adicionais:
- Registar a duração da falha de energia;
- Utilizar termómetros para verificar temperaturas internas;
- Separar alimentos por tipo para facilitar a triagem;
- Ter reservas de gelo reutilizável para situações de emergência.
A AHRESP reforça que “a regra de ouro é: na dúvida, descartar”, colocando sempre a segurança do consumidor como prioridade máxima.
Além das orientações técnicas, a associação apela à tranquilidade e responsabilidade do setor. “As empresas dos nossos setores têm um histórico de grande compromisso com a qualidade e segurança. A situação está a ser acompanhada com profissionalismo e sem alarmismo”, sublinha Ana Jacinto, secretária-geral da AHRESP.