A Air France-KLM registou um prejuízo de 337 milhões de euros no primeiro trimestre, uma melhoria face ao período homólogo, numa tendência positiva que sugere uma forte recuperação da atividade e perspetivas positivas para o verão.
Num comunicado divulgado na passada sexta-feira, dia 5, o grupo franco-holandês avança que o resultado operacional voltou a ser negativo, em 306 milhões de euros, mas melhorou 17,3% face ao primeiro trimestre de 2022, período em que tinha beneficiado de um contributo extraordinário de 210 milhões de euros no âmbito de medidas de apoio ao emprego.
De janeiro a março, a faturação do grupo de aviação aumentou 42% em termos absolutos (40,6% em dados comparáveis), para 6.329 milhões de euros, sobretudo devido ao aumento da capacidade e da taxa de ocupação (‘load factor’).
No período, as diferentes marcas da Air France-KLM transportaram um total de 19,7 milhões de passageiros, mais 35,3% do que nos primeiros três meses do ano passado.
Tendo em conta que a capacidade total aumentou 19,8%, a taxa de ocupação dos aviões subiu 11,8 pontos percentuais, para 86,1%.
No comunicado, a Air France-KLM diz já se ter libertado dos instrumentos de ajuda pública que recebeu dos Estados francês e holandês para fazer face à crise da covid-19 e pretender restabelecer o seu balanço com iniciativas de financiamento.
Neste contexto, anunciou o início de negociações exclusivas com o fundo de investimento americano Apollo Global Management, com vista a um possível financiamento de 500 milhões de euros a uma subsidiária da Air France a constituir para atividades de engenharia e manutenção.
Caso esta operação venha a concretizar-se, essas verbas serão contabilizadas como fundos próprios, assegurando a Air France-KLM que a nova estrutura não implicaria qualquer alteração do ponto de vista operacional ou social, não tendo, assim, qualquer impacto nos contratos de trabalho dos funcionários que desenvolvessem atividade naquela subsidiária.
Para o resto do ano, as perspetivas da Air France-KLM apontam para que a oferta do grupo represente 95% dos níveis de 2019, antes da crise pandémica.
Por trimestres, o grupo prevê que a oferta seja de 90-95% entre abril a junho, 95% de julho a setembro e acima dessa percentagem nos últimos três meses do ano.
A companhia ‘low cost’ Transavia será, em termos relativos, a que mais contribuirá para esta recuperação da oferta, ao atingir, no conjunto do ano, cerca de 135% dos níveis de 2019 (período pré-pandemia).