A Associação de Sócios Gerentes das Agências de Viagens e Turismo (ASGAVT) diz que o setor das agências está “abandonado à sua sorte” e que “tem sido sempre tratado ao longo do tempo como o parente pobre do turismo”, considerando “inadmissível a redução dos apoios às agências de viagens, especialmente por parte do Turismo de Portugal”.
Numa nota à imprensa, a ASGAVT não poupa críticas à tutela: “Sendo a entidade supervisora do setor deveria nesta fase, mais do que nunca, criar apoios efetivos e assertivos ao setor e não retira-los como está a proceder neste momento, com o desaparecimento das majorações nos financiamentos atribuídos, e a não criação da 6ª fase no apoio a tesouraria.”
“Nunca existiu uma efetiva defesa dos seus interesses junto das entidades competentes”, escreve a associação. “Nesta altura de extrema dificuldade em que vemos os restantes países da EU, como Espanha e Alemanha alargar os apoios a este setor e o nosso governo, o Turismo de Portugal e Secretaria de Estado do Turismo a reduzirem os apoios e a não terem qualquer consideração pelo setor”, acrescenta.
“Continuamos a ser resilientes, continuamos a lutar todos os dias pelos postos de trabalho que não queremos que sejam extintos”, sublinha a associação.
A ASGAVT defende ainda que a Secretaria de Estado do Turismo, “pela importância que o nosso setor representa, já deveria ser um Ministério” e explica o porquê: “Sem peso nem força junto do Ministério da Economia e das Finanças, cuja única preocupação é focada na hotelaria, restauração e similares e que apesar de muitas promessas durante todo este tempo não foi capaz de criar uma medida específica para o setor das agências de viagens!”.
A associação aponta ainda o dedo ao Banco de Fomento, por anunciar linhas, “mas tardar em divulgar as condições de acesso”. “A tutela esta constantemente a efetuar correções e alterações, impedindo que as mesmas serem operacionalizadas, e o acesso às mesmas delineadas só para alguns e exclui na maioria das vezes as microempresas que são 90% da força produtiva em Portugal.”
A associação relembra que o setor foi o responsável “pelo repatriamento de todos os cidadãos que se encontravam fora do país quando da declaração de Pandemia, que originou voos cancelados e fronteiras fechadas” e questiona: “Imaginem o que seria o setor sem as agências de viagens. E nós, não contamos? Gastamos milhares de milhões de Euros com empresas consideradas de importância estratégica para o País e nós? Que lugar ocupamos Qual a nossa importância para o país”. “Até à data fomos invisíveis”, remata a ASGAVT.
“Somos o único setor em Portugal que tem um fundo de garantia solidário (valor esse depositado no Turismo de Portugal) para que nunca nenhum cliente de uma agência de viagens tenha alguma vez um prejuízo financeiro por serviços não cumpridos, devemos ter uma atenção especial por parte da tutela”, defende a associação.