Apesar de considerar que os certificados de vacinação são uma solução indicada para a retoma da atividade turística, o virologista Pedro Simas acredita que o seu uso não vai durar muito tempo, nem será para sempre.
“Faz sentido ter um boletim de vacinas em que a pessoa está vacinada contra determinados agentes infeciosos, mas para este vírus não vai acontecer, porque nunca aconteceu. Não precisamos de um certificado para a Gripe, para os outros coronavírus e vírus respiratórios. Para já, nesta fase é importante”, considerou. Pedro Simas participou esta tarde numa conversa com o presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, com transmissão online.
O virologista não vê questões éticas e discriminatórias na obrigatoriedade de apresentar um certificado de vacinação para se retomar as viagens. “Concordo que a indústria do turismo e os países tenham esta iniciativa e, do ponto de vista científico, faz sentido, para anteciparmos a retoma do turismo, dos congressos e das viagens de trabalho. Nesse sentido é bom e não subscrevo questões éticas e discriminatórias, é o que é. Já usamos boletins de vacinas no passado e isto é feito para o bem comum”.
Para o virologista, “vamos voltar à normalidade” e “inequivocamente a vacina é a solução”. “Se tudo correr como planeado em termos da eficácia da vacina na proteção da vida humana, acho que, findada a primeira fase do plano nacional de vacinação, vai ser tudo diferente. Se vai ser neste timing ou não, não sei. Há a probabilidade de que, em maio ou junho, a nossa vida já esteja mais na normalidade, e isso aplica-se a todas as atividades. Se tudo correr bem, acho que há uma grande probabilidade de o verão ser melhor”. Não é a primeira vez que o virologista aponta o verão de 2021 com um momento de retorno à normalidade. Para Pedro Simas é importante dar estes estímulos à população: “As pessoas também precisam de ver a luz ao fundo do túnel, e precisam de ser estimuladas”.