Entrevistámos Pawel Niewiadomski, presidente da Associação Europeia de Agentes de Viagens e Operadores Turísticos (ECTAA), no congresso da APAVT, sobre as expetativas que as agências de viagens podem ter no período pós-pandemia e a forma como a Comissão Europeia olha para o papel das agências de viagens.
“Na verdade, a pandemia foi uma altura muito má para as agências de viagens e para o setor das operação turística, tanto na União Europeia, como a nível mundial. No entanto, acho que fora essa crise podemos encontrar alguns aspetos positivos. O primeiro é que as agências de viagens vão ter mais poder cara a cara com os clientes, no sentido em que os consumidores vão querer viajar mais do que costumavam e vão preferir comprar através agentes de viagens, tendo em conta as restrições que existem, as mudanças de restrições constantes e também a opinião dos agentes de viagens. Atualmente, a nível europeu estamos a tentar harmonizar estas restrições de viagens, porque, infelizmente, com esta variante os governos agem de forma diferente dentro da União Europeia. Isto foi o que fizemos nos últimos 18 ou 20 meses, temos tentado encontrar uma solução com o certificado de vacinação da UE onde temos agora de analisar como harmonizar todo estas restrições, para que todas as pessoas saibam que as restrições são iguais em qualquer país da UE. Estamos a tentar, e acho que estamos a conseguir, que os governos mudem de atitude”.
Pawel Niewiadomski falou ainda sobre a implementação de novas diretivas de viagens para os operadores turísticos, lembrando que existe uma iniciativa da Comissão Europeia para rever a diretiva europeia das viagens. O presidente da ECTAA afirmou ainda que ser agente de viagens “é um trabalho bastante difícil porque, geralmente, a Comissão Europeia olha para os problemas com a perspetiva dos consumidores e não dos empresas”.