Com cerca de 10 navios, dum total de 18 navios, a navegar no verão de 2021 na Europa, a MSC Cruzeiros continua empenhada em, juntamente com as autoridades, retomar igualmente as suas operações nas mais variadas regiões onde tradicionalmente opera. Eduardo Cabrita, diretor geral da MSC Cruzeiros Portugal, é desde o passado mês de fevereiro Acting Chairman Cruise Lines International Association (CLIA) em Portugal, e também ele tem trabalhado com as autoridades portuguesas na retoma das operações dos cruzeiros em Portugal. Em entrevista ao TNews, explica como surgiu este convite e quais as expetativas da MSC Cruzeiros para o mercado português este ano.
A MSC Cruzeiros mantém os itinerários para o verão de 2021 confirmados para o Mediterrâneo e para o Norte da Europa. Qual será a oferta da companhia este verão nestes destinos?
A MSC Cruzeiros tornou-se em Agosto de 2020 a primeira grande companhia de cruzeiros do mundo a navegar a nível internacional com base num protocolo de Saúde e Segurança abrangente, forte e rigoroso aprovado por inúmeras autoridades nacionais e regionais na Europa após a suspensão temporária da indústria a nível global, em Março de 2020, como resultado da pandemia provocado pela COVID 19. Desde essa altura, a MSC Cruzeiros transportou já em segurança, até à data, mais de 60.000 passageiros, principalmente a bordo do MSC Grandiosa, que foi o primeiro navio da companhia a regressar às operações no Verão passado.
Isto foi possível e alcançado, após a aprovação por parte das autoridades competentes em Itália, Malta e na Grécia, de um novo e rigoroso protocolo de Saúde e Segurança líder da indústria, e que foi criado para proteger o bem-estar de todos os hóspedes, tripulantes e comunidades que o navio visita e onde faz escala.
O protocolo da MSC Cruzeiros tem como base e assenta em nove pilares essenciais, muitos dos quais foram já inclusive adoptados por outras companhias de cruzeiros, pela CLIA – a Associação das Companhias de Cruzeiros Mundial – bem como por companhias aéreas e aeroportos internacionais.
Durante esta crise trabalhámos da melhor maneira possível para proteger a saúde e segurança dos nossos passageiros e tripulantes, como resposta a esta dinâmica e desafiante situação. Para além disso, a MSC Cruzeiros elaborou várias estratégias, com o planeamento de vários itinerários e opções mediante a abertura das fronteiras marítimas dos diversos países, à medida que os governos o vão permitindo.
Neste momento temos previstos cerca de 10 navios, dum total de 18 navios, a navegar no verão de 2021 na Europa, que no setor dos cruzeiros abrange até sensivelmente ao mês de novembro. Encontram-se já três navios a navegar, o MSC Grandiosa e MSC Seaside no Mediterrâneo Ocidental e o MSC Virtuosa no Reino Unido, e prevemos a partir de Junho colocar mais navios a navegar no Mediterrâneo Oriental e Norte da Europa e inclusive adicionar mais portos aos itinerários já existentes, à medida que as autoridades vão permitindo que isso se torne possível.
Além do continente Europeu, a MSC Cruzeiros continua a envolver-se ativamente com as autoridades relevantes noutras regiões do mundo, para retomar igualmente as suas operações nas mais variadas regiões onde tradicionalmente opera, com base no seu já comprovado e eficaz protocolo de Saúde e Segurança líder na indústria.
De setembro a novembro, os portugueses vão ter a possibilidade de embarcar em Lisboa, a bordo do MSC Virtuosa. Mantém-se esse itinerário? Com que datas de saída?
À data de hoje, a nossa operação com embarque e desembarque em Lisboa está confirmada. Entre setembro e novembro, os viajantes que quiserem marcar umas férias inesquecíveis com saída e chegada a Lisboa têm disponíveis 5 cruzeiros a bordo do MSC Virtuosa, o novo navio da companhia entregue este ano e que proporcionará pela primeira vez aos portugueses a possibilidade de embarcar em Lisboa a bordo de um navio da classe Meraviglia. O MSC Virtuosa está a navegar desde 20 de Maio a realizar cruzeiros no Reino Unido e fará o seu posicionamento até ao Mediterrâneo em Setembro para servir o mercado português entre setembro e novembro.
Os itinerários e as datas mantém-se também as inicialmente previstos. Os cruzeiros de 9 noites possibilitarão o embarque dos portugueses nos dias 18 e 27 de setembro, 6 e 15 de outubro e vão explorar o Mediterrâneo Ocidental com escala em Barcelona, Marselha, Génova, Málaga, Casablanca, antes do regressar a Lisboa. O cruzeiro de 10 noites com partida a 24 de outubro também não tem alteração à data de hoje e vai proporcionar aos portugueses a possibilidade de conhecer a cidade de Alicante, além das escalas acima referidas.
À data de hoje, a nossa operação com embarque e desembarque em Lisboa está confirmada.
Lisboa já pode voltar a ter cruzeiros desde o passado dia 17 de maio, seria possível colocar algum embarque a partir de Lisboa antes de setembro?
É importante referir que os cruzeiros portugueses com embarque e desembarque em Lisboa e no Funchal estão já a ser comercializados há mais de um ano e meio, e à semelhança dos anos anteriores esta operação foi pensada para os meses de setembro, outubro e novembro, mesmo no período pré-pandemia. Antes da suspensão do setor devido à pandemia, os itinerários estavam já a ser pensados e criados há cerca de dois anos. À medida que situação pandémica foi evoluindo, foram sendo criadas várias opções de itinerários nos diversos destinos para que pudessem ser activadas logo que as autoridade locais permitissem recomeçar a navegar. No entanto, a MSC está em constante análise de todas as possibilidades e oportunidades e atenta à evolução da situação nos diversos países e destinos caso seja possível alguma adaptação.
Neste momento, temos um plano delineado para o verão 2021 para os diversos destinos onde normalmente operamos, não só na Europa mas também noutros destinos do mundo, e há medida que os governos vão permitindo a abertura das fronteiras vamos ajustando os itinerários adicionando portos de escala às viagens já previstas, enriquecendo os itinerários e proporcionando aos clientes mais opções de férias.
E na Madeira, mantêm o embarque e desembarque no Funchal, designadamente a bordo do navio MSC Splendida, com partidas nos dias 10 e 21 de Outubro e 1 e 12 de Novembro?
À semelhança da operação em Lisboa, também para os madeirenses que preferirem embarcar e desembarcar na Madeira, estão confirmados os embarques e desembarques no Funchal a bordo do MSC Splendida, em outubro e novembro de 2021, sem alteração de data e itinerário. Os 4 cruzeiros de 11 noites, com partidas do Funchal a 10 e 21 de outubro, e a 1 e 12 de Novembro, realizarão escalas em Málaga, Civitavecchia (Roma), Génova, Marselha, Barcelona, Casablanca e Santa Cruz de Tenerife, nas Ilhas Canárias, antes de regressarem novamente ao Funchal.
Gostaria apenas de destacar que os muitos hóspedes que preferem embarcar ‘à porta de casa’ sem necessidade de voos, têm ainda disponível a Promoção 2º Passageiro Grátis para todos os cruzeiros portugueses, com embarque em Lisboa e no Funchal, bem como para os cruzeiros do verão 2021 no Mediterrâneo e Norte da Europa.
Quais as vossas estimativas de venda no mercado português para o verão? Quais os itinerários que julgam que irão ter maior procura?
Temos muitas reservas de portugueses, e inclusive temos portugueses que já viajaram, desde agosto 2020 aquando do recomeço das operações, no MSC Grandiosa e no MSC Seaside, que começou a navegar no dia 1 de maio, e o feedback foi mesmo bastante positivo. À medida que foram surgindo notícias positivas sobre a evolução das vacina notámos sempre uma maior remarcação de férias e aliado às boas noticias, conseguimos provar que o setor dos cruzeiros é dos mais seguros, uma vez que criámos a denominada “bolha social”, que proporciona aos hóspedes a total confiança para desfrutarem de um cruzeiro de férias tranquilo e inesquecível.
Para os itinerários já confirmados para o Verão 2021, verificamos muita procura pelo Mediterrâneo Ocidental e Oriental e Norte da Europa, embora naturalmente os cruzeiros portugueses, com saída e chegada a Lisboa e ao Funchal em setembro, outubro e novembro, tenham uma procura muito elevada devido à possibilidade de embarcar à porta de casa. Este ano, uma vez que as suas datas de partida coincidem mais ou menos com o processo de vacinação e de desconfinamento da população, é natural que se faça sentir um aumento da procura e das vendas nestes cruzeiros, mas essencialmente por serem cruzeiros à porta de casa, onde não existe necessidade de voos.
Além da Europa, onde já navegamos, queremos colocar os navios em todas as regiões onde normalmente operamos no momento certo, quando as condições permitirem e com a aprovação das autoridades de saúde locais. Acreditamos que quanto mais rápidos os destinos abrirem as suas fronteiras, mais depressa o sector voltará aos números pré-pandemia.
À medida que foram surgindo notícias positivas sobre a evolução das vacina notámos sempre uma maior remarcação de férias e aliado às boas noticias
Porquê que os portugueses devem optar por férias em cruzeiros este ano?
O nosso protocolo de Saúde e Segurança líder na indústria veio demonstrar que os cruzeiros são uma das opções de férias mais seguras na situação actual, graças à nossa capacidade de testagem que torna nossos cruzeiros em verdadeiras bolhas seguras, impossíveis de criar em qualquer outro lugar.
Neste momento o que encontramos num navio de cruzeiro é entretenimento, boa gastronomia, uma vasta escolha de coisas para fazer e a possibilidade de visitar belíssimas atrações em terra numa “bolha social”, mas tudo de uma forma segura, bem gerida e protetora. As medidas de saúde e segurança cobrem todos os aspectos da experiência do hóspede, incluindo o teste COVID-19 antes do embarque e durante o cruzeiro, a descoberta de destinos com excursões em terra protegidas, higienização reforçada dos navios e melhores práticas em higiene pessoal, distanciamento social através de uma redução da capacidade e da gestão do fluxo de hóspedes, a utilização de máscaras em áreas públicas, a ventilação do navio com ar 100% fresco, tudo isto com o apoio de uma equipa altamente treinada para colocar as medidas em prática.
A introdução do nosso novo protocolo operacional concedeu às autoridades – como deu, obviamente, a nós, aos nossos hóspedes e tripulação, bem como aos destinos que visitámos até agora desde que recomeçámos as operações em Agosto de 2020 – um nível de confiança que um protocolo forte e rigoroso, se aplicado de uma forma precisa, pode disponibilizar, garantindo o nível de segurança que todos desejam para umas férias em cruzeiro descontraídas. Os hóspedes foram muito estimulados pela implementação do nosso protocolo e começaram a existir indicadores de uma maior disposição em considerar um recomeço de férias em cruzeiros que estarão livres de vírus e onde todos a bordo foram testados. Fundamentalmente, sentiram-se seguros.
Além disso, iniciamos recentemente um programa de vacinação contra a COVID-19 em toda a frota, para todos os membros da tripulação. Isto torna-se numa componente adicional e fundamental do protocolo de Saúde e Segurança, demonstra ainda mais o nosso compromisso para com o bem-estar dos tripulantes, dos nossos hóspedes e das comunidades que nossa frota de navios visitará nos próximos meses.
Resumindo, a MSC Cruzeiros está a proporcionar aos hóspedes férias seguras e tranquilas ao criar uma bolha de segurança onde os passageiros fundamentalmente se sentem seguros a bordo dos navios, através da implementação de um protocolo de saúde e segurança líder no sector.
Como consideram que será o comportamento de reserva dos clientes? E que fatores podem pesar nas reservas dos clientes? Fatores de segurança? Flexibilidade nas reservas? Políticas de cancelamento mais flexíveis?
Em março de 2020, com o início da pandemia mundial, o setor suspendeu globalmente as operações de uma forma proactiva. Desde essa altura só existiam cerca de 4 navios a navegar, de 350 existentes em todo o mundo. Neste momento a indústria dos cruzeiros está a recuperar progressivamente em estreita colaboração entre as autoridades e os países onde vai sendo possível operar. O nosso objetivo é retomar todos os navios da nossa frota de regresso ao mar num processo faseado, navio a navio.
É natural que, ao contrário da tendência do setor dos cruzeiros, em que as reservas costumam ser marcadas com grande antecipação, neste momento estão a ser feitas num período muito mais próximo daquele em que realmente os passageiros querem realizar a viagem, devido às incertezas naturais da situação em que nos encontramos, seja na diminuição das restrições das viagens internacionais, como nos cancelamentos que ainda vão acontecendo devido à pandemia.
Graças às nossas políticas de cancelamento flexíveis, ao nosso protocolo de segurança líder na indústria, temos notado muitas agências de viagens a remarcar as viagens dos seus clientes para 2021 e já bastantes para 2022 também. Embora o ano de 2021 seja entendido como um ano de transição, acreditamos que será um ano muito simpático em termos de vendas para nós, especialmente para o verão do sector, e acredito que 2022 será um dos melhores anos de sempre para os cruzeiros.
O nosso objetivo é retomar todos os navios da nossa frota de regresso ao mar num processo faseado, navio a navio.
Como foi a gestão dos vouchers com as agências de viagens?
A MSC Cruzeiros é uma companhia que sempre teve como prioridade número um a segurança dos seus passageiros e tripulação, pelo que sempre fomos além dos padrões exigidos pelas autoridades e organizações em todos os tipos de procedimentos, incluindo a colaborar com os nossos clientes e parceiros agentes de viagens a compensar e a reagendar os cruzeiros conforme apropriado.
Neste sentido, desenvolvemos desde o inicio da suspensão das operações uma política de vouchers e flexibilização criada e adaptada de modo a garantir a maior confiança e flexibilidade possível, permitindo alterar a data de partida da viagem de forma gratuita até 15 dias antes do cruzeiro.
Temos consciência que este é um momento difícil para o setor e para os nossos parceiros agentes de viagens, pelo que temos feito várias ações para os manter informados de todos as nossas novas políticas existentes, para que possam ajudar os clientes da melhor maneira possível. No que respeita às compensações, estamos a ir mais além do que o normal da lei existente e a atribuir um crédito a bordo no futuro cruzeiro remarcado para o hóspede, bem como uma comissão extra de 5% para o agente de viagens nessa remarcação do cruzeiro, proporcionando-lhes assim a oportunidade de transferir o valor total pago pelo cruzeiro cancelado para um cruzeiro futuro à sua escolha.
Os hóspedes têm a possibilidade de resgatar o voucher junto do seu agente de viagens e de reagendar o seu cruzeiro para quando lhes for possível. Além disso, receberão um crédito a bordo adicional entre €100 e €400 por camarote, dependendo da duração do cruzeiro original. O objectivo é que o cliente se sinta seguro e que sinta que é possível o seu sonho de férias tornar-se realidade, mas que o faça no momento que considerar o melhor e mais apropriado
No que respeita às compensações, estamos a ir mais além do que o normal da lei existente e a atribuir um crédito a bordo no futuro cruzeiro remarcado para o hóspede, bem como uma comissão extra de 5% para o agente de viagens nessa remarcação do cruzeiro
Assumiu as funções de Acting Chairman CLIA Portugal. Em que consiste este cargo e qual a missão?
A CLIA Europa, através do seu Diretor-Geral Ukko Metsola e do Director Nacional de Espanha Alfredo Serrano, convidou-me no início de Fevereiro de 2021, para darem inicio às atividades em Portugal. Este convite veio em virtude de eu ter sido o pivot principal no processo de atracação e repatriamento dos passageiros e tripulação do MSC Fantasia em Lisboa, entre março e maio de 2020, com o Governo Português, as autoridades competentes, os vários ministérios e várias embaixadas.
A CLIA, até ao momento, tem estado concentrada especialmente nos mercados emissores de maior dimensão na Europa, mas agora, e especialmente devido à pandemia e à suspensão das operações das companhias de cruzeiro, houve uma decisão estratégica de começar o desenvolvimento da CLIA em mais países europeus, incluindo Portugal. As grandes linhas atuais orientadoras da CLIA são, neste momento, o devido relacionamento com o Governo Português e os Governos Regionais, assim como os stakeholders da indústria em Portugal, de forma a recomeçar as operações e itinerários com a maior brevidade possível com a maior segurança atendendo aos constrangimentos existentes.
Estando envolvido com os vários ministérios e governos regionais da Madeira e Açores, para o recomeço das operações dos cruzeiros em Portugal, o que pode adiantar sobre estas reaberturas?
Desde Fevereiro, que o envolvimento da CLIA tem sido intenso com o Governo Português e os Governos Regionais. A Madeira, também por ter autonomia, por ter perdido uma grande fonte de turismo devido à suspensão e de querer voltar integrar os itinerários das Canárias, foi a primeira a dar os primeiros grandes passos e ter um protocolo de segurança de recomeço do sector. O governo Continente e dos Açores estão a rever os seus protocolos e deverão estar a ser ativados. Para todos os efeitos, Portugal abriu as fronteiras marítimas a 17 maio e é “permitido o embarque, desembarque e licenças para terra de passageiros e tripulações dos navios de cruzeiro em portos localizados em território nacional continental, com exceção de passageiros cuja origem ou destino sejam países para os quais só se admite a realização de viagens essenciais”. Desta forma “para os passageiros poderem beneficiar desta medida, é necessária a apresentação de comprovativo de realização de teste molecular por RT-PCR, para despiste da infeção por SARS-COV-2 com resultado negativo, realizado nas 72 horas anteriores à hora do embarque ou desembarque, conforme o caso. A exigência de comprovativo não é aplicável a crianças com menos de 24 meses de idade”. Agora, estamos todos a trabalhar para que os cruzeiros internacionais sejam muito rapidamente uma realidade.