O Dolinas Climbing Hotel, em Porto de Mós, foi oficialmente inaugurado no passado dia 1 de outubro, após um investimento de 20 milhões de euros. Depois de um verão em soft opening, o hotel de quatro estrelas abre oficialmente as suas portas com um conceito inovador, que envolve a escalada.
No âmbito desta nova aposta, conversámos com Cidália Patrício, diretora-geral do Dolinas Climbing Hotel, para explorar a sua visão e os objetivos desta nova marca.
Localizado na Avenida de São Pedro, o Dolinas Climbing Hotel oferece 93 quartos divididos por quatro tipologias: quarto duplo, quarto twin, suite júnior e suite mezanino, com dois pisos. “Há também quartos temáticos em que o pé direito é muito mais alto, com uma decoração inspirada no tema da escalada”, acrescentou Cidália Patrício.
Dotado de uma vista panorâmica, a unidade apresenta uma área 360º relax, de onde é possível ter uma visão “quase circular” dos jardins da vila e do Castelo de Porto de Mós. Do lado aposto, é possível desfrutar de vistas para as encostas da serra e para a zona mais baixa da vila.
Junta-se à oferta uma piscina aquecida com tratamento a sal, zona wellness, ginásio e uma área dedicada ao desporto, especificamente à prática de escalada, o Climbing Center. A zona wellness é composta por piscina, sauna e banho turco. Futuramente, planeiam apostar em tratamentos mais vocacionados para o desporto, como a fisioterapia, massagens de recuperação e de ativação muscular.
Relativamente ao restaurante SOLO 24.80, Cidália Patrício revelou que o principal objetivo “é fazer com que as pessoas sintam que esta terra é tão importante e nossa como é dos habitantes locais”.
“Quando pensámos em criar o conceito e a marca ‘SOLO 24.80’, queríamos que fosse algo fácil de dizer noutras línguas e que não perdesse o significado quando traduzido. Solo é terra e é da terra que vem a maior parte destes ingredientes, e 24.80 é o código postal da região, que é a principal fornecedora do restaurante”, explicou. A partir do restaurante, é possível ter uma vista panorâmica do Castelo de Porto de Mós.
Existe também a possibilidade de realizar vários eventos no restaurante, nomeadamente jantares de gala, almoços, palestras e workshops.
O elemento diferenciador do Dolinas Climbing Hotel é o seu centro de escalada, que está aberto a hóspedes e não hóspedes. “É um espaço que foi, sobretudo, um desafio enorme de engenharia, porque isto era um projeto pequeno de três andares acima do solo e, neste momento, temos seis.” Segundo Cidália Patrício, o objetivo era fazer um hotel com um conceito único que incorporasse o elemento Terra.
No Climbing Center, há atividades para todos os níveis, desde iniciantes a profissionais, bem como um espaço totalmente dedicado aos mais novos, que inclui escorregas.
“Há aqui uma necessidade de trabalhar o destino”
Questionada sobre como estão a correr as reservas desde a abertura do hotel, Cidália Patrício afirmou que estão a notar uma maior procura aos fins-de-semanas do que durante a semana. “Dentro das expectativas, tendo em conta a localização, tem sido uma resposta interessante. Há aqui um trabalho para percorrer e, em termos institucionais, há a necessidade de trabalhar o destino. É importante que as entidades locais, regionais e nacionais tenham esta aposta em termos estratégicos na criação de um destino, porque não é um hotel que faz o destino.”
A diretora-geral do Dolinas Climbing Center salientou que Porto de Mós não é um destino de massas, mas sim um destino de experiências. “Uma das dificuldades que temos é a região onde estamos inseridos, que é o Centro de Portugal. A região centro vai desde o Norte de Lisboa ao Sul do Porto, e a dificuldade é esta, estamos inseridos numa região muito vasta a nível de gastronomia, território, experiências e oferta. Isto cria-nos uma dificuldade a nível institucional de comunicar”.
Cidália Patrício referiu que, inicialmente, o projeto estava estimado em 10 milhões de euros, mas que, devido à pandemia e à guerra, houve um “escalar de preços brutal” a nível de materiais, o que fez com que o investimento alcançasse a margem dos 20 milhões de euros. “Creio que as entidades deveriam olhar para este projeto de uma forma diferente, porque nem todo o investidor, perante uma duplicação de valor, continuaria o projeto.”
A história deste hotel remonta ao Euro 2004, quando a ideia era receber os hóspedes durante esta época. No entanto, os investidores abandonaram o projeto, ficando o hotel ao abandono durante quase duas décadas. Há cerca de dois anos, o hotel foi comprado por um grupo português, que acabou por investir neste alojamento, criando um conceito único de escalada, um desporto em crescimento no país.