O setor do alojamento turístico em Portugal registou em março de 2025 um ligeiro abrandamento, com 2,3 milhões de hóspedes (-0,1%) e 5,6 milhões de dormidas, o que representa uma quebra de 3,0% face ao mesmo mês do ano passado, segundo os dados divulgados esta quarta-feira, dia 30, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Esta descida foi impulsionada sobretudo pela redução das dormidas de não residentes, que recuaram 5,2%, totalizando 3,9 milhões. Em contraste, o mercado interno deu sinais de recuperação, com os residentes a gerarem 1,7 milhões de dormidas, um aumento de 2,4%.
Apesar da quebra geral nas dormidas, os proveitos totais atingiram 406,9 milhões de euros, crescendo ligeiramente (+0,3%), enquanto os proveitos de aposento desceram 0,4%, para 302,1 milhões de euros. O rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) situou-se nos 48,7 euros (-2,1%) e o preço médio por quarto ocupado (ADR) fixou-se nos 96,5 euros (-0,1%).
Calendário influenciou os resultados
O desempenho do mês foi condicionado por efeitos de calendário, com o Carnaval a ocorrer em março este ano, ao contrário de 2024, quando se celebrou em fevereiro. A Páscoa, que em 2024 coincidiu com março, foi este ano celebrada já em abril, retirando impacto ao mês em análise.
Entre os principais mercados emissores, a Polónia destacou-se com um crescimento de 35,9% nas dormidas, seguida pelo Canadá (+11,4%) e os Estados Unidos (+0,5%). Em sentido oposto, o mercado espanhol registou uma quebra acentuada de 37%, o maior de todos os países analisados.
O Reino Unido manteve-se como o principal emissor (16,5% do total de dormidas de não residentes), apesar de ter caído 4,6%. A Alemanha, segundo maior mercado, desceu 7,5%.
Algarve lidera quedas regionais
A nível regional, os maiores decréscimos de dormidas verificaram-se no Algarve (-8,7%) e no Oeste e Vale do Tejo (-5,2%). A Região Autónoma dos Açores destacou-se positivamente com um crescimento de 6%, seguida pela Península de Setúbal (+3,6%).
No que diz respeito apenas aos residentes, os maiores crescimentos ocorreram na Madeira (+18,9%) e Setúbal (+12,8%). Já o Algarve sofreu uma forte queda de 16% neste segmento.
O município de Lisboa voltou a destacar-se como principal destino turístico, reunindo 23,3% do total de dormidas registadas em março, o equivalente a 1,3 milhões. Apesar de uma quebra global de 2,5% face ao mesmo mês do ano anterior, as dormidas de residentes cresceram 7,4%, contrastando com uma descida de 4,1% entre os visitantes estrangeiros. Lisboa manteve-se como o destino mais procurado pelos turistas internacionais, concentrando 28,2% do total das dormidas de não residentes.
A estada média manteve a tendência descendente, situando-se nas 2,41 noites (-3,0%). As taxas líquidas de ocupação-cama e ocupação-quarto caíram para 39,8% e 50,5%, respetivamente.