A Arabian Travel Market (ATM), a primeira grande feira de viagens internacionais presencial desde o início da pandemia, termina esta quarta-feira, 19, depois de, durante quatro dias, ter recebido 62 países em exposição e outras tantas sessões de conferências no Dubai World Trade Centre.
Miguel Ferreira, CEO da Exoticoonline, conhece bem a ATM, há vários anos que participa na feira e este ano não foi exceção, embora a organização tenha ajustado a oferta em 2021 e limitado o número de participantes.
O CEO do operador turístico está a participar como buyer “com o intuito de avaliar o que ainda é possível fazer este verão mas, acima de tudo, para preparar a época 2021/22”, refere em declarações ao TNews.
A presença na ATM tornou-se ainda mais relevante desde que a Emirates iniciou a rota para Lisboa. “A diversidade de expositores, a sua diferenciação face ao que encontramos normalmente nas restantes feiras, tudo isso torna o Arabian Travel Market um certame tão útil quanto interessante. Este ano, em particular, dado que se realiza aqui a EXPO 2020, ganha ainda maior relevância”, explica.
Para a Exoticoonline, a presença “é fundamental”, pois “está no nosso ADN apresentar sempre um produto e um serviço, independentemente do destino, que prima pela diferença, pela qualidade. Isso obriga-nos a estar permanentemente atentos quer às tendências da procura, quer ao que há de novo”, explica.
Além disso, refere, “convém ter em conta que o Dubai, além de ser um destino, por si só, de excelência, é também um hub tanto para a Ásia como para o Índico, que também estão representados nesta feira”.
Expectativas de negócio
A participação na feira está a decorrer dentro das expectativas para o operador. A afluência é “boa”, “mais permitissem e estou certo que mais teriam vindo”, sublinha. “O turismo é uma área de relacionamento humano, de pessoas, com pessoas e para pessoas. Logo, não surpreende. Precisamos, sim, de voltar à normalidade”, refere.
Quanto aos sinais de retoma observados na feira, Miguel Ferreira confirma que existe procura, “porém e sem surpresas, com uma taxa de concretização para viagens organizadas (packages) ainda reduzida” e justifica porquê. “Seja pelas regras da aviação de alguns fornecedores, seja por falta de confiança por parte do consumidor e também, há que o dizer, pelo custo verdadeiramente absurdo de testes PCR obrigatórios. Se falarmos numa família de, por exemplo, quatro pessoas, o custo dos testes para ir e regressar pode rondar os 1.000 euros… Isto é, obviamente, uma enorme obstáculo à venda. A vacinação será para todos nos, o «oxigénio» necessário para que as pessoas voltem a ter confiança”.
Sobre que mercados irão recuperar mais rápido, Miguel Ferreira responde com cautela: “Do que tenho visto [na feira], os destinos com maior recuperação são, para já, Dubai, Maldivas, Seycheles. Mas a incerteza continua muito presente. A evolução da pandemia, do número de casos, pode levar que um destino que hoje se está a comercializar muito bem, de repente pode fechar…… então temos de ser prudentes”.