O presidente da Turismo do Porto e Norte de Portugal, Luís Pedro Martins, defendeu, durante a 2ª Sessão do ciclo de conferências “Estratégia Turismo 2035”, que a mobilidade deve ser uma prioridade na estratégia turística da região. O evento teve lugar no edifício da Alfândega do Porto no passado dia 7 de outubro.
O responsável do Turismo do Porto e Norte de Portugal sublinhou a importância da ferrovia, em particular da Linha do Douro, como uma solução para aliviar a pressão na Área Metropolitana do Porto. “A ferrovia pode dar um grande contributo”, afirmou, e acrescentou que o TGV (Comboio de Alta Velocidade) é necessário para estabelecer uma ligação mais rápida à Galiza, o primeiro mercado da região do Porto e Norte, e a Madrid.
“Se eu tivesse essa varinha de condão, fazia essa linha de Alta Velocidade de ligação a Madrid com um projeto revolucionário que era atravessá-la pelo interior para combater a desertificação desse território português”, expressou.
O Aeroporto Sá Carneiro também foi tema de discussão, com Luís Pedro Martins a alertar para a necessidade de investimento para evitar problemas semelhantes aos do Aeroporto de Lisboa. “Convém olhar para os números. Nós crescíamos 10% ao ano até 2019, depois vem a pandemia da Covid-19 em 2020. No pós-pandemia, recuperámos logo no primeiro ano a totalidade dos movimentos de passageiros. E depois tivemos um espantoso crescimento de 20% de 2022 para 2023. Ora, a crescer desta forma, se calhar já deviam estar a tocar os alarmes para perceber que, ultrapassando a barreira dos 15 milhões de movimentos de passageiros, vale a pena pensar em investimento no aeroporto para chegar aos 40 milhões de movimentos de passageiros”, destacou.
Luís Pedro Martins também enfatizou a necessidade de ter mais recursos humanos qualificados, defendendo que se deve trazer mais talentos para tornar o setor “mais sexy”.
O mercado norte-americano, segundo Luís Pedro Martins, é o segundo que visita a região Norte de Portugal, com um crescimento “muito interessante”, seguindo-se o “canadiano”.
O secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, por sua vez, afirmou que a aposta no futuro próximo para o turismo passaria por aumentar as rotas entre Portugal e os EUA e Portugal e o México.
António Cunha, presidente da CCDR Norte, que também participou na sessão, defendeu que os desafios do turismo para o futuro incluem a “sustentabilidade ambiental” e “neutralidade carbónica”, além do “desafio digital” e da ligação entre turismo e agricultura para fixar pessoas ao território.
“O desafio digital é um desafio complicado para o Norte, porque na população acima dos 40 anos há uma baixa literacia digital. O turismo obriga a nossa sociedade a ser mais digitalizada e isso é algo essencial”, disse Cunha.
O responsável da CCDR Norte também elencou a estrutura do aeroporto e a do comboio de Alta Velocidade como essenciais para o futuro do turismo e para a atividade económica, particularmente em termos de exportação.
Durante a sessão, Pedro Machado falou em vários “pontos cardeais” para o futuro do turismo, destacando a importância de discutir “o grau de satisfação das comunidades locais que recebem os turistas”. “As pessoas são o ‘core’ desta indústria do turismo”, defendeu.
Após a sessão de hoje no Porto, as próximas conferências estão agendadas para Aveiro (dia 10), Évora (dia 14), Ponta Delgada (dia 21), Funchal (dia 28) e Faro (dia 11 de novembro).