Sábado, Janeiro 18, 2025
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Estudo indica que cursos de turismo estão a “perder terreno” e aconselha reforçar oferta formativa

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A menor procura de cursos na área do Turismo e a existência de “um número bastante elevado” de pessoas a trabalhar no setor sem formação aconselham a reforçar a oferta formativa, sobretudo em contexto laboral, indica um estudo.

A coordenadora do estudo “O Perfil do Profissional de Turismo e Hospitalidade – Competências e Formação”, Antónia Correia, afirma que os cursos do setor estão a “perder terreno” para ofertas de áreas como as Ciências, Tecnologias, Engenharias e Matemáticas (STEM, sigla em inglês) e que é preciso “reverter esta tendência”.

“Há aqui, claramente, um processo de desmobilização dos alunos da área do Turismo e, portanto, este estudo decorre exatamente dessa necessidade de voltar a colocar os alunos na escola e voltar a motivá-los para estudar em Turismo”, defende a coordenadora do estudo, realizado pelo laboratório colaborativo KIPT CoLAB Inovação e Turismo.

Enquanto a procura de cursos das áreas STEM cresce cerca de 15%, a do setor do Turismo e Hotelaria ronda os 8% e está “claramente a decrescer”, quando esta é a área profissional que “absorve a maior quantidade de mão-de-obra” no país.

Por outro lado, embora cerca de 40% a 60% das pessoas possua “algum tipo de formação para trabalhar” na área, continua a haver “um número bastante elevado de pessoas que não têm a formação e trabalham” no setor turístico.

“E, portanto, esta iniciativa tem como grande objetivo devolver as pessoas à escola, não deixando de trabalhar, obviamente, mas conciliando as duas coisas para que lhes permitam, de alguma forma, ter as competências necessárias para crescerem, para progredirem na carreira”, afirmou a investigadora e professora da Faculdade de Economia da Universidade do Algarve.

Para o estudo foi inquirida uma amostra de 450 alunos e profissionais do Turismo em Portugal, com vista a perceber o que precisam e “se há algum alinhamento entre o que os estudantes e os profissionais querem e aquilo que os diretores, seja do curso, seja dos hotéis e dos restaurantes, lhes oferecem”.

Os resultados mostraram que “não existe esse alinhamento total”, que “é preciso enveredar pelos caminhos da transformação digital” e começar a apostar na aquisição de “competências analíticas para trabalhar grandes quantidades de dados”.

Foi também detetada uma falta de competências em ‘soft skills’, que incluem a inteligência emocional, as competências interpessoais e a comunicação, quer em alunos e estudantes da área de Turismo, como “em pessoas que passaram do nível operacional para o nível tático e, portanto, já estão a gerir algumas equipas”.

“Quando se olha para os resultados, o que parece é que estas competências aprendem-se fundamentalmente dentro do emprego”, constatou a investigadora, sugerindo um aumento das horas de estágio para os trabalhadores melhorarem a sua prestação.

Por isso, o estudo propõe “aumentar as horas de estágio” para que as competências mais necessárias sejam adquiridas mais no próprio local de trabalho, em vez de em formação teórica.

Antónia Correia conclui que é também necessário melhorar a competência “digital” e “caminhar para o marketing virtual” ao nível da promoção, mostrando as potencialidades do destino e dando aos potenciais visitantes uma visão da realidade que vão encontrar no destino, antes da compra da sua viagem.

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