O furacão Melissa, uma das tempestades mais intensas e destrutivas da história da região das Caraíbas, continua a causar estragos em vários países e deverá atingir as Bermudas ainda esta quinta-feira, dia 30, com ventos de 165 km/h, segundo o Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos.
Apesar de ter descido da categoria 5 para a categoria 2, o furacão manteve ventos extremos de 298 km/h no pico, tornando-se o furacão mais forte a atingir a Jamaica, superando até o Katrina em intensidade.
Impacto nos países afetados
Jamaica
O furacão Melissa atingiu a Jamaica na terça-feira, dia 28, como o furacão mais forte de sempre a tocar diretamente a ilha, com ventos sustentados de 185 mph (aproximadamente 298 km/h). As chuvas e deslizamentos de terra deixaram cidades como Black River isoladas, lama até aos joelhos e pontes destruídas. A capital Kingston escapou aos maiores danos e o aeroporto principal reabriu esta quinta-feira. Foram registadas quatro mortes, milhares de pessoas ficaram sem electricidade e muitas famílias continuam isoladas. Um bebé nasceu em condições de emergência e foi baptizado de “Melissa”.
Haiti
Embora o furacão não tenha atingido directamente o país, o Haiti sofreu 25 mortes, incluindo 10 crianças, principalmente devido a inundações provocadas por chuvas intensas e o transbordo de rios, nomeadamente em Petit-Goave, uma cidade costeira a oeste da capital.
Cuba
A passagem de Melissa afectou principalmente Santiago de Cuba, a segunda maior cidade do país. Casas desabaram, telhados foram arrancados e ruas ficaram cobertas de destroços. O presidente Miguel Díaz-Canel falou em “danos consideráveis”, sem divulgar números de vítimas.
República Dominicana e Panamá
O furacão causou uma morte na República Dominicana e efeitos indirectos no Panamá provocaram três mortes, com mais de 1.100 pessoas afectadas por chuvas intensas.
Bermudas e Bahamas
O furacão deverá passar a noroeste das Bermudas ainda esta quinta-feira, dia 30, acelerando pelo oceano aberto. O arquipélago prepara-se com medidas preventivas: encerramento de estradas, escolas e ferries.
Nas Bahamas, quase 1.500 pessoas foram evacuadas numa das maiores operações de emergência da história do país. Apesar de algumas inundações, a maioria do arquipélago, incluindo Nassau, Freeport e Abaco, manteve-se relativamente intacta.
Previsões e impacto económico
O furacão é considerado o terceiro mais intenso registado nas Caraíbas e também um dos mais lentos, o que agravou os danos. O portal AccuWeather estima que o furacão Melissa possa causar perdas económicas de cerca de 22 mil milhões de dólares, com reconstrução a levar uma década ou mais.
Os Estados Unidos enviaram equipas de socorro e mantimentos, enquanto o Reino Unido anunciou 2,8 milhões de euros em ajuda de emergência. As autoridades apelam à vigilância e à solidariedade entre vizinhos, mantendo alertas activos em regiões vulneráveis.
Especialistas alertam que o aquecimento da superfície dos oceanos aumenta a frequência e intensidade de furacões, com ventos mais fortes e chuvas mais volumosas, tornando eventos como Melissa cada vez mais destrutivos.





