O International Airlines Group (IAG), que inclui a Iberia, a British Airways e outras companhias aéreas, desistiu novamente da aquisição da Air Europa. Com a rescisão do acordo com a Globalia, empresa-mãe da Air Europa, o IAG terá de pagar uma multa de 50 milhões de euros.
Esta é a segunda vez que o grupo abandona a compra. Em junho de 2021, o IAG teve de pagar 75 milhões de euros à Globalia devido à sua desistência.
De acordo com o El País, o grupo anunciou que desistiria da operação devido à exigência de fortes concessões à concorrência por parte da Comissão Europeia, sob a forma de rotas e slots.
O IAG chegou a apresentar uma proposta à Comissão para ceder à concorrência 52% dos voos operados pela Air Europa em 2023, para que nenhuma das rotas onde foram identificados problemas de concorrência ficassem sem um terceiro operador.
No entanto, o organismo da concorrência da União Europeia alertou recentemente que as atribuições concedidas às companhias aéreas rivais não eram suficientes para evitar danos aos consumidores com a entrada da Air Europa no IAG. Pelo seu lado, o grupo não quis ir mais longe após a sua proposta inicial.
O CEO do IAG, Luis Gallego, anunciou esta quinta-feira, na apresentação dos resultados do grupo, que “a operação perdeu o sentido” e que o abandono da compra é “a melhor decisão para proteger os interesses dos nossos acionistas”. Aos meios de comunicação social garantiu que não pretende reactivar o negócio, “pelo menos a médio prazo”.
A desistência do projecto de integração da Iberia e da Air Europa foi comunicado à autoridade de concorrência europeia. “A Comissão está atualmente a avaliar se todas as condições relevantes para o abandono da fusão ao abrigo do Regulamento das Fusões da UE estão cumpridas”, indica o porta-voz da Comissão para os Assuntos Económicos, Veerle Nuyt.
O IAG mantém 20% do capital da Air Europa, que não pretende vender a curto prazo, segundo o El País.
