Quinta-feira, Março 20, 2025
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Grupo Newtour atinge 180M€ em 2024 e foca-se na internacionalização como “única hipótese” para evoluir

A Newtour terminou o ano de 2024 com um volume de negócios de 180 milhões de euros, mais 21% face ao ano anterior. Para o grupo, a “única hipótese” de continuar a crescer passa pela internacionalização, considerada uma prioridade estratégica para os próximos anos. Nesse sentido, procedeu a uma reestruturação interna, da qual se destaca a integração de Gonçalo Palma na Comissão Executiva.

O Grupo Newtour, que celebrou 15 anos no sábado passado (8), espera crescer “na ordem dos dois dígitos”, entre 15% e 20%, em 2025, adiantou o CEO Tiago Raiano, numa conferência de imprensa que teve lugar esta segunda-feira, dia 10, em Lisboa.

De acordo com Tiago Raiano, a Newtour está a preparar-se para uma “menor dependência do mercado nacional” com uma estratégia de crescimento centrada na internacionalização. “Na perspectiva do grupo, para continuarmos a crescer, só há uma hipótese, que é crescer fora das nossas fronteiras”, frisou.

Este posicionamento do grupo deve-se ao “problema de dimensão” do mercado português em comparação com outros players europeus, juntamente com os problemas de aumento de capacidade do aeroporto de Lisboa e os desafios que a privatização da TAP trará, segundo o responsável.

“A privatização da TAP vai originar no mercado português e na distribuição em Portugal um novo desafio, que é a alteração da centralidade de decisão para uma zona europeia de uma companhia que tem sido extremamente relevante para o setor em Portugal”, defendeu Tiago Raiano. “Com o desvio do centro de decisão para novos diretores e novas administrações em termos europeus, com uma menor proximidade do mercado português, não vejo como isso não possa ser um desafio para todos nós”.

Carlos Baptista, administrador do Grupo Newtour, sublinhou que “todos os dias que há atrasos no aumento de capacidade [do aeroporto de Lisboa] é um estrangulamento dos nossos negócios”. Tiago Raiano, por sua vez, reiterou que “o mercado nacional, nos próximos dez anos, vai ter um estrangulamento. Se olharmos para a operação turística, já há quatro anos que os constrangimentos começaram a aparecer e vão agravar-se”.

Desta forma, no futuro próximo, a “visão de crescimento” da Newtour passará pela expansão nos mercados externos. “Uma das prioridades do grupo para os próximos anos passará claramente pela internacionalização”, como forma de contribuir para “um posicionamento mais defensivo que o mercado deverá ter em relação aos players europeus”, indicou o CEO do grupo.

Em 2024, a distribuição foi a unidade de negócio com maior volume de negócio do grupo, representando 52% do total. Seguiram-se as áreas de operadores turísticos (22%), aviação (17%), DMC (4%) e outros (5%), que inclui a animação turística, com a Picos Aventura, e a Newtour Açores.

“O que pretendemos é o maior equilíbrio dos volumes de cada uma destas áreas. É nosso entendimento que o grupo será tão ou mais forte quanto maior for o seu portfólio de empresas, a sua variedade e a menor dependência que tiver de cada uma das suas áreas”, afirmou Tiago Raiano.

Sobre a privatização da SATA, o CEO da Newtour deixou claro que o grupo “mantém o interesse” na aquisição da Azores Airlines. “Manifestámos desde a primeira hora e nunca desistimos desde a primeira hora até à data de hoje”, disse. “Esperamos que nas próximas semanas possam existir novidades”.

Da esquerda para a direita, Gonçalo Palma, Carlos Baptista, Tiago Raiano e Mário Almeida, do Grupo Newtour.

Reestruturação interna e expansão da Menzel em novos destinos

Para continuar a crescer e reforçar a aposta no estrangeiro, o Grupo Newtour reorganizou-se internamente. A primeira “grande novidade” apresentada em conferência de imprensa foi a entrada de Gonçalo Palma para a Comissão Executiva, ao lado de Tiago Raiano, Carlos Baptista e Mário Almeida. 

Gonçalo Palma ficará responsável pela área da touroperação, com a Egotravel e a Soltrópico, e pela unidade de negócio de DMCs. Sob a marca Menzel, a Newtour DMC, que já marcava presença nos Açores e em Cabo Verde, expandiu-se para três novos destinos: Portugal Continental, Tunísia e São Tomé e Príncipe, foi anunciado esta sexta-feira.

“A Menzel é um operador turístico dedicado ao turismo receptivo. Todos estes cinco pontos de operação pressupõem a existência de uma empresa local, legalmente constituída e já em funcionamento. Estas empresas já estão dentro do âmbito da Newtour há alguns anos”, explicou Gonçalo Palma.

“O projeto Menzel é a construção de uma marca única e internacional sob o chapéu do grupo Newtour que nos consiga dar maior variedade e maior credibilidade nesses mercados”, acrescentou o novo membro da Comissão Executiva.

Entre os serviços prestados pela Menzel estão os alojamentos, tranfers, experiências e excursões, rent-a-car, representantes e guias, operações charter, FIT, e eventos e MICE. Os principais mercados estratégicos são o Norte da Europa, Brasil, EUA e Canadá, visto que têm uma “boa conectividade com Portugal”.

Newtour vai ter unidade de negócio para GSSA em Portugal

A liderar a unidade de distribuição está Carlos Baptista, com as marcas Bestravel, GEA Portugal, GEA Brasil, TravelGEA, Newair e Turangra. Já Mário Almeida está à frente da área de aviação do grupo, que inclui a Newtour Consolidator, GSSA com Connect Services e Newtour Aviação GSSA.

Mário Almeida explicou que, em 2018, a Newtour procedeu à “internacionalização e consolidação em Cabo Verde” com a Consolidator e, no ano seguinte, iniciou a fase de GSSA (General Sales and Service Agent), através da qual, “além de representar as companhias, interpretamos completamente as suas funções comerciais”. Em 2020, a Newtour Aviation deu início aos voos para Cabo Verde e, em 2021, passa a representar a Bestfly.

Depois de “internacionalizar e testar o modelo”, a Newtour vai ter agora uma unidade de negócio dedicada a GSSA em Portugal, anunciou Mário Almeida à imprensa. O grupo encontra-se, neste momento, a “finalizar um contrato grande” com um parceiro internacional, que deverá estar concluído até março e incluirá aviação e cruzeiros.

Além destas quatro áreas de atuação – aviação, distribuição, DMC e operadores –, o Grupo Newtour conta ainda com outras duas unidades de negócio: a Techtour e a Newtour Açores.

A Newtour Açores, que está na origem do grupo há 15 anos, tem “uma função cada vez mais de serviços partilhados para as diferentes empresas do grupo, onde nós temos centralizado os serviços financeiros, marketing, recursos humanos, tecnologia e aviação”, segundo Tiago Raiano.

Já a Techtour “nasceu da necessidade de estabelecer parcerias com outros players de dimensão no mercado face às alterações tecnológicas”, nomeadamente a introdução do NDC (New Distribution Capability).

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