A companhia de aviação espanhola Iberia renunciou a compra da Air Europa, que estava a ser negociada desde 2019. Em comunicado ao mercado, a AIG, dona da Iberia, informou estar em conversações avançadas para rescindir o acordo de compra com a Globalia, a dona da Air Europa.
Ainda é desconhecido o pronunciamento da Comissão Europeia, previsto para 4 de janeiro após vários atrasos e apesar das pressões do governo espanhol, tudo indica que o International Airlines Group (IAG) vai renunciar à aquisição da Air Europa.
O acordo inicial para a aquisição foi assinado em novembro de 2019, mas os efeitos da pandemia no setor da aviação condicionaram os termos da operação. A Iberia já tinha reduzido o preço oferecido de 1000 milhões para 500 milhões de euros.
De acordo com o Tourinews, existem cinco aspetos que podem ter levado a IAG-Iberia a desistir da compra:
- As imposições de Bruxelas. Embora as condições impostas pela União Europeia ainda sejam desconhecidas, há fontes que apontam que o IAG poderia ter tido acesso a elas e que poderiam ser muito exigentes. Ser forçado a desistir de muitas rotas tornaria a operação não lucrativa;
- As condições para a devolução do crédito à SEPI, que poderia implicar a entrada do Estado na participação da nova sociedade;
- A má situação econômica da Air Europa, que, nas palavras dos executivos do IAG, está em “falência técnica” e precisaria de uma forte recapitalização;
- A família Hidalgo, atual proprietária da Air Europa, recusa-se a baixar ainda mais o preço de venda. Originalmente, a operação estava avaliada em 1000 milhões, mas foi reduzida para a fórmula 500 + 475. Agora, levando em consideração a perda de valor da empresa, o IAG pediu uma nova redução;
- O IAG não deseja recorrer a um aumento de capital em circunstâncias de pandemia. Para ter dinheiro para comprar a Air Europa, precisaria de solicitar recursos aos seus acionistas, algo que tem evitado ao longo da crise.






