Quinta-feira, Maio 1, 2025
Quinta-feira, Maio 1, 2025

SIGA-NOS:

Lavanda Hotels cresce para oito unidades e abre novo hotel em São Pedro do Sul em junho

Em entrevista ao TNews, Raúl Ribeiro Ferreira, diretor-geral da Lavanda Hotels, fala sobre o percurso da marca de gestão hoteleira, que atualmente conta com oito unidades. O responsável partilha também detalhes sobre os dois projetos de investimento próprio: um em São Pedro do Sul, com abertura prevista para junho, e outro em Monforte, cujas obras irão prolongar-se por dois anos, com um valor de 1,4 milhões de euros.

Queria começar por lhe pedir um enquadramento da sua empresa Monfortur. Como é que surgiu e em que consiste?

A Monfortour é uma empresa com mais de dez anos, que foi constituída essencialmente para fazer consultoria à abertura de empreendimentos hoteleiros e para fazer o apoio de unidades que precisassem de identificar problemas, melhorar a qualidade de serviço, fazer cliente mistério e, no fundo, apoiar a melhoria do produto hoteleiro. Fizemos vários hotéis em Portugal e em Angola. Trabalhámos também em Cabo Verde, mas Portugal e Angola são os nossos principais mercados.

Depois, aquilo que começámos a notar era que havia necessidade por parte dos empreendimentos que houvesse uma continuidade no apoio à gestão do hotel. Havia muitas unidades independentes, ou seja, com proprietários, que precisavam de apoio de alguém de fora que os ajudasse a melhorar aquilo que é fruto do trabalho e dedicação deles, mas que poderíamos transformar e continuar a fazer crescer. Daí criámos a marca Lavanda para esse nicho de mercado.

Quais são as principais áreas de atuação da Lavanda Hotels?

Começámos a trabalhar a marca Lavanda há quatro anos e tem vindo a desenvolver-se e a ganhar mais força principalmente nos últimos dois anos. A Lavanda tem várias versões diferentes: tem management de hotéis, tem duas unidades em propriedade plena, tem alguma exploração e tem também apoio à área comercial das unidades.

No fundo, aquilo que queremos é olhar para o interior ou para zonas em que as empresas de grande dimensão não têm interesse, e perceber que as empresas mais pequenas precisam de trabalhar em conjunto. Muitas vezes, o mercado olha e pensa que, se os hotéis que trabalhavam sozinhos se juntaram a uma marca, é porque estão com dificuldades. Não tem a ver com isso. Tem a ver que todos juntos somos mais fortes e, se unirmos várias unidades pequenas, isso dá força e permite-nos criar procedimentos e estar presente em feiras, e ajuda na contratação de pessoas, a negociação de produtos, etc.

Atualmente, o portfólio da Lavanda Hotels conta com quantas unidades?

Neste momento, estamos com oito unidades.

São dois hotéis da vossa propriedade e seis que gerem?

Sim. O foco não é ter propriedades, é essencialmente juntar unidades que são diferentes em si e apoiá-las. A principal ideia é poder ajudá-las a continuar a crescer.

Por exemplo, no caso do Monte Filipe, do Santo António, do Miravillas ou do Mira Serra, são unidades diferentes entre si, mas que, ao estarem todos unidos, permitem-nos criar um produto de interior. Apesar de serem de estrelas diferentes, comunicam todos para o mesmo tipo de cliente: eventos e lazer. Estão dentro do mesmo nicho de mercado, com uma segmentação diferente dentro desse mercado.

“O foco não é ter propriedades, é essencialmente juntar unidades que são diferentes em si e apoiá-las. A principal ideia é poder ajudá-las a continuar a crescer”

Quais são as principais características dos seis hotéis que geridos pela Lavanda?

Temos o Hotel Miravillas, em Praia de Mira, com quatro estrelas. É uma unidade de 30 quartos, com um segmento de desporto. Um dos proprietários é um professor que faz a avaliação dos desportistas, o que permite termos uma grande ligação ao desporto, com atletas que fazem parte dos Jogos Olímpicos e que vão ao hotel também para fazer a avaliação física. Também têm clientes normais, com a proximidade a Aveiro e à Praia de Mira, portanto, é um hotel interessante nestes segmentos.

Hotel Mira Serra é uma unidade em Celorico da Beira que tem 42 quartos. Tem um segmento mais de grupos e também de lazer, porque localiza-se numa zona em que o sistema não tem neve e permite chegar à Serra da Estrela rapidamente. É um três estrelas com uma oferta de gastronomia muito característica daquela zona. Tem um restaurante que é conhecido na zona e que as pessoas frequentam além do hotel. É um produto interessante e que acreditamos que ainda está em fase de crescimento e de maturação dentro do novo grupo proprietário.

O Mira Serra vai sofrer agora obras de requalificação do empreendimento, de ampliação de algumas unidades e de criação de piscina de água quente, mas com uma preocupação grande em não perder as características do hotel. As pessoas da zona conhecem o hotel e temos clientes que já vinham dos proprietários anteriores que continuam a ficar regularmente, por isso temos essa preocupação grande de não descaracterizar o hotel. Ainda estamos numa fase de fechar os orçamentos. A ideia é começar durante os próximos meses e a obra deverá rondar um ano e pouco, não pela dificuldade da intervenção, mas porque não queremos fechar o empreendimento e isso obriga-nos a ter algum cuidado na execução.

Hotel Monte Filipe é conhecido no município de Nisa [no Alentejo]. É um hotel relativamente novo, com dez anos. Os donos são os mesmos do Hotel Rural Santo António e sempre geriram o hotel, por isso são conhecidos na zona. Ajudamos na parte comercial e de procedimentos para tentar padronizar juntando aos outros [hotéis do portfólio Lavanda] e conseguir alavancar as vendas. Esta unidade apoia muito Castelo de Vide e o circuito da Judiaria de Castelo de Vide. O hotel tem um spa, está consistente no mercado e tem crescido ao longo dos anos.

É igual para o Santo António Hotel Rural, [localizado em Arronches], em que a linha pensamento é semelhante. Vamos fazer algumas remodelações e melhorias e continuar a crescer.

Recentemente, juntou-se o Furnas Lake Forest Living, [situado na ilha de São Miguel]. É um hotel de quatro estrelas, com um segmento de mercado alto e com um restaurante de eventos com uma dimensão importante para os Açores. O hotel sofreu uma ampliação e passaram para 21 unidades. Normalmente, o hotel fecha durante o inverno, por isso aproveitámos para fazer as obras de ampliação, e reabriu no dia 15 de março já com as obras feitas. No fundo, [o objetivo] é conseguir ajudar os donos na área comercial, mas também manter a qualidade que sempre tiveram e que são reconhecidos em Portugal e no estrangeiro, tanto no mercado canadiano como no americano.

Temos também umas casas de alojamento local em Cascais, [a Lavanda Village Cascais], que são vivendas exploradas por nós que têm uma oferta de programa diferente daquilo que fazemos nos hotéis. É um público diferente, que procura ter férias em família e com privacidade. 

As próximas unidades da Lavanda Hotels: São Pedro do Sul e Monforte

Quanto às vossas propriedades, o que destacaria destes dois hotéis?

Vamos abrir em junho o Lavanda Hotel Termas São Pedro do Sul, que é uma parceria entre a Lavanda Hotels e a empresa antiga dona do hotel, e vai ser explorado por nós. São 22 quartos e serão três estrelas na zona das termas de São Pedro do Sul [no distrito de Viseu]. Aproveitámos o edifício todo e [as obras são] essencialmente pinturas de paredes, mobiliário, ar-condicionado, maquinarias, etc.

Depois, temos o hotel em Monforte. A obra está em curso e vai demorar dois anos. A propriedade já era nossa há uns anos e o valor das obras rondará 1,4 milhões de euros. Vamos aproveitar uma parte de uma casa antiga que lá está, mas o grosso será construir de novo.

Quais é que vão ser as principais comodidades do São Pedro do Sul e do Monforte?

O São Pedro do Sul é um B&B, é um alojamento com apenas pequeno-almoço. A ideia é ocupar uma lacuna que acreditamos que existe em São Pedro Sul, são os hotéis de três estrelas. Neste momento, todos os hotéis tiveram um upgrade grande ao produto que têm, com spas, e acreditamos que há um nicho de mercado de três estrelas que não está a ser ocupado e que vamos tentar ocupar.

Em Monforte, o grosso da oferta é apartamentos, com 15 no total. Vai ter uma piscina de água fria, que fica a água quente no inverno, e tem um restaurante com gastronomia local. Tem um centro de interpretação da gastronomia, com a nossa experiência de vida e profissional. Além disso, tem uma ligação à comunidade grande.

“Vamos abrir em junho o São Pedro do Sul (..). Depois, temos o hotel em Monforte. A obra está em curso e vai demorar dois anos. O valor rondará 1,4 milhões de euros”

A marca está em negociações com novas unidades?

Esperamos dentro do tempo poder anunciar mais algumas unidades. Nesta fase, o que estará em negociações mais aceleradas é a zona do centro do país. Gostaríamos de fechar o ciclo com alguma coisa mais a sul, para que os nossos clientes possam fazer um itinerário dentro do país com as nossas unidades.

Estas negociações são para aquisição ou gestão hoteleira?

Para gestão. Para aquisições agora não estão previstas. 

Têm planos para internacionalizar a marca?

Sim, para Angola. Temos operação autorizada no país, por isso uma volta a Angola será mais ou menos previsível. É um objetivo.

DEIXE A SUA OPINIÃO

Por favor insira o seu comentário!
Por favor, insira o seu nome aqui

-PUB-spot_img
-PUB-spot_img