Madrid superou Paris como o segundo destino europeu para investimento hoteleiro em 2023, e este ano a capital espanhola volta a atrair a atenção dos investidores, juntamente com Barcelona. Segundo o relatório da Cushman & Wakefield Hospitality, com base em 60 entrevistas a executivos de empresas que acumulam um investimento de 18.000 milhões de euros no setor entre 2019 e 2023, as duas cidades destacam-se como as mais atrativas. Por outro lado, Lisboa ocupa o quinto lugar da lista, registando um crescimento de 8% na sua atratividade em comparação com 2022.
Barcelona e Madrid, ambas com 4,3 pontos em 5, surgem como as cidades mais atrativas para o investimento europeu em 2024, ultrapassando Paris (4,1), Roma (4,0) e Lisboa (3,9).
Comparando com a classificação de 2022, os destinos com maior crescimento em termos de atratividade são Barcelona (+10%), Lisboa (+8%), Madrid (+7%), Roma (+6%) e Florença (+4%). Em contrapartida, as maiores quedas são observadas em Edimburgo (-20%) e Istambul (-31%).
Ao analisar por região, a Península Ibérica destaca-se como a mais interessante, com 4,3 pontos em um total de 5, seguida pela Itália (4) e França (3,7). O Reino Unido e a Irlanda ocupam o quarto lugar, com 3,5 pontos, enquanto a região DACH (Alemanha, Áustria e Suíça) alcança 3,2 pontos. Abaixo de 3,0, encontram-se o Benelux, o Sudeste da Europa, os países nórdicos e a Europa Central e Oriental.
Albert Grau, sócio e codiretor da Cushman & Wakefield Hospitality em Espanha, explicou que a posição do país “no conjunto da Península Ibérica continua a atrair investimentos devido à sua atratividade e solidez como destino, tanto urbano quanto turístico. Apesar dos preços já se encontrarem em níveis saudáveis, ainda há potencial de valorização e rentabilidade alinhada com as expectativas dos investidores”.
O especialista ressalta ainda que “nos destinos turísticos, há mais oportunidades de investimento de valor acrescentado em locais de praia secundários e terciários para reposicionamento do produto, enquanto no ambiente urbano estamos à procura de ativos de prestígio ou oportunidades para converter outros tipos de propriedade em hotéis, nas cidades onde a regulamentação permite”.
Segmento e tipo de ativo na mira dos investidores
Mais da metade dos investidores entrevistados, 53%, consideram o segmento de luxo mais atrativo agora do que em 2019, com os ativos Upper Upscale em segundo lugar (46%); seguem-se os hotéis Upscale e Economy, enquanto os hotéis Midscale & Upper Midscale fecham a lista.
Em termos de tipo de acomodação, resorts e apartamentos com serviços são mais populares do que antes da pandemia. Por outro lado, os hotéis de aeroporto e os voltados para o segmento MICE (reuniões, incentivos, conferências e exposições) são menos atrativos do que em 2019.
Critérios ESG aumentam o preço dos ativos
Os critérios ESG já são um “must” nas transações hoteleiras e o relatório da Cushman & Wakefield confirma que os ativos podem aumentar o seu valor em 5,5% se possuírem certificados de gestão como o BREEAM Outstanding ou o LEED Platinum. Além disso, 5% dos investidores consideram que este prémio pode ser superior a 10%. A consultora defende que os critérios ESG têm impacto no valor dos ativos e também na negociação de contratos com melhores rendas.
Montante disponível para investir em hotéis
Os investidores também foram questionados sobre os fundos disponíveis para investir em hotéis este ano. 52% possuem entre 50 milhões e 200 milhões de euros para adquirir ativos hoteleiros na Europa; 20% têm entre 200 milhões e 500 milhões de euros, enquanto outros 20% possuem mais de 500 milhões de euros. A consultora Cushman & Wakefield destaca que essa posição de investimento deverá impulsionar a atividade transacional em regiões-chave, como a Espanha.





