O presidente do Governo da Madeira considerou na passada quinta-feira, dia 9 de setembro, “incompreensível” a eventual alteração da legislação nacional sobre obrigatoriedade do uso da máscara para prevenir a covid-19, anunciando uma recomendação regional para que a medida se mantenha no arquipélago.
O chefe do executivo regional de coligação PSD/CDS salientou que depois de serem “auscultadas” as autoridades de saúde da Madeira, o executivo madeirense decidiu “adotar uma recomendação regional de manutenção do uso da máscara no exterior em qualquer circunstância no sentido de preservar e prevenir a propagação do covid-19”.
O governante madeirense argumentou que esta decisão acontece porque a lei sobre esta matéria “vai ser alterada na Assembleia da República” e a região não tem competência para legislar em matéria de Direitos, Liberdades e Garantias.
“Nós dissemos que íamos manter todas as medidas até alcançarmos os 85% da vacinação completa da população e mesmo os 85% não é uma garantia que não existam surtos”, sublinhou o responsável, exemplificando com a situação se está a registar em Israel, que tem identificado “10 mil casos por dia”.
Miguel Albuquerque defendeu que “as pessoas devem continuar a usar a máscara na rua, porque o uso de máscara vem prevenir a propagação sobretudo destas variantes” do novo coronavirus.
“Não podemos e não percebemos porque vai ser alterada a legislação nacional. Também ninguém percebe porque é que isso vai acontecer, e, independentemente disso, nós queremos é que as pessoas continuem a usar as máscaras”, reforçou.
O presidente do governo insular afirmou que as pessoas pensam que “está tudo ótimo”, mas na passada quinta-feira, dia 9 de setembro, foi detetado um novo surto na região, com 25 pessoas infetadas na freguesia da Camacha, concelho de Santa Cruz.
Miguel Albuquerque recordou que a Madeira foi a primeira região a propor a sua utilização, que foi posteriormente adotada a nível nacional.
O líder insular criticou que numa altura em que está a ser atingida a meta dos 85% da população vacinada, “decidiram no continente, não sei porquê, qual a razão, tirar a máscara na rua”.
“Nós recomendamos que devemos usar a máscara”, sustentou, argumentando que atualmente se verifica uma proximidade entre as pessoas, surgem novas variantes e a Madeira é “uma região aberta ao exterior, com uma densidade populacional diferente da do continente, com o início de aulas, tudo isso implica prudência, bom senso e cuidado”.
Por isso, o governante regional assegurou que na Madeira “os testes vão manter-se” para os viajantes
“Temos de ter bom senso. Acho que não custa nada usar a máscara. Não podemos obrigar, mas vamos recomendar” no exterior, realçou.
Miguel Albuquerque garantiu que o Governo Regional “não vai alterar nada” na região e “as medidas estão todas em vigor, com exceção desta alteração que querem fazer no continente da história da máscara que ninguém percebe”.
Na passada quinta-feira, dia 9 dei setembro, o Conselho do Governo da Madeira anunciou que mantém a obrigatoriedade de testes PCR nos aeroportos e vai exigir a apresentação de testes antigénio nos portos, tendo em conta a retoma dos navios de cruzeiro já a partir desde mês.
De acordo com os dados mais recentes da Direção Regional de Saúde, o arquipélago da Madeira, com cerca de 250 mil habitantes, regista 164 casos ativos de covid-19, num total 11.429 confirmados desde o início da pandemia e 75 mortos associados à doença.