Quinta-feira, Março 20, 2025
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Mercado das Viagens alerta para “agressividade” do setor e apela a medidas conjuntas

O Mercado das Viagens alcançou, em 2024, um crescimento de aproximadamente 20% em faturação e um aumento de rentabilidade na ordem dos 8%. Descrito como um ano que “não correu muito mal”, Adriano Portugal, diretor da empresa, manifestou a sua preocupação face à elevada “agressividade” do mercado, que se encontra cada vez mais focado na venda de produto e não na sua rentabilidade. Para travar este problema, o responsável acredita que o setor da distribuição precisa “de se sentar à mesa para encontrar soluções”.

As informações foram apresentadas durante a VI Convenção do Mercado das Viagens, que reuniu cerca de 63 agentes de viagens no Vila Galé Lagos, entre 7 e 8 de fevereiro. “A convenção correu extremamente bem, principalmente porque trouxemos coisas novas. Aliás, vamos duplicar este conceito nas próximas edições, mas desta vez para o grupo todo e não apenas para os diretores”, começou por dizer Adriano Portugal.

A edição deste ano focou-se essencialmente nos temas da gestão pura para dentro da rede e do marketing digital. “Temos que ter uma postura diferente daquela que tivemos até agora. O mercado está mais volátil e está a evoluir de uma forma muito grande, devido também às novas tecnologias. Nesta edição, focámo-nos muito na inteligência artificial, que é algo inevitável e que temos de começar a usar mais no nosso dia-a-dia.”

O tema da gestão “pura e simples”, segundo Adriano Portugal, está relacionado com aquilo que o mundo atravessa atualmente, desde guerras à instabilidade política. Além disso, foi uma forma de “sossegar” as agências sobre as fusões que têm havido nos grandes grupos e demonstrar de que forma estas aquisições podem ser uma mais valia no mercado.

“Percebemos que existem aqui oportunidades de negócio que podem ser aproveitadas com estas fusões. Muitas das vezes, as grandes empresas veem o cliente como mais um número e as microempresas não. O cliente gosta de ser tratado de forma diferenciada e cuidada, portanto, se nós o fizermos, com certeza que não vamos faturar 60 milhões de euros, mas se calhar faturamos 20 milhões, e esses 20 milhões são muito mais sólidos e rentáveis do que para as empresas que trabalham para números e não para rentabilidade.”

Quanto às campanhas de última hora, os responsáveis pelo grupo consideram que estas são uma provocação ao cliente, fazendo com que o mesmo volte a adquirir hábitos antigos ao esperar pela campanha de last minute. “Isto não dignifica o nosso mercado, estamos a ‘prostituir-nos’ em termos de preços, porque a única coisa que baixa é o preço do PVP”, explicou Adriano Portugal.

Para evitar esta tendência, os gestores consideram que a solução passa pelo tailor made, uma forma de gerar mais rentabilidade através de mecanismos como as novas tecnologias, que podem ser vistas “como grandes aliadas” neste setor, e através da aposta de formações sobre os destinos.

Questionado sobre se a APAVT não deveria tomar frente nesta situação, Adriano Portugal referiu que a associação “tem vindo a fazer o trabalho que pode ser feito”, contudo, admitiu, “está na altura da própria APAVT se sentar à mesa com as bases”.

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