Três em cada quatro consumidores que têm viagens internacionais planeadas nos próximos 12 meses poderiam optar pelo pagamento em prestações, de acordo com uma análise divulgada pela Amadeus. A empresa de tecnologia de viagens descreveu o nível de procura de opções de pagamento flexíveis em viagens como “extraordinariamente elevado”, uma vez que os orçamentos familiares estão sob pressão crescente.
A empresa encomendou em junho um estudo sobre as despesas e intenções de pagamento de 4.500 consumidores nos EUA, Reino Unido, Alemanha, França e Singapura e considerou duas em cada cinco (42%) viagens internacionais como uma “alta prioridade” para o próximo ano. Em comparação com 32% que deram prioridade às férias domésticas, 28% às assinaturas de entretenimento online, 27% a comer fora, 25% a gastar em vestuário e 20% a comprar um carro novo ou mobiliário doméstico. Os inquiridos esperavam gastar em média $2.670 (2.620€) em viagens internacionais nos próximos 12 meses, um pouco menos, considerando a inflação, do que os $2.780 (2.728€) gastos em média em 2019.
No entanto, 75% disse ser mais provável, do que anteriormente, escolherem uma opção de pagamento por evento ou “comprar agora, paga mais tarde” para financiar viagens. 44% tinha mais probabilidades de pagar as viagens com cartão de crédito, quase metade dos inquiridos (47%) planeava gastar pontos de fidelização em viagens, e um em cada quatro (26%) revelou que podia recorrer a “empréstimos de dia de pagamento” apesar das elevadas taxas de juro, porém 48%, disse ter mais probabilidades de utilizar um cartão de débito pré-pago com várias moedas para evitar taxas de câmbio estrangeiras quando se encontram no estrangeiro.
Os resultados levaram a Amadeus a sugerir que as pressões sobre o custo de vida e a incerteza económica estão a levar a um número crescente de viajantes a utilizar tecnologia financeira (fintech) para gerir os seus custos de viagem. O vice-presidente executivo do Amadeus para os pagamentos, David Doctor, afirmou: “A investigação mostra que os consumidores estão dispostos a renunciar a gastar noutras áreas das suas vidas para acomodar as suas viagens este ano”.
Acrescentou ainda: “A procura de opções de pagamento flexíveis como ‘comprar agora pagar mais tarde’ é extraordinariamente elevada. A indústria terá de procurar formas que a fintech possa tornar os custos de viagem mais transparentes, bem como ajudar os viajantes a gerir os seus gastos”.
O inquérito revelou que 73% dos que tencionam viajar prestariam mais atenção aos custos cambiais do que anteriormente. “Este é um número notavelmente elevado que sublinha a oportunidade dos fornecedores de viagens, desempenharem um papel mais activo nas divisas estrangeiras”, afirmou o vice-presidente.
Foi possível observar que poucos fornecedores de viagens oferecem preços em múltiplas moedas (MCP) que permitem aos viajantes pagar na moeda da sua escolha, o que é um aspeto negativo, uma vez que o inquérito revelou que mais de metade dos viajantes (56%) manifestaram preferência por um fornecedor de viagens que lhes permita pagar na sua própria moeda.