O ano está a acabar e quisemos saber que balanço fazem os profissionais de turismo de 2023. Saiba o que elegeram como o melhor e o pior do ano e os seus desejos para 2024. Com as opiniões de Cristina Siza Vieira, Ricardo Teles, Dália Palma e Miguel Proença.
Cristina Siza Vieira, vice-presidente executiva da AHP
+Melhor
A retoma vibrante da procura, depois de anos particularmente difíceis, e a consolidação do mercado americano como, ao que tudo indica, 3º mercado emissor.
Para a imagem de Portugal enquanto destino turístico, foi, sem sombra de dúvidas, a Jornada Mundial da Juventude.
– Pior
A instabilidade geopolítica, agravada agora pelo conflito no Médio Oriente e que, além de tudo o mais, impactou significativamente algumas regiões do país onde o mercado israelita tinha maior peso; e a queda do Governo que, naturalmente, veio atrasar algumas decisões.
Um desejo para 2024
Desde logo, um ano que 2024 seja um ano que nos traga Paz. Paz no Mundo, paz social em Portugal. Para o nosso o setor um voto muito operacional! Que as entidades gestoras dos fundos europeus tenham capacidade de resposta, para que cheguem de forma célere às empresas, e se continuem a fazer os investimentos necessários para garantir o crescimento do setor.
Ricardo Teles, diretor Operacional da Bestravel
+Melhor
O melhor de 2024 foi, indubitavelmente, a confirmação da recuperação exuberante do mercado de lazer. 2022, a partir de Abril, já tinha demonstrado a forte apetência que os consumidores portugueses tinham por viagens, mas a procura foi ainda reforçada em 2023. Para além disso, o notório reforço da confiança que os consumidores demonstram pelas agências de viagens físicas, pelas acções desenvolvidas durante o período de pandemia, também é um factor muito importante e que há que saber continuar a capitalizar.
-Pior
Infelizmente, ainda não foi em 2023 que terminou a rábula do aeroporto de Lisboa. Ainda não se sabe onde e quando será o mesmo construído, nem quanto tempo demorará. O actual aeroporto está absolutamente saturado, levando a constrangimentos vários durante a operação turística, que em nada são benéficos para a confiança dos viajantes. Urge solucionar.
Noutro tema, também a falta de fiscalização das entidades oficiais sobre as acções menos correctas de algumas empresas actuantes no mercado levam a uma potencial quebra dessa mesma confiança. Como dito anteriormente, as agências de viagens beneficiam de uma grande confiança da parte dos consumidores e é premente que cada entidade actue sobre quem aja em desconformidade para que essa confiança não seja desbaratada.
Um desejo para 2024
Além, naturalmente, da correcção urgente dos pontos considerados no “pior do ano”, deixo o desejo que com as eleições de 10 de Março o Governo olhe com mais cuidado para a actividade do Turismo, que tem sido um dos principais alicerces para a recuperação económica do país e nomeie um Ministro do Turismo.
Dália Palma, gestora da BTL
+Melhor
Os números record de turistas que visitaram Portugal, o que se reflete nos extraordinários
resultados em números de chegadas e dormidas no nosso país. A qualidade da oferta turística
do destino Portugal continuar a merecer o reconhecimento internacional e a colecionar
distinções.
-Pior
As preocupações com a segurança, as guerras e as flutuações económicas globais que
afetaram negativamente a estabilidade do setor.
Um desejo para 2024
Que o turismo seja a força motriz por trás da recuperação económica.
Miguel Proença, CEO da Hoti Hotéis
+Melhor
No que diz respeito ao setor do turismo, 2023 foi um ano notável pela consolidação de um período pleno, sem sobressaltos, caraterizado por um crescimento significativo do preço médio por estadia e do número de visitantes, que, em alguns casos, ultrapassam os da época pré-pandemia.
-Pior
São inegáveis os focos recentes de tensões geopolíticas, e o seu impacto, sobretudo no que diz respeito às trágicas perdas humanas. No setor turístico, a criação de um cenário inflacionista emerge como consequência, impondo pressões relevantes sobre as margens da indústria hoteleira.
Um desejo para 2024
Dar continuidade ao cenário pujante do turismo nacional, consolidando e ampliando o crescimento observado em 2022. Desejamos que os nossos destinos continuem a ser reconhecidos internacionalmente e que o setor continue a prosperar, proporcionando oportunidades de emprego e desenvolvimento para as comunidades locais.