Quinta-feira, Setembro 28, 2023
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O Turismo não precisa de se reinventar. Precisa de regenerar.

Naqueles que são os primeiros sinais de uma retoma lenta, não nos cansamos de ouvir falar na capacidade de resiliência do Turismo e da sua necessidade de se reinventar. Ninguém duvida, efectivamente, dessa resiliência que nos caracteriza e nos faz continuar com garra e paixão contra todas as adversidades. Mas será que precisamos mesmo dessa reinvenção?

A nossa resposta é não. Tal como não precisamos de reinventar a roda. Na sua essência ela será sempre rendonda. O que podemos fazer apenas, é torna-la mais eficiente e mais potente. E o mesmo se passa com o turismo. A qualidade e diversidade da oferta do produto turístico nacional não foram afetadas pela pandemia. Toda a nossa riqueza paisagística, cultural, histórica e gastronómica continua disponível. E agora cada vez mais digital, mais acessível, com inovação e com a segurança necessária para recebermos todos os que nos queiram visitar.

Mas precisamos regenerar.

Talvez seja a maior lição destes ultimos 18 meses: os recursos não são inesgotáveis, e o turismo pode ser o seu maior inimigo, anulando-se na sua origem. Existe um outro caminho.

É dentro desta realidade que encontramos o Turismo Regenerativo como a solução mais sustentável para uma retoma eficiente da industria. Embora o conceito e definição já existam desde 2002, muitas duvidas subsistem e pouco se discute sobre o tema. Não falamos de um nicho de mercado, mas de uma solução global. Os tempos que vivemos nada têm a ver com um “novo normal”, com a tal necessidade de reinvenção. Mas com uma realidade que procura mais do que uma proteção da Natureza e dos ativos do sector, uma realidade que pede uma nova forma holística de pensar o Turismo, na sua forma de atuação e impacto.

O caminho que seguiamos…. estava errado. E não existe esse “novo normal”.

De acordo com Anna Pollock, “Com uma visão sistémica que abrange a relação do homem consigo mesmo, com o outro e com a natureza, o Turismo Regenerativo propõe uma mudança de valores que vão além da minimização de danos proposta pela sustentabilidade. É um upgrade ao verdadeiro conceito de Sustentabilidade. Partindo do conceito de desenvolvimento regenerativo, o Turismo Regenerativo procura não só preservar, mas sim recuperar, resgatar, regenerar, os diversos impactos negativos que já causamos nos ecossistemas, culturas e indivíduos enquanto actividade turística. Mais uma vez considera não só os impactos ambientais, mas também os pilares socio-cultural e económico.”
A sustentabilidade falhou. E vai continuar a falhar. Porque se baseia ainda num modelo economicista e de continuo crescimento apenas focado no turismo, esquece as comunidades onde este se insere. Mas o turismo depende da manutenção e preservação dessas mesmas comunidadades, pois é onde se constroi em todas as suas formas de subsistência.

O Turismo Regenerativo atua local. Impacta local. Constrói local. Em comunidade. E será este o caminho que cada um de nós terá de seguir, assumindo uma responsabilidade individual e colectiva, para garantir o sucesso e o futuro do Turismo nas próximas gerações e no agora.
Mas como podemos seguir esse caminho?

NOTA: nas próximas semanas iremos desenvolver a temática do Turismo Criativo Regenerativo, apresentando os seus benefícios, formas de actuação e como poderá ser este o caminho para uma recuperação da indústria.

Por Sandra Matos
Fundadora da Please Disturb Tourism Experts
Projecto Cocriativo de Consultoria 360º para Turismo Criativo Regenerativo
Pessoas – Planeta – Proveitos

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