A classe executiva dos aviões está a tornar-se cada vez mais luxuosa, espaçosa e privada. As mini-suites com portas na classe executiva dos aviões premium JetBlue’s Mint já estão no mercado há alguns anos, mas agora encontram-se em cerca de uma dúzia de companhias aéreas incluindo a Delta, All Nippon Airways, British Airways e China Oriental, noticia a CNN Travel. Apesar das portas oferecerem mais privacidade ao passageiro, alguns especialistas e companhias aéreas não concordam com a sua utilização.
As portas tornam a experiência da classe executiva melhor de duas maneiras: primeiro, acrescentam privacidade, e segundo, evitam aquilo a que os designers de assentos chamam o “brush past”, quando um passageiro ou membro da tripulação que está a passar no corredor choca com um passageiro que está sentado.
Embora estas mini-suites com portas sejam mais privadas do que muitos assentos de primeira classe, a palavra “mini” está no seu nome por uma razão: o espaço para cada passageiro é, embora massivo em comparação com a classe económica, ainda menor do que na primeira classe. Adicionar um ou dois centímetros para incorporar uma porta pode realmente impactar a quantidade de espaço disponível no lugar.
“Há sem dúvida um movimento no sentido de uma maior privacidade nos aviões. A cabine criada pela Emirates para a primeira classe estabeleceu um novo padrão para a classe executiva”, diz à CNN o vice-presidente de vendas e marketing de assentos de aviões da Collins Aerospace, Alastair Hamilton.
“A maioria dos lugares na classe executiva tem utilizado ‘conchas de privacidade’ há já alguns anos, que tiram outros passageiros da sua linha de visão quando todos estão sentados. A adição de portas aumenta ainda mais esta sensação de isolamento. Então, as portas são necessárias? Obviamente que não, mas são um benefício que adiciona mais privacidade para o passageiro, que descansa e dorme num voo longo”, Alastair Hamilton, vice-presidente de vendas e marketing da Collins Aerospace.
Hamilton acrescenta que as portas podem acrescentar custo, peso e complexidade a um assento, mas podem trazer mais receitas para a companha aérea. “Da perspetiva do passageiro, a capacidade de fechar a porta e de ter ‘o seu próprio espaço’ será sempre entendida como um benefício”, defendeu. “Quanto mais o corredor estiver no campo de visão, maior será o benefício em ter uma porta, particularmente enquanto o passageiro dorme. As companhias aéreas estão a optar pelas portas e a aumentar a privacidade em geral à medida que continuam a melhorar a experiência do passageiro”, sublinhou.
Algumas companhias aéreas estão a dizer que não
Quentin Munier, vice-presidente executivo de estratégia e inovação da Safran Seats afirma que a procura por portas varia de caso para caso, dependendo dos requisitos de conforto ou da disposição dos assentos. No entanto, o colega de Munier, Jean-Christophe Gaudeau, vice-presidente de marketing, diz que a procura parece estar a aumentar.
“As portas já estão no mercado há alguns anos, e ano após ano temos visto um aumento constante da percentagem de companhias aéreas que pedem portas nos nossos inquéritos. A questão vai ser cada vez menos a de ter ou não uma porta, mas mais a de saber como fazê-lo de uma forma inteligente e eficaz”, afirmou Jean-Christophe Gaudeau.
A questão será também sobre se as opções sem porta podem satisfazer a necessidade de privacidade, bem como a poupança de peso e espaço. A Safran Seats tem uma opção que é essencialmente como uma persiana espessa, horizontal, magneticamente presa, que se estende através do espaço da porta. Outras opções incluem uma cortina como a Air France utiliza nos seus assentos de primeira classe, umas divisórias que se expandem e retraem como um leque, ou painéis deslizantes que, embora não substituam a porta, acrescentam uma privacidade substancial.
Chris Brady, um veterano da indústria e fundador do fabricante de assentos Unum, diz que as companhias aéreas estão divididas quanto a esta questão. “Todas reconhecem que as portas são pesadas, com muita complexidade oculta devido aos requisitos de certificação”, afirma Brady, que defende que apesar de serem mais confortáveis para o passageiro, a sua utilização significa mais emissões de carbono.