Durante a abertura do 49º Congresso da APAVT, Pedro Costa Ferreira lançou um apelo ao presidente da Confederação do Turismo de Portugal, Francisco Calheiros, para que a CTP tome a liderança política da BTL (Bolsa de Turismo de Lisboa).
O presidente da APAVT afirmou: “Há uns anos, em sede de CTP, estimulei o seu presidente a tomar politicamente conta da BTL, impedindo que o turismo fosse utilizado por um mero processo de recuperação empresarial. Hoje, Dr. Francisco Calheiros, reforço esta posição e lanço-lhe o desafio”. O presidente da APAVT afirmou: “Precisamos de uma feira que sirva o turismo e que se articule com os seus estrategas, decisores e protagonistas, não precisamos que o turismo seja unicamente fonte alimentadora de uma necessidade crescente de realizar receitas.”
O responsável sublinhou a importância de transformar a BTL num evento que dinamize e promova o setor, questionando a natureza atual da feira: “Temos uma feira para o Turismo, ou temos o Turismo para uma feira?”, afirmando que a organização “se tornou gulosa e que apenas usa o sucesso do setor para obter mais e mais dinheiro, sem a menor articulação, ou mesmo respeito, pelos diversos stakeholders”. Pedro Costa Ferreira expressou a sua preocupação com o aumento das exigências financeiras da BTL, que resultou na desistência de vários associados, afirmando que “a BTL, enquanto necessitou da APAVT, acordou um preço que fez do nosso stand não apenas o maior stand privado da feira, mas também o maior dinamizador do programa dos hosted buyers”.
O presidente da APAVT justificou a decisão de sair da BTL em 2025, recordando que, durante a pandemia, a APAVT optou por “não exigir o reembolso das verbas entregues à entidade que gere a feira do turismo português.” Pedro Costa Ferreira destacou que, apesar desse apoio, “foram estes mesmos parceiros que, ultrapassada a pandemia, nos fizeram exigências financeiras que obrigaram dezenas de associados nossos a abandonar a feira.”
O presidente da APAVT enfatizou que, embora a BTL tivesse o direito de aumentar os preços, “não é isso que está em causa, naturalmente.” A questão central é a sustentabilidade e a relevância da feira para o setor: “Fechamos assim, um ciclo de dez anos, sabendo perfeitamente que é um ciclo que não tem regresso possível.”
Pedro Costa Ferreira concluiu agradecendo aos associados e stakeholders que contribuíram para o crescimento da APAVT, reafirmando que a defesa dos interesses do setor “não comporta apenas sorrisos, cedências ou bons relacionamentos”, mas deve ser baseada num compromisso real com o futuro do turismo em Portugal.