Quatro parceiros portugueses e quatro espanhóis aliaram-se para fundar um projeto europeu com o objetivo de promover o turismo fluvial nas zonas fronteiriças. Chama-se Red CIFT e conta com um financiamento comunitário de cerca de 817 mil euros.
Os oito parceiros ibéricos do projeto Interreg Espanha-Portugal da Rede de Cruzeiros Ibéricos Fluviais Transfronteiriços (Red CIFT) pretendem criar cruzeiros fluviais “que constituem a espinha dorsal do território transfronteiriço” dos países que ocupam os cinco grandes rios: o Minho, o Lima, o Douro, o Tejo e o Guadiana.
Os membros envolvidos visam ainda a criação de sinergias entre o turismo de cruzeiros fluviais e o turismo cultural, de forma a partilhar conhecimentos e experiências entre as regiões transfronteiriças.
Foi a Associação Empresarial da Beira Baixa (AEBB), um dos membros do projeto europeu, que avançou a informação, no seguimento de uma reunião realizada em Málaga, Espanha, sobre a criação da rede de destinos náutico culturais nas regiões em questão.
A Comunidade Intermunicipal do Alto Minho, a Associação para o Desenvolvimento do Baixo Guadiana e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve são as outras entidades portuguesas que integram o Red CIFT. Já os membros espanhóis são provenientes das comunidades autónomas da Galiza, Andaluzia, Extremadura e Castela e Leão.
O projeto assenta numa “abordagem inovadora e socialmente inclusiva, promovendo o turismo responsável e preservando o património natural e cultural de cada destino”, revela a AEBB em comunicado.
“Os resultados esperados incluem o aumento do turismo fluvial, a criação de emprego e de oportunidades económicas, a preservação e a valorização do património cultural e natural, a melhoria da acessibilidade e a promoção da cooperação transfronteiriça”, acrescenta a associação.
Algumas das linhas de atuação, diz a Lusa, incluem a certificação de boas práticas e a identificação de produtos turísticos de qualidade, juntamente com o intercâmbio de ideias entre os participantes e cursos com vista a promover a inovação, a criatividade e a responsabilidade ambiental na criação de itinerários náutico culturais.
No mesmo comunicado, a a AEBB enfatiza ainda que o projeto enfrenta diversos desafios, nomeadamente a a escassa promoção do turismo fluvial. “Apesar de contar com rios e paisagens fluviais de grande beleza, as bacias fronteiriças foram menos promovidas do que outras zonas turísticas das regiões participantes, o que limitou o conhecimento e a visibilidade destes destinos, dificultando o desenvolvimento turístico”, refere a associação, que menciona ainda a “acessibilidade e a conetividade, ambas muito limitadas nas bacias fluviais”, e “a gestão sustentável dos recursos hídricos”.
