A retoma de atividade da TAP prosseguiu durante o segundo trimestre de 2022. As receitas, o número de passageiros e o número de partidas foram mais do dobro dos valores registados no segundo trimestre de 2021, avança a companhia aérea nacional na demonstração de contas trimestrais publicada no site.
A TAP refere que “está a recuperar da crise”, com o ASK, o número de passageiros e o número de partidas a alcançaram entre 81% e 92% dos níveis pré-crise de 2019, enquanto as receitas atingiram 99% do seu nível pré-crise no segundo trimestre de 2019.
O PRASK aumentou 80,7% e 8,5% face ao segundo trimestre de 2021 e de 2019, respetivamente, com o Load Factor a aumentar 32 pontos percentuais face ao segundo trimestre de 2021 para 80,4%, atingindo 96% dos níveis pré-crise de 2019.
“Registou-se um forte resultado operacional no segundo trimestre de 2022”, com EBIT e EBIT Recorrente positivos, ascendendo a 66,4 milhões de euros e 47,9 milhões de euros, respetivamente, acima dos níveis pré-crise.
Segundo a TAP, o Resultado Líquido acumulado do primeiro semestre de 2022 foi de -202,1 milhões de euros, ainda negativo, mas 291,1 milhões de euros melhor do que no mesmo período de 2021 mantendo uma melhoria trimestral consecutiva.
Verifica-se, ainda, o aumento da posição de liquidez para 889,8 milhões de euros, “precavendo o facto de o segundo semestre ser sazonalmente o maior consumidor de liquidez”, sublinha a companhia aérea.
“O segundo trimestre registou uma procura muito saudável e receitas por passageiro mais elevadas, o que nos permitiu compensar o aumento nos custos. O contexto continua difícil e as perspetivas de procura para o quarto trimestre e próximo ano mantém-se incertas. A execução do plano de restruturação continua a ser fundamental,” afirmou Christine Ourmières-Widener, Chief Executive Officer da TAP.
Numa análise às operações no segundo trimestre de 2022, a TAP verificou que o número de passageiros transportados quadruplicou, em comparação com o mesmo período de 2021, atingindo 82% dos níveis de 2019. Adicionalmente, durante este período, a TAP revela que operou mais do dobro do número de voos do que no segundo trimestre de 2021, ou 81% das partidas do segundo trimestre de 2019.
A capacidade (medida em ASK) aumentou cerca de três vezes em comparação com o segundo trimestre de 2021, com o Load Factor a melhorar 32 p.p. face ao mesmo período do de 2021, atingindo 80,4%. Em comparação com o segundo trimestre de 2019, os ASK estão a 92% e o Load Factor a 96% dos níveis pré-crise.
As receitas operacionais foram quase quatro vezes superiores às do mesmo período do ano passado, aumentando em 597,4 milhões de euros para 830,6 milhões de euros, representando 99% das receitas operacionais do segundo trimestre de 2019. Segundo a TAP, este fator foi predominantemente impulsionado pelo aumento das tarifas e maior capacidade, resultando num aumento das receitas do segmento de passageiros em 586,4 milhões de euros vs. segundo trimestre de 2021, para 740 milhões de euros, e gerando um PRASK de 6,16 cêntimos – uma melhoria de 80,7% em comparação com o segundo trimestre de 2021 e 8,5% em comparação com o mesmo trimestre em 2019.
As áreas de Manutenção e de Carga contribuíram para o aumento das receitas com 7,8 milhões e 7,3 milhões de euros, respetivamente. A área de Manutenção terminou o segundo trimestre com receitas de 18 milhões de euros, mais 76,9% do que no segundo trimestre do ano passado. Por sua vez, as receitas na área de Carga ascenderam a 67,4 milhões de euros, aumentando 12,2% em comparação com o segundo trimestre de 2021.
Os custos operacionais recorrentes ascenderam a 782,7 milhões de euros, aumentando 92,5% em comparação com o segundo trimestre do ano passado. Este aumento significativo reflete o maior nível de atividade, dado um aumento de ASK de 166,5% durante este período. Em comparação com o mesmo período de 2019, os custos operacionais recorrentes foram 4,1% mais baixos, apesar do aumento do custo com combustível em 71,6 milhões de euros. O CASK dos custos operacionais recorrentes registou uma redução de 27,8% em comparação com o segundo trimestre de 2021, para 6,52 cêntimos, o que também compara com os 6,25 cêntimos do mesmo trimestre de 2019 (ou seja, +4,4%). Excluindo o combustível, a redução dos custos unitários é ainda mais visível, com o CASK ex-fuel a reduzir em 45,4% vs. segundo trimestre de 2021 e 9,9% vs. do mesmo trimestre de 2019.
O custo com combustível aumentou em 217,5 milhões de euros em relação ao segundo trimestre de 2021, ou perto de cinco vezes, para 277 milhões de euros. Verificou-se, ainda assim, um efeito positivo do hedging de 54,5 milhões de euros, “que compensou parcialmente o aumento acentuado do preço de mercado do jet fuel observado durante o trimestre”.
O EBITDA Recorrente, registou pelo quarto trimestre consecutivo um valor positivo e alcançou 156,8 milhões de euros no segundo trimestre de 2022. Isto representa um aumento de 211,7 milhões de euros em comparação com o mesmo período em 2021.
O EBIT Recorrente atingiu 47,9 milhões de euros, um aumento de 221,4 milhões face ao segundo trimestre de 2021. Considerando os itens não recorrentes, o EBIT foi positivo em 66,4 milhões de euros (mais 216,1 milhões vs. segundo trimestre de 2021). Em comparação com o mesmo período de 2019, o EBIT Recorrente e o EBIT melhoraram em 29 milhões e 50 milhões de euros, respetivamente.
Os itens não recorrentes, predominantemente relacionados com uma libertação de provisões devido a uma estimativa de custos reduzida para os riscos de litígio e liquidação relativos ao encerramento da M&E Brasil, no total, tiveram um impacto positivo de 18,5 milhões de euros nos resultados, segundo a TAP.
O Resultado Líquido melhorou 47,6 milhões de euros, em comparação com o segundo trimestre de 2021, para -80,4 milhões, apesar do impacto líquido negativo das diferenças cambiais de 58,2 milhões de euros resultante da evolução desfavorável do euro face ao dólar americano.
O Balanço apresentou uma “forte posição de caixa” e equivalentes de caixa de 889,9 milhões de euros no final do trimestre, aumentando os níveis de liquidez em comparação tanto com o quarto trimestre de 2021, como com o primeiro trimestre deste ano. A posição de caixa em 30 de junho de 2022 foi mais do que 1,5 vezes superior do que à mesma data de 2021, refletindo um aumento de 347 milhões de euros. A contribuição de 990 milhões de euros, aprovada pela Comissão Europeia no plano de reestruturação da TAP está ainda pendente e espera-se que seja executada até ao final do ano.
De uma perspetiva operacional, foram reabertos um total de sete destinos que estavam temporariamente suspensos (dos quais quatro são sazonais da época de verão), tais como: Ibiza, Tânger, Djerba, Monastir, Alicante, Boa Vista e Caracas. Com o relançamento da Boa Vista, a TAP Air Portugal retoma as operações para todos os aeroportos internacionais em Cabo Verde, e com o relançamento de Caracas, a operação em todos os destinos de longo curso está agora restaurada. A respeito da frota operacional, durante o trimestre, a TAP registou um aumento líquido de três aeronave para 96. A 30 de junho de 2022, 66% da frota operacional de médio e longo curso consistia em aeronaves da família NEO (em comparação com 63% em 30 de junho de 2021 e 27% em 30 de junho de 2019), informa a TAP.
Primeiro semestre
Numa análise ao acumulado do primeiro semestre, a TAP declara que as receitas atingiram 1 321,2 milhões de euros no período, um aumento de 245% em relação ao mesmo período de 2021. Juntamente com o maior nível de atividade (ASK aumentou 217%), também os custos operacionais registaram um aumento significativo de 73% para 1 316,8 milhões de euros, levando a um EBIT positivo em 4,4 milhões de euros, um aumento de 381,7 milhões em relação ao primeiro semestre de 2021.
O EBIT Recorrente, excluindo os itens não recorrentes de -3 milhões de euros, também foi positivo em 1,4 milhões. Os juros líquidos e a evolução cambial desfavorável, particularmente no segundo trimestre, levaram a um Resultado Líquido em -202,1 milhões de euros, ainda assim291,1 milhões melhor do que no mesmo semestre de 2021, conclui a companhia aérea.