O presidente da Vila Galé, Jorge Rebelo de Almeida, defendeu esta quinta-feira, dia 11 de novembro, que é preciso cuidado com o recrutamento e seleção de recursos humanos fora do país, sugerindo que haja formação e criação de condições para quem vem trabalhar para o país. Caso contrário, “se vierem para dormir na rua, vamos degradar até a imagem turística do país. Tudo isto tem de ser feito com equilíbrio, senão corremos o risco de perder a autenticidade dos destinos”.
O responsável da Vila Galé falava no painel “o Turismo tem Futuro”, no congresso nacional da Associação da Hotelaria de Portugal, a decorrer em Albufeira.
“Costumo dizer que as empresas é que têm de resolver os seus problemas, se ficam à espera dos governos, correm o risco de colapsar. Num caso como este, da falta mão de obra, temos de ter uma ajuda indispensável. Desde logo, cativar os que temos a não ir embora. O tema do pessoal precisa da ajuda do Estado desesperadamente, porque envolve problemas como a habituação. Há muita gente que vai embora do país porque não tem habitação. Não há incentivos nenhuns públicos à inversão da demografia”, defendeu.
Por outro lado, Jorge Rebelo de Almeida apontou o dedo à falta de condições do país e apontou soluções às empresas: “No Algarve não há transportes, temos de arranjar formas de ir buscar os trabalhadores a casa. Se as empresas querem ter boas equipas têm de criar condições. mas a primeira reflexão que faço é: cuidado, não podemos trazer gente indiscriminadamente para cá. Primeiro temos que tratar bem dos que temos cá. Depois temos de fazer bem o recrutamento e seleção, bem como a formação e depois criar as condições para virem. Porque se vierem para dormir na rua, vamos degradar até a imagem turística do país. Tudo isto tem de ser feito com equilíbrio se não corremos o risco de perder a autenticidade dos destinos”.
No caso do Vila Galé, a solução para colmatar a falta de mão de obra passa pela vinda de trabalhadores do Brasil: “Temos muita gente boa a trabalhar connosco no Brasil. No nosso caso temos uma vantagem: um dos canais de recrutamento que vamos seguir são os nossos hotéis no Brasil, onde temos mais de 2500 pessoas, e vamos convidá-los. Não vamos fazer à sorte, porque queremos ter garantias que, os que vêm, têm além de qualificação profissional, um bom carácter e boa formação moral.”