A faturação dos negócios em Portugal aumentou 33% em 2022 face a 2021, de acordo com o REDUNIQ Insights, o relatório da REDUNIQ que analisa a evolução dos pagamentos por cartão efetuados no país. Depois de dois anos fortemente impactados pela pandemia, o acquirer português revela que o consumo originado por cartões nacionais cresceu 23% em comparação com o período homólogo.
Foi o regresso dos turistas estrangeiros a Portugal que proporcionou uma melhor performance dos negócios, de acordo com o relatório, tendo a faturação por cartões estrangeiros disparado para mais 101% quando comparado com os valores de 2021. Deste grupo, o destaque vai para os franceses, que representam a maior fatia do consumo estrangeiro em Portugal (14% do total da faturação estrangeira), seguidos pelo Reino Unido (13%), Estados Unidos (10%), Irlanda (9%) e Espanha (7%).
Olhando para a evolução ao longo do ano, verificou-se no primeiro semestre do ano um “impressionante crescimento da faturação” da REDUNIQ de 45% face ao período homólogo, resultado justificado pelo “significativo impacto da pandemia na contração do consumo nos primeiros seis meses de 2021”, segundo a empresa. Já os números do segundo semestre mostram que o abrandamento expectável do consumo não se verificou, apesar da inflação e da subida de taxas de juro. Contudo, houve uma desaceleração dos ritmos de crescimento face a 2021.
Relativamente às épocas especiais de consumo, o verão de 2022 ficou marcado pela quase total recuperação da atividade turística face ao período pré-pandemia, com um aumento de mais de 30% na faturação total face a 2021. De acordo com a REDUNIQ, no Natal verificou-se também um aumento de 25% da faturação e o gasto médio foi de 231€, comparado com 207€ em 2021.
Paralelamente a este aumento global da faturação dos negócios, também o “contactless” terminou 2022 a atingir valores históricos, com cerca de 75% das transações em Portugal a serem efetuadas através desta tecnologia.
Ao nível da análise transacional por regiões, Lisboa, Beja, Guarda e Vila Real apresentam todos valores de faturação superiores a 2021, com crescimentos de 26%, 24%, 24% e 23% respetivamente. Quanto ao consumo estrangeiro nas regiões, o destaque vai para Lisboa, Açores, Porto e Madeira, que apresentam uma variação mais significativa, registando um aumento de faturação de 134%, 117%, 116% e 99%, respetivamente. Já de forma global, e graças ao papel do turismo, os distritos que mais cresceram de um ano para o outro foram justamente as regiões mais turísticas: Faro (44%), Madeira (42%), Lisboa (41%), Açores (34%), e Porto (31%).
“No que diz respeito à faturação total por setor de atividade, as categorias que apresentaram maiores crescimentos em 2022 são aquelas que no decurso de 2021, sobretudo no 1º semestre, ainda foram fortemente impactados pela pandemia”, revela a empresa. Neste sentido, a Hotelaria e Atividades Turísticas (102%), a Restauração (71%) e as Perfumarias (45%) foram os que mais cresceram.
Por outro lado, os setores que mais cresceram durante a pandemia foram os que menos cresceram em 2022, como os Hiper&Supers (18%), a Saúde (11%) e os Eletrodomésticos & Tecnologia (4%).
Por fim, e quando analisado o valor da compra média em cada um destes setores, destaque para a Hotelaria & Atividades Turísticas, que apresenta o valor mais elevado (144€), Acessórios de Automóveis e Oficinas (119€) e Eletrodomésticos &Tecnologia (118€).