A Ryanair fez um apelo ao Governo Português, esta quinta-feira, para “parar de perder tempo com ‘estudos’ e ‘comissões’ e entregar o tão necessário crescimento no transporte aéreo e turismo para Lisboa”. Segundo a companhia aérea, a solução para a crise de capacidade em Lisboa encontra-se no Montijo, e a “abertura urgente” desse aeroporto é vital para proporcionar à capital e a Portugal a “conectividade adicional necessária”, bem como o “crescimento do turismo/empregos necessários para estimular a economia”.
“O tempo de estudos, comissões e mais política acabou. Os cidadãos e visitantes de Lisboa merecem crescimento em frequências e novas rotas, e isso só pode ser entregue em Montijo. O aeroporto em Montijo já existe, precisa de um investimento modesto em infraestrutura terminal e poderia estar pronto para o verão de 2024 ou 2025 se o Governo português apenas tomasse uma decisão”, defende o CEO do grupo, Michael O’Leary.
A Ryanair argumenta que a abertura do Aeroporto do Montijo também é crucial para “quebrar o monopólio da ANA”, empresa detentora do Aeroporto de Lisboa, na Portela. A ANA, que planeia aumentar as taxas aeroportuárias em 17% a partir de 2024, é acusada pela companhia aérea de “prejudicar a conectividade de Portugal, o crescimento do turismo, a geração de empregos e de afetar as tarifas mais baixas para os consumidores e visitantes portugueses”.
O CEO da companhia aérea defende que a ANA, de propriedade francesa, “opera sem concorrência em Portugal”, o que, segundo o responsável, “permite o aumento de preços sem penalidades”.
“Apenas em Lisboa, as taxas de passageiros aumentaram em +50% desde 2019, apesar de a maioria dos aeroportos europeus ter reduzido as taxas de passageiros pós-covid para recuperar o tráfego e o crescimento”, afirma a companhia aérea, defendendo que o governo português “falhou em garantir que os aeroportos, que desempenham um papel vital na infraestrutura nacional, sejam usados para impulsionar o crescimento em benefício dos cidadãos e da economia de Portugal, em vez de enriquecer um operador de monopólio de aeroporto de propriedade francesa”.
A Ryanair expressa preocupação com as consequências do aumento das taxas aeroportuárias anunciado pela ANA, afirmando que já teve que retirar uma aeronave, um investimento de 100 milhões de dólares (cerca de 93 milhões de euros), da sua base na Madeira neste inverno. Além disso, a transportadora explica que vai reduzir o tráfego em Faro e Porto em resposta ao aumento de 17% nas taxas aeroportuárias a partir de 2024.
A Ryanair acredita que a concessão do Montijo a um concorrente da ANA aceleraria a abertura do aeroporto, promovendo “o aumento do tráfego e crescimento no turismo, além da criação de milhares de empregos em Lisboa e em Portugal”.