O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava) reiterou o seu apelo para travar a privatização da Azores Airlines, defendendo que o processo “trará custos brutais, no médio e longo prazo, a toda a região dos Açores”.
Num comunicado de imprensa, o Sitava enfatiza que é “fundamental e urgente travar este processo de destruição do grupo SATA que trará custos brutais, no médio e longo prazo, a toda a região dos Açores. É urgente a anulação da privatização em curso, é sempre tempo de aprender alguma coisa”.
“É com um misto de surpresa, e estupefação, que assistimos ao total descontrolo financeiro e de gestão, no que diz respeito ao presente e futuro do grupo”, afirma o sindicato, que sublinha que “privatizar não é uma inevitabilidade”.
O Sitava defende que a Azores Airlines e o ‘handling’ “não têm que ser privatizados, nem devem sê-lo”. Sendo os Açores uma região ultraperiférica da União Europeia, isto confere “direitos extraordinários ao Estado português para preservar a infraestrutura de comunicações da região, onde o grupo SATA é um elemento nuclear e insubstituível por interesses privados”, aponta.
“Importa desmistificar que a Comissão Europeia, por força dos tratados europeus, não exige (nem pode) a privatização seja do que for. Foi, sim, o Governo português que colocou no processo de reestruturação da empresa o objetivo de privatizar. Uma decisão política que, a concretizar-se, transformará o Governo em carrasco e coveiro do grupo SATA e dos açorianos”, sublinha.
O sindicato garante que irá defender os trabalhadores e os seus direitos “contra este crime económico e social em preparação” e frisa que “todas as formas de luta são legítimas”. Para o Sitava, o desmembramento do grupo SATA “será ruinoso para o povo açoriano e para os Açores”, num “negócio que só poderá ser da China” para quem compra “livre da dívida que, como sempre, fica do lado do público”.