Já não me recordo da última vez que escrevi um artigo para a TNews. A bem da verdade, já não me lembro da última vez que escrevi um artigo de opinião.
Isto para vos dizer que, muito honestamente, neste clima de instabilidade (a guerra entre Israel e o Hamas e a invasão, da Rússia sobre a Ucrânia) pouca ou nenhuma inspiração me ocorre.
No entanto, porque sou por natureza irrequieto e a minha mente não consegue deixar de “andar a mil”, vou conseguindo ter algum tempo para ler jornais com o objetivo de encontrar a tão necessária e desejada “luz”.
Entre as minhas leituras, um dos meus sites preferidos é o “Future Food Studiol” (desde já recomendo a todos os colegas ligados de forma direta ou mesmo indireta, ao Food & Béverage) e pertence a uma das maiores experts e conhecedoras do que se passa no mundo dos alimentos e bebidas desde conceitos, ideias, inovações, etc.
Segundo Hanni Rützler, e de uma forma muito breve, as tendências para 2024, no que se refere à alimentação, estão muito associadas ao “Estado de Emergência Climática” reconhecido pela Organização das Nações Unidas, através do seu Secretário-Geral.
Assim, a produção de alimentos através de base vegetal continuará a ser uma das principais tendências porque, cada vez mais, a produção intensiva de carne está associada a grandes níveis de emissão de gases com efeito de estufa. As gerações mais novas, cientes das questões ambientais aliam-se ao facto de ser necessário encontrar diferentes soluções sendo uma delas a opção pelas comidas de base vegetal.
Tecnologia de ponta: Novas formas de inovar a aperfeiçoar as técnicas já existentes, por exemplo, fermentação de precisão que permite a produção de queijo sem necessidade do animal ou mesmo carne ou peixe criados em laboratório. O resultado são produtos que sabem à matéria-prima original, mas sem optar pela produção intensiva de animais como fonte de alimentação.
Recentemente os Estados Unidos deram luz verde à produção da chamada “in vitro” meat ou seja, carne criada em laboratório para comercialização.
Mais tendências: Comida regenerativa; Combate ao desperdício alimentar (re-use food); Economia circular associada ao sector da alimentação são outras tendências previstas para 2024, mas deixarei as mesmas ao cuidado dos leitores mais interessados ou curiosos para descobrirem no mencionado website (www.futurefoodstudio.at)
Termino com um pequeno desabafo. Para quê tudo isto se nós, humanos, continuamos a nos comportar como todas as outras raças irracionais? Essas ao menos agem pelo instinto da sobrevivência e, mesmo assim, creio que conseguem ser menos cruéis. Valha-nos as gerações futuras e com elas a esperança de, um dia, nos tornamo-nos, realmente, numa raça na verdadeira
assunção da palavra!
Por Ricardo Augusto
É hotel manager do NEXT da Savoy Signature, na Madeira, Founder & CEO da REDE-T, rede de profissionais na área de turismo, hotelaria e restauração.
Parabéns pelo artigo ! Conteúdo inteligente, profundamente futurista, excepcionalmente bem escrito. Adorei.