A TUI Portugal vai participar com um stand na Bolsa de Turismo de Lisboa, que decorre de 16 a 20 de março, na FIL, em Lisboa. Na ocasião, o operador turístico vai fazer o lançamento dos seus dois novos catálogos para 2022, denominados Tendências e Experiências. Os dois catálogos serão apresentados às agências de viagens no dia 17 de março.
Em entrevista ao TNews, a equipa da TUI Portugal, representada por Andrea Pfeiffer, managing director, Sílvia Bordalo, product manager, Alexandra Silva, sales executive, Célia Semedo, reservations department manager e João Nunes Coelho, business development manager, deu a conhecer algumas das novidades destes dois catálogos, numa conversa que abordou ainda a estratégia da TUI Portugal para este ano.
O lançamento dos dois catálogos pretende ir ao encontro do posicionamento da TUI Portugal no mercado, ou seja, um operador especializado, mas vai além disso e procura ter “um olhar mais fresco sobre a indústria do turismo”, começa por explicar João Nunes Coelho.
“Temos um catálogo de tendências, com aquilo que identificámos que são as tendências para este ano, tendo em conta a nova realidade. Depois, temos um catálogo de experiências, em que vendemos os nossos produtos, pelo lado da experiência. O cliente escolhe a experiência, e nós dizemos-lhe imediatamente os pacotes e as ofertas em que pode fazer essa experiência”, refere o responsável.
Sílvia Bordalo, responsável de Produto da TUI Portugal, revela as novidades destes dois catálogos: “No catálogo das Tendências, vamos promover 14 destinos e adicionar novidades em alguns deles. Uma das novidades é a oferta de dois programas diferentes na Tailândia: um em Koh lipe, “as Maldivas da Tailândia”; e o outro em Khau Sok, que consiste na experiência de dormir sobre um resort flutuante no lago”. Importa referir que as vendas na BTL para a Tailândia terão confirmação imediata, sublinha a responsável de produto, para em seguida anunciar uma das novidade do catálogo das Experiências. “A grande novidade é uma surf trip nas Maldivas, ou seja, não há hotéis, nem resorts, as pessoas ficam alojadas num barco”. Sílvia destaca que o objetivo deste catálogo é vender a viagem pela experiência e não pelo destino.
Nesta edição da BTL, a TUI Portugal repete a iniciativa de 2019, ao convidar cinco agências de viagens para estarem no seu stand, a partir de sexta-feira à noite, dia 18 de março, a vender os produtos TUI ao cliente final. “Como operador daremos apoio”, refere Andrea Pfeiffer.
Vendas nos níveis pré-pandemia
Em 2022, a TUI Portugal volta a disponibilizar na sua oferta alguns destinos com os quais tinha deixado de trabalhar por causa da pandemia, entre eles o Canadá e o Perú, refere Sílvia Bordalo, quando questionada sobre novos destinos da programação para 2022. Esta não é a única novidade, já que a responsável de Produto acrescenta que vão dar mais ênfase aos circuitos e a produtos culturais na Turquia, além de reforçarem a aposta no Qatar e Dubai. “Estes dois últimos destinos são muito vistos como stopover e queremos que sejam vistos também como um destino final”.
As últimas cinco semanas têm revelado um grande volume de reservas, confirma a responsável pelo departamento de reservas do operador. Segundo Célia Semedo, os destinos mais vendidos para a Páscoa são os produtos habituais, ou seja, as Maldivas, mas há também “muitos pedidos” para a Tailândia, “apesar de só ter reaberto agora”, o que leva a responsável a mostrar-se confiante que este vai “ser um destino de topo”. Há igualmente pedidos para as Maurícias, Turquia, e “grandes destinos que estavam parados e que reabriram agora”, revela. É o caso da Polinésia Francesa, da Austrália, Nova Zelândia ou da Indonésia.
Comparativamente ao ano passado, Andrea Pfeiffer afirma que estão a registar um grande volume de reservas. “Estamos quase ao nível de 2019, até diria melhor”, diz a managing director, que aponta um crescimento para este ano de 20%, face a 2019. Ao contrário de períodos anteriores, “as pessoas não estão com tanto receio”, completa Célia Semedo, que justifica este crescimento “com o levantamento das restrições e com o facto de não ser necessário o teste PCR para entrar em Portugal. Na maior parte dos destinos, desde que os passageiros sejam vacinados, já não há praticamente restrições. E todos os dias estamos a receber informação de mais um destino que aceita passageiros sem o teste PCR. Isso é uma vantagem”, refere.
A perda de confiança para viajar por causa da subida de preços em alguns bens e da guerra na Ucrânia é residual, constatam. “O nosso produto é focado na qualidade e não no preço, se calhar outros operadores vão sentir essa diferença, os charters vão ter esse problema”, refere Andrea Pfeiffer.
Por sua vez, Alexandra Silva acrescenta: “Acabamos por beneficiar do facto das pessoas terem estado estes dois anos sem fazer viagens e aproveitam agora para a fazer uma viagem maior e melhor. Apesar do custo de vida estar mais caro, as pessoas acabaram por poupar e fazer uma viagem melhor”.

Pacote de divisão de estadias alargado a mais destinos
Depois das Maldivas e da Maurícia, a TUI Portugal já está a pensar em aplicar a divisão de estadias a outros destinos. “Sem dúvida, vamos ter outros destinos. Existem muitos destinos que estão focados no produto praia e há muito mais para ver do que apenas praia. A nossa estratégia passa por tentar que, nesses destinos que só são vistos como destinos de praia pelas pessoas, dar-lhes um twist”, explica Silvia Bordalo.
João Nunes Coelho sublinha que esta é a função do operador, isto é, “se conhecemos bem os destinos, temos de saber vendê-los às agências, para que, por sua vez, as agências saibam vendê-los ao cliente. Foi isso que aconteceu com as Maurícias: percebemos que uma boa experiência de viajar para a Maurícias é conhecer as duas costas, e não ficar apenas numa delas”.
Célia Semedo completa: “Não é só a questão da localização, muitas vezes também se coloca a questão dos hotéis, as pessoas querem experimentar mais do que um hotel, cadeia hoteleira, ou estar num quatro e num cinco estrelas”.
“Confiança” é a palavra-chave na relação com as agências
“Sentimos nestes dois anos que as agências ficavam um pouco receosas com o recomeço das vendas”, afirma Célia Semedo, quando questionado sobre a relacionamento do operador com as agências. “A nossa função foi tentar aliviar esse receio, dar todas as informações e a certeza que é seguro viajar e vai tudo correr bem”, conta. “Aconteceram muito as alterações às normas de um dia para o outro. O nosso papel foi dar confiança e dizer que vamos ajudar em qualquer circunstância. Acompanhámos todas as reservas do início ao fim”, declara. “A palavra chave foi a confiança”, acrescenta Alexandra Silva.
“Nunca fechámos e nunca nenhum passageiro ficou no destino”, sublinha Andrea Pfeiffer.
Abordagem diferente ao mercado
Nesta entrevista, a managing director da TUI Portugal reafirmou o compromisso de expandir a operação. No passado mês de fevereiro, quando anunciaram o reforço da equipa com a contratação de Sílvia Bordalo, o operador turístico assumia a sua aposta no crescimento do negócio.
Andrea Pfeiffer reitera essa intenção. “Somos conhecidos principalmente pelas Maldivas, o que é ótimo e vamos continuar, mas o mundo tem mais a oferecer além das Maldivas. Digo sempre que mal começámos. Agora temos estes destinos, mas no próximo ano vamos aumentar a nossa oferta consideravelmente. Temos equipa e know-how para isso”, afirma.
O crescimento é assente numa estratégia em que todos os departamentos participam, como explica Andrea: “A nossa postura não é apenas contratar e apresentar os produtos. Estamos mais próximos das agências, do cliente final, e daí partimos para a criação do produto. Ou seja, estamos a inverter a lógica. Isso implica sermos rápidos, dinâmicos e criativos. Essa é, em parte, a função Sílvia Bordalo. A equipa está muito dinâmica, já não é um operador clássico. Cada um dos vários departamentos (comercial, desenvolvimento de negócio, produto e booking) tem uma informação e, no final, é que vamos criar o produto”.
Para João Coelho, esta estratégia da empresa reflete aquilo que é o mercado hoje em dia. “Não podemos, nem faz sentido, dizermos: este é o nosso produto e agora comprem. Temos de olhar para aquilo que as pessoas querem fazer, as suas expetativas e criarmos as tendências. Por isso, é que também chamámos ao nosso catálogo: Tendências. Hoje, sobretudo, com a estratégia nas redes sociais, sabemos que temos a capacidade de criar um destino que será uma tendência”.
“Penso que temos cada vez mais uma abordagem diferente no mercado”, afirma Andrea Pfeiffer, e a entrada de novos operadores em Portugal é encarada “como normal” e “demonstra que há mercado”, ao contrário do que “muitas vezes se pensou que, depois da pandemia, o turismo iria passar por uma fase muito complicada”.
O operador turístico vai continuar a apostar na tecnologia, embora reconheça que não é isso apenas que o diferencia. “O que nos diferencia é a equipa e a experiência que temos, o serviço que damos ao cliente e isso nunca vai ser substituído por uma plataforma tecnológica”, refere Andrea Pfeiffer, até porque, afirma, “conseguimos adaptar todas as ferramentas do Grupo TUI ao mercado português, mas o que nunca vamos perder é a essência”.
“Há uma série de fatores que contribuem para o reconhecimento: não creio que haja muitos operadores a comunicar como nós comunicamos nas redes sociais, promovendo os destinos da forma como o fazemos. Penso que isso acaba por fazer com que muitas agências queiram trabalhar connosco, porque não só percebem a nossa visibilidade, como percebem que está a ser feito esse esforço e que os beneficiários mais diretos disso são eles próprios”, conclui João Nunes Coelho.








