À margem da 1.ª edição do Airmet Summit, Duarte Correia, country manager da World2Meet (W2M), adiantou, em entrevista ao TNews, que o grupo deverá atingir uma faturação de 2,8 mil milhões de euros em 2024, com 8% a 10% a corresponder a Portugal.
Como é que está a correr o ano de 2024 para a W2M?
De uma forma geral, a W2M teve um ano excelente. Em termos de grupo ibérico, esperamos atingir os 2,8 mil milhões de faturação, que deve corresponder cerca de 8% a 10% a Portugal. O impacto da touroperação portuguesa no seu todo ibérico é superior aos 10% em termos de volume de faturação. Portanto, está fora de questão em termos de grupo não pensarmos em Portugal na questão da touroperação. Portugal faz parte do projeto ibérico e faz parte do projeto W2M. Ganhámos o nosso espaço e pretendemos dar continuidade a esse posicionamento.
Toda a operação da Newblue correu muito bem de uma forma geral, tanto no long haul como no médio e no curto. Em termos de Icárion, nas longas viagens, ultrapassámos também as expectativas. Quanto ao bed bank, estamos a reajustar a nossa atividade porque mudámos de marca; era Pro e agora é Next, e lançámos a marca durante este ano. O bed bank funciona os 12 meses do ano, portanto, não está concentrado de maio a outubro; tem outro tipo de performance.
E, em particular, como foi o desempenho neste verão em comparação com o ano passado?
Foi superior, até porque nós temos o maior número de rotações. Além disso, mudámos de aparelho a meio da operação porque o avião que esperávamos não chegou a tempo; eram 230 [lugares] com classe business e classe económica. Demos continuidade ao avião com a matrícula portuguesa, com 388 lugares, e a partir de julho tivemos mais 130-140 lugares por dia para vender, e tudo se vendeu.
Posso acrescentar que a ocupação média do long haul da World2Fly foi cerca de 94% da ocupação, o que em termos de charter é muitíssimo bom. Portanto, estamos satisfeitos e o grupo está muito contente com a performance do mercado português. Vamos dar continuidade a este projeto, obviamente com mais produtos alternativos.
“O impacto da touroperação portuguesa no seu todo ibérico é superior aos 10% em termos de volume de faturação”
Destaca alguma operação como a mais bem-sucedida?
Não há dúvida de que o long haul e o Caribe é o nosso core. Temos preço, somos competitivos e temos um bom produto. O que é mais fácil de vender definitivamente é a República Dominicana, é o que tem maior procura e nós excedemos o segundo voo. Na verdade, todo o Caribe é o nosso core e foi transversal a ocupação de todos os nossos voos. Independentemente do país, Cuba, República Dominicana e México, foi transversal a ocupação dos voos; portanto, todo o Caribe teve sucesso em 2024 e esperamos dar continuidade para 2025.
Quais são as novidades em termos de destinos para 2025?
Tudo aponta para que, em 2025, tenhamos algumas adaptações no nosso programa com destinos novos. Vamos ter a Jamaica e vamos ter dois na República Dominicana, Punta Cana e La Romana. Há uma grande concentração de clientes na zona de Bayahíbe, de forma que vamos voar para estes dois destinos na República Dominicana. Vamos voar para Cuba com Cayo Coco e Varadero, e vamos fazer os dois voos de Cancún.
Além disso, temos a operação via Madrid: vamos ter Uzbequistão, Colômbia, Maurícia e Zanzibar. Atendendo a que estes destinos não têm tanto volume à partida de Portugal, nós não nos atrevemos a lançar estes destinos com voos diretos a partir de Portugal porque não há tanta procura. Ou seja, há procura para Maurícia e para Zanzibar, mas a procura não enche um avião. A World2Fly opera a partir do Terminal 4, que é o da Iberia, o que significa que os clientes fazem o check-in em Lisboa ou no Porto com bagagem direta até ao destino e não precisam mudar de terminal em Madrid, o que facilita bastante e é um fator competitivo em relação aos demais operadores que estão a operar em Espanha a partir de Portugal.
E quais são as perspetivas para 2025? Que objetivos pretendem atingir?
Os objetivos basicamente são que vamos alargar a operação. Vamos antecipar a operação para alguns destinos e vamos prolongar para outros. O Caribe vai ser antecipado e vai ser prolongado. Vamos começar em abril/maio alguns destinos, outros em junho e vamos esticar outubro/novembro do mesmo ano, ou seja, ter mais rotações para as Caraíbas, aumentando a capacidade e a oferta que se dá ao mercado.
Além disso, vamos voar sete vezes por semana. Em 2022, começámos com duas rotações, passámos para seis este ano, e o próximo ano terá sete. Vamos ter um aparelho novo que vem da AirChina, com cerca de seis anos, com capacidade para 350 lugares. É um [Airbus] A330 que irá ser registado com matrícula portuguesa a partir de Lisboa, a voar todos os dias de Lisboa para o Caribe. Estes são os nossos objetivos para 2025, além de que vamos operar para Cabo Verde, para a Albânia, para todos os destinos que tivemos este ano.
“Tudo aponta para que, em 2025, tenhamos algumas adaptações no nosso programa com destinos novos. Vamos ter a Jamaica, Punta Cana e La Romana”
O grupo vai entrar em força em 2025 com a Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL). O que é que isto significa para a W2M?
A BTL é, para nós, uma aposta no mercado português porque, com a nossa decisão e com o espaço que queremos, estamos a dar oportunidade a todos os nossos parceiros de venderem o nosso produto. Obviamente que são nossos convidados e para o efeito não pagam o espaço absolutamente nenhum, mas têm a oportunidade de vender o nosso produto ao melhor preço, ao preço competitivo, que é igual e transversal no mercado.
Além disso, vamos ter três grandes destinos, nomeadamente o México, a Jamaica e a República Dominicana, presentes no nosso stand.
Como está a ser a entrada do novo operador turístico Kannak no mercado português?
A Kannak já entrou no mercado português, é um produto recente, mas só para 2025 é que se irá notar alguma alma do produto porque foi criado muito recentemente. Temos datas fixas de partidas para grupos da Kannak para variedíssimos destinos. São circuitos que são tradicionais no mercado português e outros alternativos que vamos lançar no mercado. Essa é a última aposta do grupo.
Lançámos também durante este mês um novo produto, a Cibeles, que em Portugal não se espera que aconteça em 2024, eventualmente no inverno de 2025.
“Temos uma relação privilegiada com a Airmet, assim como temos com a GEA e com a DIT”
Estamos na 1.ª edição do Airmet Summit e a W2M tem mantido uma relação estreita com a Airmet. O que é que esta relação significa em comparação com outros grupos de gestão?
Temos uma relação privilegiada com a Airmet, assim como temos com a GEA e com a DIT. Temos uma parceria com todos aqueles que são nossos clientes. Somos amigos de todos, todos são nossos clientes e estamos muito satisfeitos. A Airmet teve esta iniciativa e nós viemos acompanhá-la, mas a GEA e a DIT têm outras iniciativas, e também as verticais, assim como a Wamos e a Abreu, têm as suas iniciativas. Nós acompanhamos sempre todos aqueles que são nossos parceiros no mercado.