Em fevereiro, o tráfego de passageiros aumentou 48% na rede de aeroportos europeus, face ao mesmo mês do ano passado. Quando comparado com o período pré-pandémico, o tráfego de passageiros ainda está 12% abaixo de fevereiro de 2019, indica o mais recente relatório do Airports Council International Europe (ACI Europe).
O relatório indica que 40% dos aeroportos europeus já recuperaram ou excederam os seus volumes pré-pandémicos. O crescimento foi predominantemente impulsionado pelo tráfego internacional de passageiros (+58%), de acordo com os dados. O tráfego doméstico de passageiros (+22%) está a expandir-se a um ritmo “muito mais lento”.
Os movimentos de aeronaves aumentaram +26% em toda a rede de aeroportos europeus em comparação com o mesmo mês do ano passado, com os aeroportos nos mercados da UE+ a aumentar +29% e os do resto da Europa a crescer 10%.
Com um aumento de +53%, os aeroportos da UE+1 (União Europeia/EEE, Suíça e Reino Unido) aumentaram o tráfego de passageiros ao ritmo mais rápido no mês de fevereiro, em comparação com o mesmo período do ano passado. Os maiores aumentos vieram dos aeroportos de Chipre, Malta (ambos com +92%) e Áustria (+81%).
10 mercados nacionais alcançaram uma recuperação total em fevereiro ou superaram os níveis de 2019. As melhores performances foram os aeroportos de Portugal (+18,9%), Luxemburgo (+10,9%), Chipre (+9,7%), Malta (+5,3%) e Bulgária (+4,9%).
Em contrapartida, os aeroportos da Eslováquia (-46,7%), Eslovénia (-38,5%) e Alemanha (-33%), República Checa (-29,9%) e Suécia (-28,3%) são os que estão mais longe de alcançar uma recuperação total. Isto reflete uma combinação de fatores, segundo a ACI Europe, nomeadamente o impacto da guerra na Ucrânia, a falta de penetração ou perda de tráfego de transporte de baixo custo e a ação industrial.
Entre os maiores mercados da UE+, os aeroportos em Espanha (+2,2%) registaram os melhores resultados, seguidos pelos aeroportos em França (-7,3%), Itália (-10,6%) e Reino Unido (-12,9%).
Nos aeroportos do resto da Europa – Albânia, Arménia, Bielorrússia, Bósnia e Herzegovina, Geórgia, Israel, Cazaquistão, Kosovo, Macedónia do Norte, Moldávia, Montenegro, Rússia, Sérvia, Turquia, Ucrânia e Uzbequistão – o tráfego de passageiros cresceu +23% em fevereiro, em comparação com o mesmo mês do ano passado.
Os aeroportos no Uzbequistão (+116,6%), Albânia (+93,7%), Kosovo (+39,6%) e Sérvia (+24,4%) excederam largamente os seus volumes pré-pandémicos. O mercado da Turquia (-6,8%) foi afetado pelos terramotos que atingiram o país. Surpreendentemente, os aeroportos da Rússia (+4,1%) permaneceram acima dos seus níveis pré-pandémia, uma vez que o tráfego de passageiros continuou a deslocar-se para os mercados nacionais e fora da UE+.
Padrões de recuperação
O tráfego de passageiros nos principais aeroportos europeus, denominados de “majors” – Londres-Heathrow, Istambul, Paris-CDG, Amsterdão-Schiphol e Madrid-Barajas – cresceu 55% em fevereiro, face ao ano anterior, mas ficou -11,7% abaixo dos níveis pré-pandémicos. Istambul e Madrid são os únicos aeroportos que recuperaram totalmente os níveis de 2019.
Em fevereiro, Londres-Heathrow foi novamente o aeroporto europeu com mais movimento de passageiros, permanecendo -5,1% abaixo dos seus resultados pré-pandémia. Istambul ficou em segundo lugar, com um forte crescimento no volume de passageiros (+4%). Segue-se Paris-Charles de Gaulle, com -11,9% do volume de 2019. Madrid-Barajas manteve a quarta posição, com o tráfego de passageiros +0,6% acima de 2019, e Amsterdam-Schiphol ficou -21,9% abaixo dos níveis pré-pandemia.
O desempenho do tráfego de passageiros de outros cinco grandes aeroportos e capitais em fevereiro refletiu uma recuperação em grande parte “impulsionada pelas rotas intraeuropeias e transatlânticas, pela procura de lazer e caracterizada por uma expansão significativa, mas seletiva, da capacidade das companhias aéreas de ultra baixo custo”.
Como resultado, Lisboa (+18,8%), Tel Aviv (+13,6%), Dublin (+2,4%), Atenas (+2,2%) e Palma de Maiorca (+1,1%) excederam os seus volumes pré-pandémicos, de fevereiro de 2019.
Em contraste, os piores desempenhos incluem Berlim (-44,1%), Munique (-29,3%), Helsínquia (-28,1%), Praga (-28,7%), Frankfurt (-25%) e Londres-Gatwick (-22,3%) e Estocolmo (-21,5%).