Terça-feira, Outubro 15, 2024
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6 estratégias para as companhias aéreas gerarem mais receitas, além da cobrança de taxas de bagagem

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Um recente relatório da CarTrawler revelou um rendimento recorde para as companhias aéreas no valor de 33,3 mil milhões de dólares gerado pelas taxas de bagagem. Mas será que a crescente cobrança das taxas de bagagem é uma boa estratégia para as companhias aéreas?

Recentemente, organizações europeias apelaram à abolição das taxas de bagagem de mão indevidamente cobradas. Desta forma, o relatório sugere que as companhias aéreas devem promover diferentes produtos e serviços auxiliares que possam gerar um aumento nas receitas. Para isso, alguns dos principais especialistas de empresas de tecnologia de viagens que conhecem bem o mercado apontam tanto as oportunidades como os desafios.

Eugene Ko, da Phocuswright, afirma que o panorama dos serviços auxiliares está a expandir-se, criando uma oportunidade crescente para as companhias aéreas se tornarem retalhistas. “De acordo com o nosso estudo, as tarifas aéreas mais elevadas e a procura constante fizeram aumentar as receitas dos passageiros em 13%, para uns impressionantes 198,3 mil milhões de dólares em 2023. Com a forte procura de lazer a impulsionar o desempenho das companhias aéreas, especialmente nas rotas de longo curso e premium, as mesmas têm uma oportunidade de ouro para captar oportunidades adicionais de receitas não relacionadas com bilhetes. Além disso, as companhias aéreas estão a divulgar os resultados das novas capacidades de merchandising, que revelam um aumento das receitas provenientes dos lugares premium, da venda a retalho e de uma maior fidelização por parte dos serviços auxiliares”, diz.

No entanto, Barry Klipp, da InterLnkd, considera que esta mudança para a próxima geração de serviços auxiliares já devia ter ocorrido há mais tempo. “Com a inflação a pressionar os consumidores e as companhias aéreas a lutarem para preencher lugares, os rendimentos estão a cair a pique. Combinando isto com moedas menos valorizadas, dívidas iminentes e a atual crise do custo de vida, temos uma tempestade perfeita. Para a enfrentar, as companhias aéreas devem estar preparadas para ir além dos tradicionais suplementos, como o aluguer de automóveis e o seguro de viagem, para aumentar os seus resultados.”

Contudo, para aproveitar plenamente o poder dos auxiliares, as companhias aéreas devem desmantelar o pacote tarifário tradicional e reconstruí-lo em torno das preferências individuais dos clientes, salienta Sergio Mendoza, da Airnguru. “Embora muitas companhias aéreas estejam a desagregar o bilhete aéreo, isso normalmente significa transferir parte das receitas do próprio bilhete para as vendas acessórias. A verdadeira oportunidade reside no aproveitamento da IA generativa para agrupar dinamicamente estes componentes, juntamente com outros acessórios de uma lista potencialmente ilimitada de possibilidades. Ao adaptar as ofertas às necessidades específicas de cada cliente e ao fixar os preços em conformidade, as companhias aéreas podem desbloquear uma nova procura substancial e oferecer uma experiência de compra muito melhor”, acrescenta.

Jason Guan, da DidaTravel, concorda que os serviços auxiliares são uma ótima oportunidade para promover a personalização, mas julga que há uma oportunidade para as companhias aéreas pensarem além da experiência de voo. “Tradicionalmente, os serviços auxiliares centravam-se na experiência ‘em rota’”, explica.

Para Jason Guan, estamos a assistir “a um aumento da popularidade dos suplementos personalizados pós-reserva. Imagine reservar o seu voo e, em seguida, adicionar facilmente experiências locais obrigatórias ou acesso exclusivo a eventos – tudo na plataforma de reservas da companhia aérea. As companhias aéreas podem estabelecer parcerias com fornecedores de atividades locais, criando experiências de destino personalizadas para os passageiros. Isto vai ao encontro do desejo crescente de viagens únicas e autênticas, enquanto as companhias aéreas podem ganhar comissões por cada complemento reservado”.

Por sua vez, Manuel Núñez, da Servantrip, aponta uma oportunidade significativa no domínio das experiências a bordo: “O ambiente a bordo apresenta uma oportunidade única para os passageiros descobrirem e reservarem atividades e bilhetes para o destino antes de chegarem. Nos voos de longo curso, em que os passageiros têm muito tempo livre, as companhias aéreas podem oferecer uma plataforma para planear e organizar as suas atividades. Isto não só melhora a experiência de viagem, como também proporciona um valioso fluxo de receitas para as companhias aéreas, facilitando as reservas de experiências e eventos locais”.

A sustentabilidade poderá ser outra área de foco auxiliar, aponta Christian Sabbagh, da Travelsoft. “O tema da compensação de carbono pode ser muito debatido, mas os serviços auxiliares centrados na sustentabilidade representam uma oportunidade crescente para as companhias aéreas – no cumprimento dos objetivos de carbono e no reforço da imagem de marca”. 

“Atualmente, os viajantes estão cada vez mais conscientes em relação ao ambiente e as companhias aéreas estão a reconhecer o valor de oferecer soluções que se alinham com este sentimento crescente. A compensação de carbono personalizada, por exemplo, permite que os passageiros calculem a pegada de carbono do seu voo específico e contribuam diretamente para projetos de compensação verificados. Isto permite que os viajantes, potencialmente assistidos por intermediários interessados, como operadores turísticos e agências de viagens, reduzam o seu impacto ambiental, ao mesmo tempo que as companhias aéreas demonstram o seu interesse na sustentabilidade”, conclui Christian Sabbagh.

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