Terça-feira, Setembro 30, 2025
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Turismo português não pode crescer mais sem ter um novo aeroporto, alerta CTP

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O presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Francisco Calheiros, deixou um apelo direto ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, para que assegure “estabilidade governativa” e demonstre “determinação, rigor e, sobretudo, sentido de urgência” na execução dos grandes projetos estratégicos para o setor. “Uma coisa é certa, o turismo português não pode crescer mais sem ter um novo aeroporto”, afirmou, na abertura da Conferência do Dia Mundial do Turismo, que decorre esta segunda-feira, dia 29, em Tróia.

Na presença do primeiro-ministro, Francisco Calheiros começou por sublinhar que o crescimento do turismo “depende também de um país com estabilidade governativa, decisões estratégicas atempadas e condições económicas que permitam às empresas planear e investir com confiança”.

“o crescimento depende também de um país com estabilidade governativa, decisões estratégicas atempadas e condições económicas que permitam às empresas planear e investir com confiança”.

O presidente da CTP deixou recados sobre os principais dossiês em aberto. “O que teima mesmo em não descolar é o novo aeroporto. Já lá vamos com longos meses de silêncio. E nada. Infelizmente, as minhas expectativas começam a confirmar-se. Passa o tempo e nada anda. Estou mesmo em crer que não vou ver o aeroporto de Alcochete. (…) Uma coisa é certa, o turismo português não pode crescer mais sem ter um novo aeroporto.”

Sobre a companhia aérea, recordou que “a TAP é importante para o país e para o Turismo e não pode continuar orgulhosamente só e isolada no mercado”. Apesar de aplaudir o início do processo de reprivatização, reafirmou: “A CTP defende, porém, uma privatização a 100% e não prescindimos de afirmar que continua a ser imprescindível que o consórcio internacional que fique a gerir a TAP, garanta desde logo o hub de Lisboa e as ligações aéreas especiais às ilhas e aos países da CPLP.”

“A CTP defende, porém, uma privatização a 100% e não prescindimos de afirmar que continua a ser imprescindível que o consórcio internacional que fique a gerir a TAP”

Ferrovia: “Bem faria o Governo em nos explicar”

Também a ferrovia foi apontada como prioridade: “A ferrovia é como sabemos uma necessidade do País e seria sem dúvida uma solução de mobilidade que muito beneficiaria o Turismo. Bastaria a Alta Velocidade Lisboa/Porto e Lisboa/Madrid e libertaríamos cerca de 40 voos diários da Portela. Bem faria o Governo em nos explicar o que está a ser feito neste sentido.”

Na área da mão de obra, destacou o programa “Integrar para o Turismo”: “O Turismo está a identificar, formar e integrar trabalhadores imigrantes. (…) Este é mais um exemplo de como a melhor parceria público-privada é sem dúvida a do Turismo”

Sobre os incêndios, Calheiros avisou que os fogos têm “consequências negativas no Turismo”, não apenas imediatas, mas também na perceção internacional: “As imagens dos fogos chegam às televisões de vários países emissores, o que pode começar a colocar em causa a escolha dos turistas para marcarem férias em regiões turísticas sempre mais afetadas pelos fogos.”

Lei laboral e reforma do Estado

Quanto à legislação laboral, considerou que “é fundamental que a lei laboral assegure simultaneamente a necessária proteção aos trabalhadores e a flexibilidade indispensável às empresas”. E lançou um repto direto ao Governo: “Senhor Primeiro-Ministro, lanço-lhe desde já um desafio: implementar um SIMPLEX para o Turismo.”

Defendeu ainda que “é imprescindível uma verdadeira reforma do Estado, que simplifique, digitalize e torne mais ágil a relação entre empresas e administração pública.”

“Senhor Primeiro-Ministro, lanço-lhe desde já um desafio: implementar um SIMPLEX para o Turismo.”

Questão fiscal: “um espartilho de crescimento”

No plano fiscal, voltou a exigir uma descida estrutural: “Portugal continua a ser um dos países da Europa com maior carga fiscal sobre empresas e trabalhadores. (…) Temos mesmo de agir nesta área, que representa um espartilho de crescimento para o país, inibindo as suas empresas e penalizando os seus trabalhadores.”

Por fim, alertou para os riscos de instabilidade: “O que menos precisamos é entrar num novo ciclo de incerteza política e de mais um período eleitoral.” E reforçou que “todos queremos que o Turismo continue a ser uma prioridade estratégica nacional”.

Calheiros terminou a intervenção recordando que “o setor do Turismo tem demonstrado enorme resiliência e capacidade de crescimento, mas não pode ficar condicionado por um Estado pesado e ineficiente”.

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