Segunda-feira, Outubro 14, 2024
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Ace Hospitality Management: “Temos a ambição de ser um dos top players em Portugal”

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Com uma trajetória de mais de duas décadas na indústria hoteleira, Mariano Faz ocupa o cargo de CEO na Ace Hospitality Management (AHM), uma empresa especializada na gestão de ativos pertencente à Mercan Properties. A AHM supervisiona um portfólio abrangente de mais de 600 quartos de hotel no mercado português, um número que está prestes a atingir a marca dos 1000 quartos no final de 2024 com a inauguração de três novos hotéis. Em entrevista ao TNews, Mariano Faz declarou que a empresa não tem planos de criar uma nova marca hoteleira do zero, nem de adquirir marcas já existentes. Em vez disso, a estratégia da AHM é focar em parcerias com marcas internacionais através de contratos de franquia, aproveitando a reputação e o reconhecimento global dessas marcas para impulsionar o sucesso dos empreendimentos sob a sua gestão.

Como é que surge a ACE Hospitality Management (AHM) em Portugal e como tem sido a evolução até agora?

A ACE Hospitality Management (AHM) estabeleceu-se em Portugal como resultado direto da Mercan Properties, detentora de 100% da empresa, expandindo a sua presença no mercado hoteleiro. A AHM tem se dedicado à gestão dos diversos ativos da Mercan, estabelecendo acordos de franquia com marcas como Hilton e Marriott. A evolução da AHM tem sido marcada por uma abordagem adaptativa e flexível para gerir uma ampla gama de ativos, desde hotéis de cinco estrelas até estabelecimentos de três estrelas, em diferentes localizações e com marcas distintas. Essa diversidade permitiu à AHM oferecer uma gestão personalizada para cada ativo, maximizando sua eficiência e desempenho.

Assumiu a função de CEO em junho de 2023 com que missão?

A missão é liderar a empresa no seu ambicioso crescimento. Isso implica não apenas expandir rapidamente o portfólio de hotéis, mas também garantir que a equipa esteja adequadamente preparada para sustentar esse crescimento. Dada a natureza única de cada hotel sob gestão da AHM, a missão é liderar a equipa para que possa adaptar-se de forma eficaz às necessidades específicas de cada ativo, aproveitando ao máximo as oportunidades de mercado.

Quantos hotéis gerem atualmente?

Atualmente, gerimos oito hotéis localizados no Algarve, Porto e Évora. Esses hotéis representam uma variedade de marcas, incluindo Hilton, Holiday Inn, Renaissance e Four Points. O crescimento inicial da empresa tem sido marcado pela expansão geográfica, começando pelo norte e avançando para o sul de Portugal. Para 2024, a AHM planeia abrir três novos hotéis, incluindo o Holiday Inn Express Porto, Holiday Inn Express Évora e um Holiday Inn em Beja.

Em que tipo de unidades e localizações a AHM está focada? Existe um padrão de investimento?

A nossa estratégia é diversificada, abrangendo uma variedade de unidades hoteleiras em diferentes localizações. A empresa prioriza oportunidades de investimento que oferecem o potencial de desenvolvimento. A escolha de investimentos é baseada numa combinação de fatores como oportunidade de mercado, viabilidade económica e adequação do produto. O nosso objetivo é cobrir todo o território português, aproveitando as oportunidades que surgem em diferentes regiões e segmentos de mercado.

A Mercan Properties tem apostado em contratos de franquia com marcas internacionais. Quais são as razões por trás dessa estratégia?

A aposta da Mercan Properties em contratos de franquia com marcas internacionais reflete uma abordagem estratégica para maximizar o potencial dos seus ativos hoteleiros. Ao associar-se a marcas reconhecidas globalmente, como Hilton e Marriott, a empresa pode aproveitar o prestígio, o marketing e os padrões operacionais dessas marcas para atrair uma base diversificada de clientes e garantir a qualidade do serviço oferecido. Além disso, essa parceria permite à Mercan concentrar os seus esforços na gestão eficiente dos hotéis, aproveitando a experiência e a infraestrutura das marcas franqueadas.

Equacionam criar uma marca própria ou adquirir alguma marca já existente?

Não, não está nos nossos planos a criação de uma marca própria ou a aquisição de marcas existentes.

Têm trazido algumas marcas internacionais novas?É expetável que tragam mais marcas novas para o destino?

Vamos trabalhar com a Hard Rock para abrir o primeiro hotel da marca em Portugal. Embora a empresa já tenha acordos com marcas da Hilton e Marriott, estamos abertos a colaborações com outras marcas que possam complementar o nosso portfólio. Embora não haja nenhuma nova marca confirmada no momento, continuamos a explorar oportunidades para expandir a nossa oferta e oferecer uma variedade de opções aos clientes. E a boa notícia é que agora temos um reconhecimento das marcas, como operador, sendo mais fácil trabalharmos com outras marcas.

Que leitura faz do mercado hoteleiro português?

Portugal consolidou-se como um destino turístico, com regiões como Lisboa, Algarve e Porto a experimentarem um aumento significativo no número de visitantes. Julgo que não estão exploradas todas as oportunidades, há muitos destinos que ainda não estão a ser trabalhados destinos turísticos mas que vão tornar-se, e isso surge com o investimento de hotéis.

Concretamente, olhando para Lisboa, Algarve, Porto ou Madeira, que são os destinos mais consolidados, continua a haver oportunidades de negócio para a hotelaria?

O crescimento do turismo em Portugal tem sido significativo, e ainda há espaço para o desenvolvimento de novos hotéis e conceitos inovadores.

Em que segmentos de mercado existem oportunidades?

Julgo que em todos os segmentos, desde que tragam algo novo, diferente e apelativo. Isso pode incluir hotéis de três estrelas com um conceito de design diferenciado, hotéis boutique que atendam a um público específico ou mesmo hotéis de luxo com serviços exclusivos. O objetivo é evitar a competição baseada apenas no preço, em vez disso, focando-se em criar experiências memoráveis e distintas para os hóspedes.

A missão da AHM é apenas gerir hotéis da Mercan ou estariam abertos a gerir hotéis de terceiros?

Sim. Não o fazemos neste momento, porque estamos em crescimento, mas definitivamente estamos abertos a fazê-lo. Não estamos proativamente à procura, neste momento, mas poderemos vir a ter outros clientes. É uma só uma questão de fases do crescimento, não estamos nessa fase. Estamos a adquirir tantos skills e marcas que a resposta só pode ser sim, só temos de definir o timing correto para o fazermos.

Pode falar sobre os planos de expansão da AHM, incluindo os novos hotéis previstos para abrir nos próximos anos?

A AHM está atualmente num período de expansão significativa, com vários novos hotéis previstos para abrir nos próximos anos. Entre esses empreendimentos, estão o Hard Rock Hotel, no Algarve, o Moxy em Lisboa (Alfragide) e o Double Tree perto do Aeroporto de Lisboa. Além disso, a empresa planeia abrir hotéis em diversas localizações no Algarve, Porto, Beja, Évora e outros destinos em Portugal. Esses planos refletem a ambição da AHM de se tornar um dos principais operadores hoteleiros em Portugal.

Com esse plano de expansão, serão um dos maiores proprietários e operadores de hotéis em Portugal, é isso que ambicionam?

Temos a ambição ser um dos top players em Portugal, estamos a adquirir o conhecimento, com diferentes marcas e conceitos, o que nos dá também maior potencial para explorarmos diferentes tipos de hotéis. Agora exploramos hotéis de cidade, resorts, e até do interior de Portugal, com um hotel Amarante, isso permite-nos estar abertos a explorar hotéis que outras marcas não veem adequados para si. No final do dia, temos tantas marcas com as quais trabalhamos que isso dá-nos a possibilidade de operar desde um pequeno hotel até um hotel com centenas de quartos.

“Neste momento, não temos presença nos Açores, de resto temos presença em todo o país, isso permite-nos ter flexibilidade para ir para cidades onde não estamos ainda, com Braga, Guimarães, depende das oportunidades. Olhamos para o mercado e não descartamos nenhuma cidade”

Há algum destino onde ambicionam ter presença?

Neste momento, não temos presença nos Açores, de resto temos presença em todo o país, isso permite-nos ter flexibilidade para ir para cidades onde não estamos ainda, com Braga, Guimarães, depende das oportunidades. Olhamos para o mercado e não descartamos nenhuma cidade. Analisamos o seu interesse. Por vezes os destinos podem não ser extremamente apelativos, mas podemos encontrar um ângulo de interesse para determinados mercados.

Como correu o ano de 2023 para os hotéis abertos?

O ano de 2023 foi positivo para os hotéis abertos pela AHM, com altas taxas de ocupação e desempenho sólido em termos de receita. Estamos confiantes que essa tendência continuará em 2024, com previsões otimistas para o mercado hoteleiro em Portugal.

Com o volume previsto de aberturas, há também uma necessidade de recursos humanos elevada. Como esperam contornar esta situação? Este é um dos principais desafios que identifica?

Nos últimos anos, a hotelaria enfrentou dificuldades com a retenção de talento. Acredito que o talento continuará a ser um desafio, mas temos de ser capazes de o atrair. E depende como se olha para este desafio. É necessário esforço para fazê-lo, obviamente, senão providenciarmos objetivos, ambição, transparência e profissionalismo, será mais difícil ter pessoas a quererem trabalhar. Julgo que, no geral, a situação do mercado está melhor, mas temos de continuar a provar o que valemos junto dos profissionais. Precisamos investir em fornecer valor, transparência e formação, para que as pessoas vejam uma carreira na hotelaria. Não vejo isso como um problema. Só é um problema se o criarmos a nós próprios por não investir nas pessoas.

Que outras ameaças identifica no mercado hoteleiro português?

Quando há um crescimento geral – e Portugal está a crescer em termos de turismo, há mais hotéis – gerir esse crescimento pode ser uma ameaça. Não vejo, na realidade, como uma ameaça, ao mesmo tempo é uma força, depende de como se gere este crescimento enquanto destino, como país. Se for gerido de forma correta, não devemos ver como uma ameaça.

Há alguma marca internacional que gostariam de trazer para Portugal?

É uma boa questão, não vou dizer uma marca em concreto, mas diria que deveria ser uma marca que fosse muito inovadora, e que trouxesse diferentes mercados emissores. Se tenho alguma na minha cabeça? Não. Mas há uma série de exemplos, no portfólio da Hilton e da Marriott, e outras que apareceram na Europa, e que Portugal irá atrair brevemente. Um desses exemplos é a Mama Shelter.  

“A entrada de outros players internacionais no mercado hoteleiro português aumentou a competição por ativos interessantes. No entanto, vemos essa concorrência como um estímulo positivo, pois indica um crescente interesse e apetite pelo mercado, o que pode resultar em mais oportunidades de negócio”

Outros players internacionais entraram no mercado. Isso criou uma maior dificuldade para encontrar ativos interessantes, há mais competição?

Sim, a entrada de outros players internacionais no mercado hoteleiro português aumentou a competição por ativos interessantes. No entanto, vemos essa concorrência como um estímulo positivo, pois indica um crescente interesse e apetite pelo mercado, o que pode resultar em mais oportunidades de negócio. Embora a competição possa tornar a aquisição de ativos mais desafiadora, também estimula a inovação e a diferenciação, à medida que os players procuram se destacar num mercado cada vez mais competitivo.

E os preços subiram?

Sim, os preços no mercado hoteleiro português têm experimentado um aumento nos últimos anos devido à crescente procura e à entrada de investidores internacionais. No entanto, a AHM enfatiza a importância de avaliar cuidadosamente as oportunidades de investimento e garantir que os preços estejam alinhados com o valor real dos ativos. Embora os preços mais altos possam representar um desafio, também refletem o crescimento e o interesse contínuo no mercado, o que pode ser benéfico a longo prazo para investidores e operadores hoteleiros.

No final deste ano quantos quartos terão sob gestão?

Muito perto de 1000 quartos.

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