Quinta-feira, Março 20, 2025
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Agência Abreu celebra 185 anos com novos projetos e maior aposta nas novas gerações

A Agência Abreu realizou no passado sábado, dia 18, mais uma edição do Abreu Summit, desta vez no Centro de Congressos do Estoril, com o objetivo de fazer um balanço do ano anterior e preparar o ano seguinte. À margem do evento, Pedro Quintela, diretor de Vendas e Marketing da Agência Abreu, fez um balanço de 2024, no qual admitiu ter sido um “bom ano”, por ter sido semelhante ao de 2023. Contudo, não foi um ano que “superou as expectativas”.

Na entrevista, Pedro Quintela abordou temas como os destinos mais procurados pelos portugueses em 2024, o regresso da Agência à BTL, as novidades para 2025 e como é que a Abreu se tem adaptado às novas exigências de mercado num momento em que o digital se encontra a redefinir a venda de viagens.

No que consiste o Abreu Summit?

O Abreu Summit, que é realizado todos os anos, tem como objetivo fazer um balanço do ano que passou e preparar o ano seguinte, ou seja, mais do que preparar é dizer às pessoas o que é que esperamos que aconteça no ano corrente. Este ano, entre staff interno e convidados, contamos com 700 pessoas.

Esta é a segunda edição do pós-pandemia. Antes disso, acontecia todos os anos com o nome Convenção de Vendas da Abreu. Portanto, isto até 2019 sempre aconteceu, depois de 2020 já não, e decorria num formato mais fechado, era muito focado nas equipas comerciais, nas de produtos e nas de contratação. Focávamo-nos muito mais nas vendas e agora o foco é o grupo, seja na Abreu Viagens ou na Abreu Logistics.

Pode fazer um balanço de 2024, em termos de crescimento e faturação?

Relativamente à faturação, ainda não temos esses dados fechados. Na Abreu diferenciamos sempre as vendas financeiras das económicas, ou seja, uma coisa é o que o cliente compra e outra coisa é o cliente viaja na realidade, porque até pode cancelar e pode não viajar no mesmo ano em que compra, por isso as contas ainda não estão fechadas.

2024 foi um ano bom, porque foi ao nível do ano anterior, contudo, não foi um ano muito melhor do que o anterior, como gostaríamos que tivesse sido. Na realidade, sabíamos que 2023 ia ser um ano forte porque tínhamos vindo de uma pandemia, enquanto 2022 não vendemos o ano inteiro, porque só a partir do segundo quadrimestre começámos a trabalhar em dobro. Já 2023 foi o ano da verdadeira revenge travelling, em que toda a gente queria viajar desde que houvesse disponibilidade e, portanto, sabíamos que tinha sido um ano muito forte.

2024 manteve-se um ano muito parecido, até em termos de resultados, mas não com o crescimento acentuado que tivemos entre 2022 e 2023.

Em 2024, quais é que foram os destinos mais procurados pelos vossos clientes?

Os destinos de tour operação no verão são sempre muito vendidos, desde Cabo Verde, Porto Santo até às nossas ilhas. Curiosamente, o destino que mais vendemos e que muitas vezes ninguém tem consciência é exatamente o destino Portugal.

Em 2024, vendemos imenso as nossas ilhas, o Algarve, o Alentejo, o Norte e o Douro. O próprio país tem um peso muito grande nas nossas vendas. Nós pensamos muito na Abreu como outgoing, mas, na verdade, a Abreu vende muito o destino Portugal.

Depois, Caraíbas, Cabo Verde ou Ásia, como a Tailândia ou o Japão, tiveram muita procura. No ano passado, o Japão teve uma procura a uma escala muito menor em termos de número de passageiros, quando comparado com Caraíbas, Cabo Verde ou Marrocos, onde tivemos um número de passageiros muito maior. Contudo, a procura pelo Japão cresceu.

Na realidade, o que tentamos fazer é mostrar às pessoas que a Abreu vende o mundo de forma diferente, através de programas pensados exclusivamente para o cliente. Outras vezes, tentamos levar os clientes numa viagem improvável, ou seja, levá-los a conhecer destinos que provavelmente nunca pensaram visitar.

“se está a pensar viajar, procure a Abreu, porque nós vamos ter a solução. É esta a mensagem que queremos passar aos portugueses”

E até agora, qual é que vai ser o destino tendência em 2025?

Creio que ainda é cedo para pensarmos nisso. Se olharmos, por exemplo, para o nosso bed bank, que é a Abreu Online, começamos a ter no início do ano muitas reservas para as Maldivas. 2022 foi um ano fortíssimo de Maldivas e agora, no início do ano, começamos a ter algumas reservas que não tínhamos em janeiro de 2023. E, aqui, observamos uma ligeira tendência, mas estamos a falar de muito pouco tempo, é verdade que nós no ano passado já começamos a vender 2025, mas ainda não conseguimos apurar uma tendência. Isto se falarmos das novas e não das antigas, porque Cabo Verde, Marrocos, Tunísia, Caraíbas e Ilhas Espanholas vão continuar a ter muita procura.

O cliente português ainda tem aquela tendência de reservar muito em cima da hora ou já há aqui alguma diferença?

Em 2022 e 2023, notámos que os portugueses voltaram a reservar um pouco mais em cima da hora, até pelos anos anteriores que vivemos, mas por exemplo, em novembro do ano passado, já estávamos a vender muitas coisas para o verão deste ano. Ou seja, na realidade, nós em 2024 vendemos mais coisas para 2025 do que em 2023 tínhamos vendido para 2024.

Portanto, notamos que existe uma ligeira tendência para voltar a comprar mais cedo e que aquele pensamento de comprar antecipadamente para pagar menos está a voltar à mente dos portugueses. No final de 2023, já se vendiam algumas viagens de verão para 2024, mas este ano claramente a procura foi maior.

A Agência Abreu regressa este ano à BTL depois da sua última participação em 2019, porquê o regresso este ano?

Vamos regressar porque nós este ano fazemos 185 anos. É um marco para empresa, continuamos a ser a agência de viagens mais antiga do mundo, mas aquela que, se quisermos, mais irreverente, porque ninguém dura 185 anos, se não tiver a capacidade de ir fazendo coisas diferentes, experimentando, testando e mudando.

O próprio Mundo Abreu tinha um conceito antes da pandemia, teve outro no pós-pandemia e este ano vai ter um conceito híbrido. Vamos estar no Pavilhão Carlos Lopes, à semelhança do que fazíamos com a FIL, ou seja, vamos ter lá os nossos parceiros a expor-nos. Vamos também estar espalhados por vários shoppings do país, porque foi um modelo que funcionou bem no pós-pandemia. Na realidade, vamos fazer um mix de dois modelos que funcionaram muito bem, portanto, é este o nosso registo, de experimentar e fazer coisas diferentes.

Este ano, fazemos 185 anos e sentimos que temos de estar em todos os momentos importantes e em todas as frentes. Nós vamos fazê-lo, seja no Mundo Abreu, em que vamos ter um Mundo Abreu muito forte, na BTL ou em festivais de verão para comunicar muito mais a marca Abreu a todos os potenciais clientes que visitam esses eventos.

Portanto, nós este ano decidimos que, de facto, 185 anos é um momento que tem de ser marcado por vários momentos de comunicação e este Abreu Summit, que este ano tem dois dias, o primeiro mais interno e o segundo mais externo, é também um exemplo disso, porque no ano passado o Abreu Summit só teve um dia. Portanto, este ano vamos, certamente, de forma mais incisiva, estar presentes no mercado com várias iniciativas.

“O próprio Mundo Abreu tinha um conceito antes da pandemia, teve outro no pós-pandemia e este ano vai ter um conceito híbrido. Vamos estar no Pavilhão Carlos Lopes, à semelhança do que fazíamos com a FIL, ou seja, vamos ter lá os nossos parceiros a expor-nos”

E vocês, como agência, estão a tentar atrair mais jovens?

Nós como agência estamos permanentemente à procura de continuar a manter aqueles clientes que confiam em nós. Há uma novidade a caminho, não vou ainda divulgar detalhes, mas estamos a preparar uma coisa para os 185 anos que vai falar exatamente disso, sobre os clientes que viajam connosco geração atrás de geração.

A Abreu é uma empresa que está na sexta geração. A quinta ainda está presente, mas a sexta já está a aparecer, o nosso presidente, que é o Dr. Jorge Abreu, já é da sexta geração, e nós, com esta capacidade de estramos presentes desde sempre, pretendemos celebrar este momento de forma diferente. Por isso, este ano vamos ser muito falados, porque vamos comunicar mais para mostrar que estamos aqui, e que só estamos aqui exatamente por esta irreverência, por esta capacidade de fazer diferente e por esta inovação.

Quais é que são as novidades da Agência Abreu em 2025?

Temos algumas novidades internas que foram partilhadas ao longo destes dois dias com os nossos colaboradores, nomeadamente projetos de employer branding. Ontem tivemos a oportunidade de mostrar às nossas pessoas que acreditamos nelas e que precisamos delas para continuarem a fazer o que sempre fizeram até agora, que é deixar um legado para quem vier a seguir, à semelhança do que já tem acontecido.

“Nós estamos aqui, 185 anos depois, porque houve alguém antes de nós que fez mais do que o suficiente. Para a abreu, suficiente não é suficiente, temos que estar, no mínimo, num nível bom”

Relativamente ao projeto de Employer Branding, pretendemos trabalhar aqui todas as dimensões das nossas pessoas, desde o desenvolvimento das pessoas com formação, passando por melhorar os nossos espaços físicos até aos escritórios centrais, vamos ter várias novidades. Entre as novidades externas, lançámos recentemente uma área que se chama Abreu Experience, que na realidade é uma equipa que gere os contactos que temos pelo social media.

A Abreu Experience recebe contactos dos clientes e não canaliza para o nosso site, ao invés disso entra em contacto com o cliente para marcar uma videochamada. Sentimos que há cada vez mais clientes que não querem ir a uma loja e, portanto, nós temos que constantemente adaptar os modelos de acordo com as novas exigências do mercado. Contudo, não querem ir a uma loja, mas ainda assim querem falar com alguém que não seja um chatbot. Desta forma, nós fazemos uma videochamada e fazemos chegar a proposta para o cliente analisar, bem como o método de pagamento. Portanto, tudo acontece desta forma, que acaba por ser virtual, mas que há contacto visual com a pessoa, porque é por videochamada e não por e-mail ou telefone.

Depois temos outros projetos, como é o caso do nosso cartão de fidelização VA, que vai ter muitas novidades ao longo deste ano. O cartão não vai ficar só dentro das nossas lojas, como vai estar espalhado pelo país, contudo, não podemos dar mais detalhes porque as parcerias ainda não estão fechadas. Este é um cartão que o viajante ganha por ser nosso cliente e por ser fidelizado.

A Agência Abreu conta atualmente com quantas lojas?

Entre lojas e centros de negócio, que tanto trabalham lazer, mas trabalham principalmente corporativo, são 110.

Planeiam abrir mais?

Vamos abrir mais algumas, mas de forma cirúrgica. Ou seja, temos alguns locais onde sabemos que queremos estar e ainda não estamos porque não encontrámos a loja certa. Depois da pandemia, só temos aberto lojas onde sentimos que vai, de facto, correr bem. Temos feito algumas renovações, mas 110 lojas não é fácil de renovar, porque mesmo que renovemos 20 lojas por ano, precisamos de seis anos para renovar todas, e, ao fim desses seis anos, aquelas que renovámos antes já vão precisar de mais renovações. Este é um trabalho que implica investimento.

Como é que a Agência Abreu se tem adaptado às novas exigências de mercado, num momento em que o digital se encontra a redefinir a venda de viagens?

A Abreu está a adaptar-se. Se calhar há um ano e meio não diria que estava satisfeito, mas hoje em dia estou bastante contente com o trabalho que temos feito. A Abreu Experience é um desses projetos da nossa adaptação às novas tecnologias. Inclusive, já estamos a fazer projetos ligados à inteligência artificial dentro da empresa, porque sabemos que não podemos ficar atrás. Ou seja, qualquer ano que percamos no movimento que está a acontecer é um ano que se calhar não se recupera.

E, portanto, nós temos isso bem consciente, seja em termos de tecnologias, redes sociais ou inteligência artificial, sempre numa perspetiva de melhorar os nossos processos e de facilitar a vida às nossas pessoas.

Esse é o princípio, ou seja, na realidade, quando olhamos para estas mudanças que podemos fazer ao longo do ano, são coisas que têm impacto no cliente, mas são internas. Tentamos sempre ajudar todas as aéreas da Agência, seja a de vendas ou a de suporte, a fazerem o seu trabalho de forma mais eficaz e eficiente para garantir que respondemos mais rápido àquilo que é a evolução do mercado.

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