A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) considera que o plano de desconfinamento que entrou em vigor este domingo, dia 1 de agosto, é “um excelente avanço para o início da normalização do setor, sobretudo pelo facto de estar definido já para o médio prazo”. Em comunicado, a associação” aplaude também a extensão do Apoio à Retoma Progressiva (ARP) até à normalização da atividade, ainda a aguardar concretização”.
Porém, os hoteleiros sublinham que aguardam resposta por parte do Governo sobre uma questão fundamental: a aceitação de certificados de vacinação não UE.
“Há muito que a AHP vem sublinhando ser fundamental a aceitação de certificados digitais de vacinação provenientes, para já, dos EUA, Canadá, Israel e Espaço Schengen, dada a importância que estes mercados têm para o nosso país e o estádio de vacinação em que se encontram (neste momento apenas a Suíça e o Reino Unido têm o certificado de vacinação reconhecido)”.
Raul Martins, presidente da AHP, refere que ”sabemos que esta decisão não depende apenas do Governo português, visto que a nível europeu está consagrada a regra da reciprocidade no reconhecimento. Todavia, porque esta regra nos está a ser muitíssimo prejudicial e a atrasar a recuperação económica, cabe a Portugal pressionar pelo seu lado e, inclusive, tomar uma posição de abrir o caminho e decidir por si. Aliás isto é o que vários países europeus estão a fazer!”
Paralelamente a AHP também reforça que aguarda há mais de 15 dias por uma decisão do Governo quanto à estadia de tripulações de companhias aéreas nos hotéis. A AHP considera que “há uma contradição legislativa, e é isso que tem de ser esclarecido”. Para Raul Martins, “esta sim é matéria exclusivamente da competência do Governo português. É absurdo que tenham de se testar os tripulantes que ficam em estabelecimentos hoteleiros, ao contrário do previsto em matéria de transporte aéreo, que dispensa as tripulações do cumprimento desta obrigação. Isto tem levado a grandes dificuldades e stress nos hotéis onde as mesmas se alojam.”
O presidente da acrescenta que “foi com satisfação que assistimos à decisão de levantar gradualmente as restrições”. Para haver Turismo “é necessário que tudo regresse a uma “certa normalidade”. E tal significa abertura aos nossos mercados emissores, coerência e estabilidade nos procedimentos. Aguardamos ainda a concretização da extensão do ARP e outras que ainda estão a faltar e que são fundamentais para as nossas empresas”, conclui.