Domingo, Março 23, 2025
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Anabela Freitas defende que “atividade turística é sinónimo de Paz, mas que é preciso cumpri-la”

Anabela Freitas, vice-presidente da Turismo Centro de Portugal, defendeu na passada quarta-feira, dia 5, que a atividade turística é um sinónimo de Paz, mas que é preciso um esforço conjunto para assegurar que é um objetivo que se cumpre. “Não é por acaso que escolhemos a Paz como tema deste Fórum. A Paz é um dos 17 objetivos do desenvolvimento sustentável, mas, como ficou demonstrado nos painéis deste encontro, temos todos de trabalhar para cumprir este desígnio”, disse Anabela Freitas, na Sessão de Encerramento do Fórum Interno “Vê Portugal”, que decorreu em Torres Vedras, entre os dias 3 e 5 de junho.

Na sua intervenção, a dirigente da Turismo do Centro agradeceu aos mais de 500 participantes que compareceram no encontro durante os três dias, bem como aos oradores que enriqueceram os vários painéis. Fazendo um resumo dos principais assuntos abordados no Fórum, concluiu que, “sendo o turismo um dos fatores de coesão do território, também ficou evidente, nestes dias, que é um setor frágil e sensível às ameaças externas”.

Laura Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras, usou também da palavra na Sessão de Encerramento para agradecer a presença de todos e destacar a importância dos assuntos debatidos nos três dias de evento. “O turismo anda lado a lado com a educação, que é necessária para a tolerância e para a compreensão do outro. Pegando no mote do evento ‘Turismo, Ponte para Gerar Entendimentos’, deixo o desafio de criarmos pontes a nível internacional com territórios que sofram com a guerra. Podemos todos fazer a nossa parte”, sustentou.

Antes da Sessão de Encerramento, o terceiro dia de Fórum levou ao palco vários momentos de debate estimulante.

O primeiro painel da manhã, moderado, como todos os painéis do dia, pelo jornalista Paulo Baldaia, foi dedicado ao tema “O Turismo como Ferramenta de Construção e Manutenção da Paz”. Os oradores foram Maryna Mykhailenko, Embaixadora da Ucrânia em Portugal; Euhenia Kubakh, diretora de desenvolvimento na organização ucraniana “Centro das Liberdades Civis”, Prémio Nobel da Paz em 2022; Dulcineia Ramos, vereadora da Câmara Municipal de Torres Vedras; e o Joaquim Ganhão, Capelão do Santuário de Fátima. O painel concluiu que “os turistas podem ser embaixadores da paz” e um dos momentos de maior destaque foi protagonizado pela Embaixadora da Ucrânia, quando desafiou os portugueses a visitarem o seu país “depois da vitória”. “Esperamos 200 mil portugueses depois de vencermos”, disse.

“Onde não há um destino seguro e em paz, o turismo não poderá ser um fator de crescimento económico”

O segundo painel teve como assunto “A Paz como Destino Turístico”, com intervenções de Filipe Domingues, representante em Portugal do IEP – Instituto para a Economia e Paz; Ana Jacinto, Secretária Geral da AHRESP; Bernardo Trindade, presidente da AHP – Associação da Hotelaria de Portugal; Lídia Monteiro, Vogal do Conselho Executivo do Turismo de Portugal; e Jaime Mayaki, diretor do departamento de cooperação técnica da OMT – Organização Mundial do Turismo.

Neste painel, os oradores concordaram que, onde não há um destino seguro e em paz, o turismo não poderá ser um fator de desenvolvimento e crescimento económico.

Filipe Domingues aproveitou a ocasião para recordar que Portugal, desde a primeira edição do Índice Global da Paz, está sempre no top 10 dos países mais seguros do mundo. Contudo, afirmou que “não há nenhum automatismo que ligue necessariamente os indicadores de paz à atratividade turística”.

Na ocasião, Lídia Monteiro garantiu que Portugal não usa a segurança como um fator de promoção explícita. “A segurança é um fator relevante para o turismo em todo o mundo, portanto, todos os destinos devem consolidar e promover a paz e a segurança em todo o território”. No entanto, deixou claro que o turismo “não lida bem com a falta de segurança”.

Por sua vez, Ana Jacinto optou por trazer um vídeo de uma conversa com estudantes que estão agora a entrar no mercado de trabalho, com o objetivo de tentar perceber o que eles pensam sobre o tema. Com o vídeo, a responsável chegou à conclusão que a questão da paz e da segurança “não são valorizadas”.

Por último, Bernardo Trindade ressaltou, durante o seu discurso, que “quando não valorizamos o suficiente a questão da paz e da segurança, e o quão importante é para o desenvolvimento da atividade económica, é porque a vemos como garantido”.

O “Vê Portugal” juntou mais de 500 participantes em Torres Vedras, ao longo de três dias de debate e de iniciativas variadas, numa organização da Turismo Centro de Portugal e do município de Torres Vedras.

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