O presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), Pedro Costa Ferreira, mostrou-se preocupado com “a inflação e eventual recessão” nos Estados Unidos, na sequência das tarifas comerciais impostas pela administração de Trump, podendo levar a um “travão ao crescimento” deste mercado.
“A espetacular dinâmica recente do mercado emissor americano para o nosso país, deve provocar-nos preocupação acrescida: inflação e eventual recessão no final do ano, nos EUA, trariam certamente alguma espécie de travão ao crescimento deste mercado, que se tem revelado tão importante junto de Portugal”, disse Pedro Costa Ferreira, em declarações à agência Lusa.
A APAVT disse estar receosa das eventuais consequências das novas políticas norte-americanas, que podem acelerar a inflação e até mesmo causar depressões económicas, provocando menos consumo mundial, o que “poderia implicar, de facto, menor número de turistas a nível mundial”.
Pedro Costa Ferreira considera que ainda é “cedo para comentários definitivos” no que diz respeito ao impacto destas medidas na procura do destino dos EUA por turistas portugueses, até porque “a dinâmica do mercado emissor português para os EUA implica ela própria que, nesta fase do ano, não existam reservas em número significativo”.
“Contudo, se a instabilidade política se mantiver e as políticas identitárias e antiglobalização perdurarem, é natural que venhamos a ter, este ano, menos turistas portugueses nos EUA”, realçou o presidente da APAVT.
A Agência Abreu, também contactada pela Lusa, admitiu registar “uma ligeira quebra de passageiros para o destino” EUA. “Tudo o que signifique restrição de livre circulação de pessoas e sentimento de insegurança afeta qualquer destino. Nos EUA não será diferente”, salientou a agência de viagens.
