Quinta-feira, Março 20, 2025
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Como estão os cursos de turismo a evoluir para responder às novas exigências do mercado?

Em entrevista ao TNews, Miguel Portugal, diretor do curso de Gestão do Turismo do Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes (ISMAT), analisa a evolução dos cursos de turismo em Portugal ao longo dos últimos anos, incluindo os principais desafios e lacunas ainda existentes. Desde temas como a sustentabilidade e o fenómeno do ‘overtourism’ até à integração de tecnologias como inteligência artificial, o professor reflete sobre o desenvolvimento da oferta educativa para responder às crescentes exigências do mercado e melhor preparar os futuros profissionais do setor.

Como avalia a evolução dos cursos de turismo nos últimos anos?

A evolução dos cursos de turismo nos últimos anos reflete um esforço significativo de diversificação e ampliação da oferta formativa, por parte das instituições de ensino superior e outras entidades formadoras, para acompanhar as exigências crescentes do mercado e a complexidade do setor. Nos últimos anos, o número de cursos de turismo, em Portugal, aumentou consideravelmente, abrangendo oferta desde a formação profissional até programas de doutoramento, com uma distribuição geográfica que cobre as várias regiões do país, especialmente aquelas que coincidem com forte atratividade turística como Lisboa, Porto ou Algarve. Este crescimento reflete a importância do turismo na economia portuguesa e a necessidade de qualificar profissionais em todas as vertentes do setor.

A oferta formativa inclui, hoje, diferentes tipologias de cursos. Na formação profissional e técnica, destacam-se programas voltados para a preparação de profissionais em funções específicas, como rececionistas ou técnicos de operações em agências de viagens, com foco em competências estritamente práticas. Já os Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTeSP), integrados no ensino superior, oferecem uma formação especializada com duração de dois anos, contemplando hoje áreas como a gestão hoteleira ou a animação turística. Estes cursos estão fortemente ligados ao mercado de trabalho, incluindo obrigatoriamente estágios e parcerias com empresas.

As licenciaturas representam a base da formação académica em turismo. Oferecidas em universidades e em institutos politécnicos, apresentam uma abordagem multidisciplinar que combina vertentes como a gestão, línguas estrangeiras, marketing, sustentabilidade e tecnologia.

Nos mestrados, há atualmente uma clara tendência para a especialização avançada em áreas como turismo sustentável, planeamento de destinos e inovação no turismo. Embora a maioria dos programas apresente duração de 2 anos, verifica-se uma tendência crescente na criação de mestrados com duração de ano e meio e mestrados profissionais.

Por sua vez, os doutoramentos, embora menos numerosos, têm crescido e são voltados para a investigação em temáticas como o planeamento estratégico, impacto económico e desenvolvimento sustentável, com a generalidade dos programas a promoverem a internacionalização e a mobilidade dos investigadores.

A adaptação às necessidades do mercado é visível na inclusão de disciplinas sobre sustentabilidade, gestão ambiental e turismo responsável, refletindo as mudanças nas preferências dos consumidores e as exigências do sector. Além disso, alguns cursos começam a integrar já conteúdos sobre digitalização, big data, inteligência artificial e realidade virtual, preparando os estudantes para um mercado cada vez mais tecnológico. Também se observa a criação de cursos direcionados a nichos específicos, como turismo de saúde e, ecoturismo e enoturismo, demonstrando uma resposta clara às tendências do mercado.

Esta evolução tem contribuído para a capacitação profissional e melhoria da qualidade dos serviços turísticos em Portugal, ajudando a consolidar a posição do país como destino turístico de referência. A oportunidade de progressão formativa, que permite aos estudantes avançar desde formação técnica inicial até uma especialização em mestrado ou doutoramento, promove a qualificação progressiva e espera-se que contribua para a competitividade internacional de Portugal como centro de formação na área do turismo.

“Nos últimos anos, o número de cursos de turismo, em Portugal, aumentou consideravelmente, abrangendo oferta desde a formação profissional até programas de doutoramento, com uma distribuição geográfica que cobre as várias regiões do país”

O ISMAT tem adaptado os seus cursos de turismo para responder às novas exigências do mercado?

O ISMAT tem realizado um esforço consistente para ajustar a oferta formativa na área do turismo às novas exigências do mercado, adotando uma abordagem integrada e multifacetada que reflete o compromisso com a excelência académica, a inovação e a ligação estreita ao mercado e tendências globais do setor.

No contexto da licenciatura em Gestão do Turismo, o ISMAT tem integrado de forma continuada novas temáticas como a sustentabilidade, a digitalização e a inovação na gestão de destinos, refletindo as transformações do setor e garantindo que os estudantes ficam preparados para enfrentar os desafios contemporâneos.

O Mestrado em Gestão e Inovação em Turismo e Hospitalidade, oferecido em colaboração com a Universidade Lusófona, em modalidade de ensino a distância (EAD), proporciona uma especialização avançada e flexível, ampliando o alcance da formação para profissionais em atividade que procuram evoluir academicamente sem comprometer as suas rotinas profissionais.
No âmbito da formação superior especializada desenvolvida na perspetiva de formação ao longo da vida, o ISMAT tem vindo a criar programas personalizados para empresas e organizações, respondendo de forma direta às necessidades específicas dos agentes do setor. Uma das iniciativas mais relevantes neste domínio é o programa “Qualificar Gera(Ação)”, que visa capacitar profissionais e promover competências altamente especializadas ajustadas às dinâmicas do turismo, reforçando o papel do ISMAT como parceiro estratégico na formação em turismo.

A ligação ao mercado é outro pilar fundamental da estratégia do ISMAT. A instituição tem intensificado parcerias com empresas, associações e entidades públicas e privadas do setor turístico, proporcionando aos estudantes oportunidades de estágio, projetos em contextos reais e acesso a uma rede profissional robusta. A internacionalização é igualmente uma prioridade, promovida através de programas de mobilidade, colaborações com instituições estrangeiras e a participação ativa em redes globais de ensino e investigação. Esta vertente proporciona aos alunos uma visão abrangente e internacional do setor, além de fortalecer a reputação do ISMAT além fronteiras.

O ISMAT também tem apostado na investigação e em projetos aplicados, envolvendo docentes e estudantes em iniciativas que geram conhecimento inovador e contribuem para a resolução de desafios do setor. Além disso, a instituição mantém um foco permanente na qualidade, reforçando mecanismos de avaliação e melhoria contínua para garantir que os cursos acompanham as melhores práticas e padrões internacionais. Para garantir a qualidade da formação, tem-se investido fortemente na formação contínua dos seus professores, com especial enfoque nas práticas inovadoras de ensino. Este foco na capacitação docente assegura que a experiência de aprendizagem é relevante, dinâmica e alinhada com as melhores práticas.

Com esta abordagem abrangente, que combina inovação pedagógica, atualização contínua, parcerias estratégicas, internacionalização, investigação e foco na qualidade, o ISMAT procura assegurar que os cursos de turismo estão alinhados com as exigências do mercado e com as expectativas de um setor em constante transformação.

De que forma é que a oferta educativa está a ser ajustada aos novos modelos de turismo?

Os novos modelos de turismo refletem as transformações globais e as novas exigências dos turistas, que valorizam experiências autênticas, personalizáveis, sustentáveis e tecnológicas. A oferta educativa do ISMAT tem vindo a ser ajustada para preparar profissionais capazes de responder a essas novas dinâmicas. Através de currículos interdisciplinares e alinhados com as tendências emergentes, a instituição integra a sustentabilidade como eixo central, abordando temas como economia circular, preservação ambiental em diferentes unidades curriculares. Neste domínio, o Projeto Comunidades Sustentáveis, já na sua 4.ª edição, promove uma abordagem prática e colaborativa para o desenvolvimento de soluções que respondem aos desafios globais e locais. Além disso, a formação inclui a gestão de crises no setor turístico, com discussão de planos de contingência e recuperação de destinos turísticos, capacitando os estudantes a enfrentarem situações adversas com competência e responsabilidade.

Projetos como o Living Lab promovem a criação de soluções inovadoras, enquanto o foco na digitalização equipa os estudantes com competências em tecnologias emergentes, como realidade aumentada e big data. A valorização da autenticidade cultural é promovida através de iniciativas que destacam os patrimónios locais, em colaboração com áreas como design e arquitetura. Simultaneamente, o ISMAT aposta cada vez mais na capacitação dos seus alunos em soft skills essenciais, como liderança, resolução de problemas, criatividade e comunicação interpessoal, elementos indispensáveis para formar profissionais versáteis e preparados para o mercado.

Miguel Portugal, diretor do curso de Gestão do Turismo do Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes (ISMAT)
Miguel Portugal, diretor do curso de Gestão do Turismo do ISMAT

Os cursos de turismo estão a integrar temas relacionados com sustentabilidade, como práticas de turismo responsável, gestão ambiental e economia circular?

À semelhança de restantes cursos do ISMAT, os cursos de turismo têm vindo a integrar, de forma crescente, temas relacionados com sustentabilidade nos seus currículos, refletindo as exigências do setor e as prioridades globais para um futuro mais responsável. A formação oferecida no ISMAT tem dado ênfase à sensibilização dos futuros profissionais para o papel que o turismo pode desempenhar na promoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Através de uma visão holística, os alunos aprendem a considerar os impactos sociais, económicos e ambientais das atividades turísticas, promovendo a criação de experiências que minimizem o impacto ambiental e respeitem o património cultural e natural.

Neste contexto, os cursos incentivam práticas de turismo responsável, destacando a importância de beneficiar as comunidades locais, preservar culturas e respeitar os direitos das populações. Além disso, a gestão ambiental é um tema central, com os alunos a aprenderem estratégias para gerir destinos e empresas turísticas de forma a reduzir impactos negativos, como a sobrecarga ambiental e o consumo excessivo de recursos. A título de exemplo, no ISMAT, a problemática da escassez de água no Algarve está presente na formação dos alunos, abordando-se a forma como as empresas do setor podem atuar para preservar este recurso vital para o turismo e a vida na região.

Quanto à Economia Circular, temas como a redução de resíduos, a reutilização de recursos e a reciclagem são abordados em disciplinas focadas na gestão de empresas turísticas. No modelo de Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL), os alunos são desafiados a resolver problemas reais ou simulados que refletem situações práticas do setor, desenvolvendo habilidades práticas, pensamento crítico e colaboração. No âmbito das parcerias com organizações e empresas que implementam práticas sustentáveis, os estudantes aprendam com casos reais os impactos da eliminação de plásticos descartáveis em hotéis, a reutilização de materiais e a utilização de produtos locais e sustentáveis.

Concluindo, os cursos de turismo do ISMAT estão cada vez mais alinhados com as necessidades de sustentabilidade, preparando os futuros profissionais para desempenhar um papel ativo na promoção de práticas de turismo responsável, gestão ambiental e economia circular. A evolução contínua dos planos curriculares e a colaboração estreita com as empresas do mercado são e serão fundamentais para fortalecer esse compromisso e garantir que o turismo no Algarve e além seja cada vez mais sustentável e responsável.

O turismo massificado é uma das temáticas que têm sido mais debatidas no setor. Este tema é abordado nos cursos de turismo?

O turismo massificado, também conhecido como overtourism, é um tema amplamente discutido nos cursos de turismo do ISMAT, especialmente nas unidades curriculares relacionadas com sustentabilidade, planeamento turístico e ética. Este tema é abordado de forma crítica, com ênfase nos impactos sociais, culturais e ambientais causados pela presença excessiva de turistas em determinados locais. A perda de identidade cultural, o aumento do custo de vida para os residentes e a destruição de ecossistemas são alguns dos problemas identificados e discutidos.

Nos cursos de turismo do ISMAT, os alunos aprendem sobre a importância do planeamento e gestão sustentável do turismo, com foco na prevenção de impactos negativos. Práticas como o turismo responsável e o ecoturismo são destacadas como alternativas viáveis para reduzir os problemas da massificação. Além disso, o ISMAT integra a ética e a responsabilidade social no estudo desses tópicos, incentivando os alunos a desenvolverem políticas para controlar o número de visitantes e garantir a preservação dos destinos turísticos, o bem-estar dos residentes e a qualidade do serviço.

O projeto “Comunidades Sustentáveis” é um exemplo prático de como abordar o turismo massificado. Este projeto transdisciplinar visa revitalizar as Aldeias do Barrocal Algarvio, promovendo o interior do Algarve como um destino alternativo ao litoral, diluindo a concentração de turistas e ajudando a preservar os recursos naturais e culturais da região. Além disso, o projeto promove o desenvolvimento de projetos turísticos sustentáveis em territórios de baixa densidade, potencializando a atração de novos turistas de forma equilibrada e responsável.

“Os cursos incentivam práticas de turismo responsável, destacando a importância de beneficiar as comunidades locais, preservar culturas e respeitar os direitos das populações”

Os planos de estudo já começam a incluir formação sobre o uso de tecnologias como inteligência artificial? Se sim, que tecnologias são abordadas e de que forma são colocadas em prática?

Sim, sem dúvida. Alguns planos de estudo na área de turismo já começaram a incluir a formação sobre o uso de tecnologias avançadas, como a inteligência artificial (IA), devido ao impacto crescente dessas ferramentas na gestão, promoção e inovação do setor. Conscientes que ainda temos um longo caminho a percorrer nesta área, temos noção e estamos cada vez concentrados na exploração e aprendizagem destas novas formas de aplicação tecnológica no desenvolvimento do setor do turismo e da hospitalidade.

Alguns exemplos das áreas em investigação e desenvolvimento:

  • Aprender a utilizar a IA em sistemas de recomendação como plataformas de reservas e destinos para sugerir pacotes personalizados com base no comportamento e nas preferências dos utilizadores;
  • Chatbots e assistentes virtuais para atendimento ao cliente em hotéis, agências de viagens e plataformas de turismo;
  • O reforço da análise de dados e previsões, com uso de IA para estudar e prever tendências turísticas, analisar padrões de comportamento dos turistas e otimização de preços e serviços;
  • Big data e analytics para a análise de tendências;
  • Trabalhar na gestão de destinos com utilização de dados para planeamento do impacto do turismo na gestão de recursos, promovendo assim um turismo mais sustentável;
  • Continuar e aumentar o recurso à realidade virtual (VR) e à realidade aumentada (AR) para a criação de experiências virtuais e de guias interativos;
  • De uma forma mais avançada, a automação e IoT (Internet das Coisas) com o desenvolvimento dos chamados Hotéis Inteligentes, na vertente do serviço ao cliente com o objetivo de melhorar cada vez mais a experiência dos hóspedes, como check-ins automáticos, controlo de iluminação e climatização, e na vertente da gestão operacional, com o uso de tecnologias automatizadas para otimizar processos de manutenção, limpeza e logística;
  • Na área da publicidade e da comunicação, as ferramentas IA podem ajudar na criação de campanhas publicitárias segmentadas e eficientes com o uso de algoritmos de IA.

A seu ver, que matérias ainda estão em falta nos currículos dos cursos de turismo e deveriam ser incluídas para preparar os estudantes para o mercado atual?

Na minha opinião, o ensino do turismo em Portugal está muito avançado e bem encaminhado para os desafios do futuro. Portugal, com a sua experiência como destino turístico internacionalmente premiado, para não perder esse estatuto, viu-se obrigado a inovar e a desenvolver muito os processos e matérias de ensino na área do turismo, nomeadamente nas áreas do marketing, da gestão financeira e operacional, na gestão de pessoas nas tecnologias e acima de tudo, no empreendedorismo e inovação em todos as áreas do negócio.

Apesar de algumas escolas já começarem a incluir IA e outras tecnologias, o uso de tecnologias emergentes no turismo, como blockchain, big data, e automação, ainda precisa de ser mais explorado. Embora os cursos abordem sustentabilidade, o foco específico na gestão de destinos turísticos sustentáveis ainda é uma área que pode ser mais aprofundada.

A pandemia de COVID-19 trouxe à tona a necessidade de planeamento e gestão de crises. As disciplinas focadas em gestão de crises no turismo, como gerir destinos e empresas durante períodos de disrupção, serão essenciais para preparar os estudantes para lidar com eventos inesperados que impactem o setor (ex.: pandemias, desastres naturais, crises económicas).

“Portugal, com a sua experiência como destino turístico internacionalmente premiado, para não perder esse estatuto, viu-se obrigado a inovar e a desenvolver muito os processos e matérias de ensino na área do turismo”

Quais são os principais desafios na adaptação dos cursos de turismo perante as novas tendências e realidades que vão surgindo no setor?

A constante adaptação dos cursos de turismo às novas tendências e realidades do setor é essencial e fundamental, pois apresenta vários desafios muito significativos devido à rapidez com que as mudanças da economia e do sector ocorrem, à necessidade constante de formar profissionais preparados para o futuro e à diversidade de temas cada vez maior que precisam ser integrados na formação dos nossos alunos.

Logo à cabeça, e como primeiro grande desafio, a necessidade de atualização constante dos conteúdos curriculares para acompanhar a evolução rápida do setor do turismo, sabendo-se que manter os currículos atualizados para refletir essas tendências é complexo e nem sempre é visto como prioritário.

Ter noção que muitos professores podem não ter formação ou experiência com tecnologias emergentes ou novas tendências, o que dificulta a transmissão de conhecimento atualizado pelo que o investimento em formação contínua para os docentes, com workshops, cursos de especialização e parcerias com empresas de tecnologia e inovação no turismo é fundamental.

A integração de tecnologias no ensino através da disponibilização e implementação de ferramentas em laboratórios académicos, como as ferramentas de realidade virtual (VR), simuladores, plataformas de análise de dados que pode exigir altos investimentos e uma infraestrutura muito avançada.

A aplicação de metodologias de ensino PBL Problem and Project-Based Learning, fomentando uma aprendizagem com suporte em casos práticos, sempre que possível em ambiente real, mas tendo sempre a noção da necessidade do equilíbrio entre a prática e a teoria.

A constante mudança no perfil do turista onde as novas gerações têm prioridades diferentes, como experiências autênticas, viagens personalizadas e uso intensivo de tecnologia, o que exige uma abordagem renovada na formação e que obriga a um ajustamento e atualização permanente dos conteúdos de ensino.

Com o aumento cada vez maior de novos turistas de outras regiões e culturas, a inclusão e a diversidade tornam-se cada vez mais um desafio na formação de profissionais que estejam preparados para atender um público cada vez mais diverso, com diferentes necessidades e expectativas, incluindo turistas com deficiência ou de diferentes culturas.

Como recentemente vivido, a gestão de crises e imprevistos globais onde os cursos têm de estar adaptados para preparar os alunos a lidar com crises como pandemias, desastres naturais e mudanças económicas globais, que afetam de forma significativa o setor do Turismo e da Hospitalidade.

Só com estes ajustes constantes é que os cursos de turismo podem continuar a formar profissionais de excelência, prontos para lidar com as transformações constantes do setor.

“Como primeiro grande desafio, a necessidade de atualização constante dos conteúdos curriculares para acompanhar a evolução rápida do setor do turismo, sabendo-se que manter os currículos atualizados para refletir essas tendências é complexo e nem sempre é visto como prioritário”

Na sua opinião, quais são as competências mais valorizadas atualmente no setor do turismo?

O setor valoriza competências que combinam habilidades técnicas, criativas e comportamentais para responder às rápidas mudanças no mercado e às expectativas dos consumidores. Algumas das competências mais valorizadas incluem: competências digitais, gestão e planeamento estratégico, inovação e criatividade, competências interculturais e linguísticas, análise de dados e tomada de decisão, adaptabilidade e resiliência, colaboração e trabalho em equipa, e empreendedorismo.

O que prevê sobre a evolução dos cursos de turismo nos próximos anos?

A evolução dos cursos de turismo nos próximos anos será fortemente influenciada pelas tendências globais do setor, mudanças tecnológicas, questões ambientais e transformações sociais. Com isso, é provável que os cursos se adaptem para formar profissionais capazes de enfrentar novos desafios e aproveitar oportunidades emergentes. Temas com a sustentabilidade, tecnologias avançadas, novas tendências de consumo, a multidisciplinaridade e holística, a gestão de crises, a internacionalização e mobilidade, as metodologias de ensino com base em metodologias PBL, a inclusão como prioridade global e o respeito pela diversidade, são temáticas fundamentais para os desafios futuros. Nos próximos anos, os cursos de turismo deverão tornar-se mais tecnológicos, flexíveis e com fortes ligações ao mercado. Essa evolução garantirá a formação de profissionais prontos para enfrentar os desafios de um setor em constante transformação.

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