A federação dos sindicatos da hotelaria e turismo e a Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo (APHORT) terminaram na quinta-feira o processo de conciliação no Ministério do Trabalho sem qualquer acordo porque as propostas salariais apresentadas “são demasiado distantes”.
“A associação patronal propôs zero de aumento para quem recebe o salário mínimo nacional e dez euros de aumento para os trabalhadores mais antigos ou de hotéis de quatro e cinco estrelas, o que é completamente inaceitável”, disse Francisco Figueiredo da direção da Federação dos Sindicatos da Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (FESAHT), à agência Lusa.
A estrutura sindical, da CGTP, reivindica um aumento de 125 euros para quem ganha o salário mínimo e de 95 euros para os restantes trabalhadores.
Francisco Figueiredo lembrou que desde 2018 que não há negociação com a APHORT, por isso exigem os 125 euros de aumento para o salário mais baixo, “para manter a diferença que existia antes relativamente ao salário mínimo nacional”.
“A nossa proposta e a da associação patronal são demasiado distantes e a responsável da DGERT decidiu encerrar o processo de conciliação”, disse. Segundo o sindicalista, a conciliação foi também inviabilizada porque a associação tentou negociar a redução de direitos dos trabalhadores e o sindicato está totalmente indisponível para tal.
O dirigente da FESAHT salientou o clima de conflito laboral existente no setor da restauração e hotelaria devido aos baixos salários e “aos ritmos de trabalho intensíssimos” face à falta de trabalhadores.
Francisco Figueiredo lamentou que os patrões continuem a apostar em “mão-de-obra barata”, colocando em causa a qualidade do serviço.
A federação dos sindicatos da hotelaria marcou uma manifestação para o dia 1 de julho, em frente ao Ministério do Trabalho, em Lisboa.