A VI Convenção Nacional da ARAC – Associação Nacional dos Locadores de Veículos decorre esta sexta-feira, 24 de outubro, em Torres Vedras, sob o tema “Locação – Resposta para a Nova Mobilidade”. O encontro reúne líderes do turismo, da mobilidade e da economia portuguesa para debater o futuro sustentável da mobilidade em Portugal.
Na sessão de abertura, Duarte Nobre Guedes, presidente do Conselho Diretor da ARAC, lançou um forte apelo à união do setor, sublinhando que o momento exige diálogo, coesão e ação concertada face aos desafios que a mobilidade enfrenta.
“Precisamos do apoio de todos para proteger o futuro da mobilidade livre e sustentável”, afirmou, perante uma plateia que reuniu representantes do Governo, das autarquias, do turismo e das empresas associadas.
O presidente da ARAC começou por recordar que a associação celebra este ano 50 anos de existência, reforçando o papel da locação automóvel como pilar de uma mobilidade moderna, sustentável e inclusiva.
“A locação é a forma de mobilidade que permite aos nossos clientes uma total liberdade. É sustentável porque serve o turismo e a economia como ferramenta de coesão, cobrindo todo o território nacional”, destacou.
Com a crescente conectividade entre os aeroportos portugueses e destinos internacionais, o aluguer de veículos assume um papel essencial na dinamização do turismo interno e regional, permitindo que os visitantes explorem todo o país.
Desafios regulatórios e apelo ao diálogo
Duarte Nobre Guedes alertou para os obstáculos de natureza regulatória que continuam a afetar o setor, apelando à mobilização conjunta das empresas associadas e à colaboração das instituições públicas.
“O caminho tem apresentado inúmeros obstáculos ao desenvolvimento do negócio de muitas empresas. Para isso, caros associados, precisamos do apoio de todos”, afirmou.
Entre as principais preocupações, destacou-se o regulamento em discussão na Comissão Europeia dos Transportes, que visa liberalizar o aluguer de veículos com matrícula estrangeira. Segundo o dirigente, a proposta “coloca os operadores locais num cenário fiscal completamente distinto dos concorrentes do país vizinho e arrisca um enorme golpe no orçamento de Estado”.
A ARAC já iniciou contactos com a Comissão Europeia e irá convocar uma Assembleia Geral para debater o posicionamento do setor sobre o tema.
Outro ponto em destaque foi a discussão europeia sobre cotas obrigatórias de eletrificação das frotas empresariais, que poderá ter impactos significativos nas empresas de locação.
“A Europa, no seu melhor, regula os fabricantes e, a jusante, tenta regular os seus clientes principais, criando assim impactos difíceis de medir com exatidão nesta altura”, observou.
Duarte Nobre Guedes referiu-se ainda à proposta de regulação do setor na Região Autónoma da Madeira, defendendo que qualquer iniciativa “deve avançar com diálogo para não comprometer a qualidade e acessibilidade dos serviços prestados a turistas e residentes”.
O presidente da ARAC destacou a colaboração com as forças de segurança, que têm apoiado o grupo de trabalho criado pela associação para combater a criminalidade associada ao uso indevido de frotas de aluguer.
Antes de encerrar, deixou uma palavra de apreço às empresas patrocinadoras e à equipa da ARAC, liderada por Joaquim Robalo de Almeida, secretário-geral da associação “pelo cuidado e dedicação colocados na preparação desta convenção”.
A ARAC anunciou ainda que a VII Convenção Nacional já está confirmada para Óbidos, no próximo ano, dando continuidade a realização do evento na região Centro de Portugal.






