O presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP) exigiu, esta quinta-feira, dia 21, que a decisão sobre a localização do novo aeroporto seja “uma prioridade absoluta do novo Governo”. “Esta é uma decisão política, é uma decisão exclusiva do Governo”, afirmou Francisco Calheiros na cerimónia de abertura do 20º congresso da Associação dos Diretores de Hotéis de Portugal, que decorre em Aveiro.
O responsável sublinhou que o relatório final da Comissão Técnica Independente “está fechado e entregue”, como tal “agora é tempo de decidir”, defendeu.
Francisco Calheiros recordou que a decisão sobre o novo aeroporto foi uma das promessas deixadas pelos dois principais candidatos a primeiro-ministro antes das eleições, em almoços com a CTP. Na altura, tanto Luís Montenegro quanto Pedro Nuno Santos apontaram o aeroporto como “uma prioridade governativa e a primeira decisão a tomar”. “As promessas foram feitas e não nos esquecemos”, reiterou.
Numa referência aos resultados das eleições, o presidente da CTP mostrou-se preocupado quanto à estabilidade da solução governativa. “Não nego que estou preocupado com a governabilidade do País, mas espero que exista uma solução o mais estável possível”.
Francisco Calheiros defendeu que é preciso “estabilidade política para que sejam tomadas várias medidas necessárias ao desenvolvimento da nossa atividade”, referindo-se, além do novo aeroporto, a uma decisão para a TAP, ao investimento na Ferrovia, aos apoios à consolidação e internacionalização das empresas, a uma Reforma Fiscal para as empresas, e a um Ministério para o Turismo ou, como defendeu, no mínimo “a uma Secretaria de Estado exclusivamente para o Turismo”.
Quanto às perspectivas para o turismo em 2024, Francisco Calheiros mostrou-se uma vez mais otimista, apesar dos “tempos incertos”, que dificultam “prever o dia de amanhã”.
Para o presidente da CTP, o Turismo “resiste como motor da economia portuguesa e como um dos setores que mais contribui para o País, seja no seu contributo através da fiscalidade, do emprego e do investimento”.
“Se 2024 for igual a 2023 já será um ótimo ano. E a avaliar pelos dados disponíveis para a Páscoa, podemos mesmo esperar um bom ano turístico”.
Apesar de reconhecer que as tarifas subiram, “por causa da inflação e do aumento dos custos para as empresas”, Francisco Calheiros sublinhou que essa subida “não demoveu os turistas, sobretudo os portugueses e espanhóis”. Por isso, as reservas para “o fim de semana pascal estão em alta, com a hotelaria a apontar para ocupações entre os 80% e os 100%”.
Dirigindo-se especificamente aos Diretores de Hotéis, Calheiros agradeceu o trabalho e a resiliência da classe profissional.
“São vários os desafios a enfrentar e a forma como se gerem vários pilares como os custos de contexto; a falta de mão de obra; a digitalização; a carga fiscal; a sustentabilidade e a mobilidade. Os Diretores de Hotel, mesmo perante tudo isto, continuam a dar provas da sua competência, tendo sempre o Turista como o seu principal foco”.
O 20º Congresso da AHDP decorre no Centro de Congressos de Aveiro nos dias 21 e 22 de março, com cerca de 700 inscritos.