Terça-feira, Março 18, 2025
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Cultura maia, água turquesa e hotelaria de luxo: Passámos oito dias na Riviera Maya, no México

O operador turístico Soltour iniciou uma operação charter com partidas todos os domingos de Lisboa para Cancun a 3 de abril, que se prolonga até 23 de outubro de 2022. Com o objetivo de promover o destino e os complexos hoteleiros da região, o operador turístico organizou uma fam trip à Riviera Maya, no México, para agentes de viagens portugueses. O TNews acompanhou esta viagem, que decorreu de 5 a 12 de junho.

Depois de 10 horas de voo com a companhia charter Orbest, chegámos a Cancun. A passagem pelo aeroporto, que recebe anualmente cerca de 20 milhões de turistas, foi rápida. Durante o voo preenchemos o Cartão de Turista, também conhecido como “Forma Migratória Múltiple” (FMM) – um formulário obrigatório exigido pelo governo mexicano a todos os estrangeiros que desejam visitar o país por questões de turismo – que foi entregue pelas hospedeiras de bordo. Depois de recolhermos as bagagens entregámos o formulário, que foi assinado pelo posto de controlo de fronteiras, e que tem de ser devolvido na viagem de regresso. A perda deste formulário resulta numa multa de 35 dólares para sair do México. Apesar de não ser necessário apresentar certificado covid-19 para entrar no país, na saída é exigida a apresentação do certificado de vacinação ou recuperação. Ao contrário de Portugal, ainda é necessária a utilização de máscaras em alguns locais, como no aeroporto e nas áreas fechadas dos hotéis.

O transfer de Cancun até à Riviera Maya demorou pouco mais de uma hora. A Riviera Maya fica localizada ao longo da costa das Caraíbas, no estado de Quintana Roo. É o berço de civilizações e o lar de uma extraordinária paisagem natural.

Chegámos aos hotéis já de noite. O grupo ficou hospedados em duas unidades hoteleiras diferentes, ambas do grupo Bahia Principe, que ficam localizadas na mesma propriedade, a cerca de 100 quilómetros do Aeroporto de Cancun. A marca Bahia Principe conta com um portefólio de quatro resorts de cinco estrelas, com regime de tudo incluído na região da Riviera Maya: o Grand Coba, o Grand Tulum, que foi totalmente renovado e reabriu em 2020, o Luxury Akumal, o único que fica na praia, e o Luxury Sian Ka’anm, um resort apenas para adultos onde o TNews ficou hospedado. A deslocação entre hotéis é facilitada pelos carrinhos de golfe, com cerca de 18 lugares, que passam regularmente em todos os hotéis e que transportam os hóspedes por toda a propriedade. As quatro unidades dispõe, também, de acesso Wi-Fi gratuito, incluindo na praia.

O TNews ficou hospedado no Sian Ka’an. Quando chegámos à receção cansados da viagem, esperava-nos uma equipa de animação, que fez uma dança de boas-vindas e que nos ofereceu um cocktail. Este é um dos hotéis da coleção de luxo da marca. Porém, das quatro unidades hoteleiras esta é a que fica mais longe da praia. Mas ganha pontos por ser um hotel só de adultos e por ter menos hóspedes do que as outras três propriedades, permitindo ter uma estadia mais exclusiva e silenciosa. O hotel tem quatro piscinas e 420 quartos, mas quando lá estivemos não tivemos essa sensação. Apesar da unidade ter uma alta taxa de ocupação durante a nossa estadia, devido ao desenho arquitetónico, sentíamos que estávamos praticamente sozinhos. Ao quarto dia da nossa estadia, o staff do pequeno-almoço – que era extremamente prestável e atencioso – já sabia o nosso pedido de cor.

Junto ao lobby, existe uma paragem onde param os carrinhos que levam os hóspedes até à praia e até às outras unidades hoteleiras. Os hóspedes do Sian Ka’an – por pertencer à Luxury Collection – podem frequentar livremente os outros três hotéis, incluindo os restaurantes.

Tulum, à descoberta da civilização maia

No primeiro dia de viagem, assim que saímos do quarto de hotel de manhã somos recebidos pelo calor mexicano. Um calor peculiar – é húmido e prolonga-se até à noite. Este dia foi dedicado a conhecer a antiga cidade maia de Tulum, um dos pontos turísticos mais famosos no México.

Conhecemos o nosso guia Alejandro, mexicano com antepassados maia, que trabalha para a rede Bahia Principe, e que nos aguardava no lobby do hotel. O Alex, como prefere ser tratado, tinha um sorriso muito fácil e uma paixão imensa pela cultura maia e por factos arqueológicos. Além de falar espanhol e maia, também falava um pouco de português.

A viagem, de cerca de 30 minutos, fez-se pela estrada 307 que atravessa toda a costa e foi a que percorremos em todas as nossas excursões.

Tulum fica localizado na Península de Yucatan. Alex contou-nos que esta península foi criada quando caiu o asteroide de 15km de diâmetro, que foi responsável pela extinção dos dinossauros, e de outras espécies, do planeta.

Nos arredores de Riviera Maya existem quatro grandes locais arqueológicos e ruínas de antigas cidades maia: Chichén Itzá; Tulum; Coba e Ek Balam. Nestes locais é possível tirar fotografias com o telemóvel ou com uma máquina fotográfica, mas para entrar com câmaras de filmar, goPro’s, tripés ou microfones é necessário pagar uma taxa de 50 pesos.

O primeiro local que visitámos foi Tulum. Antes de entrarmos nesta antiga cidade maia, passámos por uma zona com muito comércio, excessivamente turística, onde os preços eram mais elevados.

À entrada da cidade de Tulum observámos imediatamente árvores que crescem sobre as pedras. Alex explica que o solo nesta zona é muito peculiar, porque não tem profundidade. Em vez de existir terra, existem cenotes – cavernas de pedra com água no seu interior -, o que dificultou a vida do povo maia, porque sem terra não existe agricultura. Como tal, os maias começaram a decidir quando plantavam os seus alimentos com base na posição das estrelas.

Em Tulum podemos testemunhar o último período da história maia, o período pós-clássico. Foi um período árduo, ultrapassavam um momento de sobrevivência devido às condições climáticas. Tulum foi a última grande cidade construída e habitada pela civilização maia entre os séculos XIII e XV. Hoje em dia, numerosas estruturas permanecem espalhadas por relvados e penhascos à beira-mar. Os edifícios do local são uma evolução dos estilos arquitetónicos que mostram o crescimento da área ao longo dos séculos.

À saída da cidade fomos surpreendidos pela nossa primeira chuva tropical, que não podia ter chegado em melhor altura. Apesar de chover nesta altura do ano, as chuvas duram de 5 a 10 minutos, mas o calor mantém-se. Como tal, o uso de casaco é desnecessário.

Depois de conhecermos esta antiga cidade maia fomos à Cervejaria Tulum. Quando chegámos, já estávamos secos da chuva. Este local, com uma decoração muito moderna mas ao estilo mexicano, é um bar, restaurante e uma fábrica de cerveja artesanal. Esta cerveja, tipo lager, tem uma peculiaridade interessante, o seu ingrediente principal é a água do mar. Como o mar está a uma curta distância de 200 metros, os fabricantes da cerveja têm acesso à água salgada através de um poço. Depois de recolhida, a água passa por vários filtros até se tornar na lager artesanal mais vendida no México.

O valor da excursão pela Soltour, que inclui a visita guiada à cidade de Tulum – com degustação de tequila – e à cervejaria – onde também é possível prová-la – tem o valor de 77€ por pessoa.

Hotelaria de luxo na Riviera Maia

Como expliquei anteriormente, esta viagem foi elaborada para agentes de viagens portugueses conhecerem o destino, mas também para ficarem a conhecer os complexos hoteleiros da região. Como tal, o segundo dia foi dedicado inteiramente à visita de hotéis. Além da sua beleza natural, repleta de praias paradisíacas, a Riviera Maya é conhecida por possuir uma variedade inquestionável de hotéis de luxo.

Um dos hotéis que mais no cativou foi o El Dorado Maroma, um resort de 5 estrelas, só para adultos, que conta com 30 bungalows que ficam sobre o mar das Caraíbas. Os “overwater bungalows” oferecem uma acomodação de luxo e vistas oceânicas de cortar a respiração, que se assemelham às Maldivas. O hotel fica localizado ao largo da costa de areias brancas da praia de Maroma e foi nomeado o quarto melhor resort do mundo pela Condé Nast Traveller.

Assim que entrámos no quarto ficámos imediatamente abismados com o chão em vidro, que permite ver o fundo do mar e que nos transporta para dentro do oceano. Cada cabana está equipada com um chuveiro exterior, uma varanda com uma piscina infinito particular, um deck com espreguiçadeiras e uma escada com acesso direto ao mar.

O mar na zona da Riviera Maya tem grandes quantidades de sargaço – uma espécie de alga marinha escura que flutua e cresce aceleradamente – porém, em todos os hotéis que estivemos existia sempre uma equipa de funcionários dedicada a retirar parte das algas do mar.

Ficámos também a conhecer o hotel Bahia Principe Luxury Akumal, que tem 758 quartos, quatro restaurantes temáticos e um sports bar. Tal como no Sian Ka’an, os hóspedes podem circular livremente pelos outros três hotéis. Ao contrário do hotel onde ficámos hospedados, esta unidade aceita crianças, mas tem uma piscina infinita virada para a praia que só pode ser frequentada por adultos.

De seguida, foi a vez de visitar o Bahia Principe Grand Tulum. A decoração dos outros três hotéis é muito similar e ao estilo caribenho, mas esta unidade, por ter sido renovada em 2020, tem acabamentos mais modernos, principalmente nos quartos. Dispõe de 774 quartos, quatro restaurantes temáticos, um parque aquático para crianças e um kids e teens club.

A unidade tem ainda à sua disposição um teatro, muito espaçoso, onde assistimos ao Show Origens, que decorre todas as quartas-feiras, às 21:00, e que foi criado na íntegra por artistas mexicanos, começando pelo guião, até à música, figurinos, direção e produção. Fala sobre a história do México e do povo maia, através de arte circense. É um espetáculo a não perder, repleto de cor, música e acrobacias.

Por último, ficámos a conhecer a marca The Five. Começámos pelo The Five Beach Hotels & Residences, um dos maiores hotéis da marca. É um resort all inclusive, com 662 quartos, 15 restaurantes e oito piscinas. São especialistas em casamentos e têm três locais na propriedade dedicados às cerimónias e um spa com uma cabine inteiramente dedicada às noivas. Esta unidade tem um teens club – que tem Xbox e air hokey – e um kids club – com uma piscina só para crianças. Juan Carlos, que fez o tour pelo hotel, afirmou que “todos os hóspedes têm de ser felizes no The Five”, como tal também existe uma piscina e um restaurante dedicado apenas aos adultos.

A unidade dispõe, ainda, de um campo de basquete, futebol e vólei (tudo em um), jogo de xadrez no chão, campo de ténis e mini golf. Visitámos dois quartos, com uma decoração muito moderna: os “swim up” que têm uma piscina ligada à varanda do quarto; e uma 3 bedroom penthouse presidential suite, que acomoda nove adultos ou oito adultos e duas crianças.

O resort possui de centro de formação de mergulho – os hóspedes podem aprender em cenotes ou no oceano – e tem acesso direto à praia.

Conhecemos, ainda, o Five Downtown & Residences, que fica localizado em Playa del Carmen, junto à avenida principal. É um hotel de cidade, com vista para o mar. A decoração também é moderna mas, ao contrário do resort, é mais escura e citadina. Dispõe de 133 quartos, 16 residências, e dois restaurantes. Apesar do hotel aceitar crianças, o público alvo é mais jovem e, por ser central, é ideal para pessoas que queiram experienciar mais o destino. Juan Carlos realça que este hotel apoia a comunidade LGBTI e faz, regularmente, espetáculos de drag queens.

Cenote Caracol, uma joia escura, subterrânea, misteriosa

Cenote Caracol. Créditos: hoteis.com

Como expliquei anteriormente, o solo na região da Riviera Maya não tem profundidade, é composto maioritariamente por rochas e por água doce, que formam os cenotes. Só na Península de Yucatan existem cerca de 7.000. A palavra cenote surgiu da língua iucateque e significa abismo. Na prática, são cavidades no solo que expõem a água subterrânea. Para os maias, os cenotes eram locais sagrados, um portal para outro mundo, palco de sacrifícios e rituais.

Antes de mergulhar nas águas doces e turquesa dos cenotes, é necessário passar o corpo por água num chuveiro exterior para retirar todo o protetor solar e repelente de insetos do corpo, porque estes produtos são tóxicos para a vida marinha e para os ecossistemas. Depois, é só colocar o colete salva-vidas que é obrigatório em todos os cenotes do país e em todas as atividades marítimas, como snorkel.

O primeiro cenote que conhecemos foi o cenote caracol. Para chegarmos até ele, tivemos que passar por uma abertura muito pequena no solo e descer umas escadas escorregadias. É surpreendentemente grande – muito maior do que teríamos imaginado. Depois de saltarmos para água e passarmos pela zona principal, e mais aberta, do cenote, onde ainda existe alguma luz natural e onde é possível nadar, começámos a aventurarmos pelas grutas, onde o espaço começa a ficar mais pequeno, subterrâneo e escuro. Pelo caminho, existem pequenas luzes artificiais, de cor amarela e azul, que ajudam a dar visibilidade e a guiar o caminho.

Cenote Caracol. Créditos: thisrareearth.com

Nestas grutas podemos observar muitas estalactites penduradas na parte superior, de vários tamanhos e formatos, que nos obrigavam a serpentear entre elas para não batermos com a cabeça. O espaço começa a ficar progressivamente mais apertado e a distância entre a água e as estalactites torna-se quase nula. Não conseguimos ver a saída, mas temos os nossos dois guias que nos ajudam a perceber o caminho. Quase na escuridão total, com o auxílio de uma pequena lanterna, podemos ver uma família de morcegos que dormia pendurada no teto das grutas e – visto que o espaço era apertado – estavam mesmo por cima das nossas cabeças, a uma distância de centímetros.

Este cenote é uma joia escura, subterrânea, misteriosa e escondida. É a atividade ideal para os mais aventureiros, porém não é recomendável para pessoas claustrofóbicas, porque pode tornar-se assustador estar em locais tão fechados em que não é possível ver a saída. Quem não é fã de morcegos, com certeza também não irá apreciar esta atividade.

Depois desta excursão que nos levantou o ritmo cardíaco, tivemos direto a uma refeição tipicamente mexicana, tacos de pollo (carne de frango), com arroz, feijão, guacamole e pico de gallo. Com a barriga cheia, partimos para a próxima atividade subaquática do dia, que estava incluída no mesmo tour.

Nadar com tartarugas verdes na praia de Akumal

Um dos pontos altos da nossa semana foi nadar com tartarugas na praia de Akumal, uma das praias mais bonitas da Riviera Maya. O destino é famoso pela facilidade de observar animais marinhos, como peixes e tartarugas de várias dimensões, que habitam o mar naquela área. A palavra “Akumal” significa justamente “lugar das tartarugas”. Nesta altura podemos observá-las mais facilmente porque é a época do ano em que vão até ás zonas costeiras para colocarem os ovos.

Foi nesta praia que fizemos snorkel, a cerca de 2/3 metros de profundidade, para tentarmos encontrar estas incríveis criaturas marinhas. Como tinha dito anteriormente, todas as atividades em água requerem o uso de um colete salva-vidas, não só por segurança, mas também para não tocarmos com os pés no chão e danificarmos os corais ou acidentalmente pisarmos uma tartaruga.

A zona da praia onde fizemos snorkel não tem ondas, porque existem proteções que impedem-nas de penetrar na baía, tornando-se ideal para a prática de snorkel. A água das praias, além de translúcida, é quente, algo que não estamos habituados em Portugal, o que permite estar horas dentro de água sem arrefecer.

Entrámos na água e na bruma azul-verde uma silhueta negra emerge à distância. Nadando mais perto, a forma clara de uma tartaruga verde começa a tomar forma. Aproximámo-nos e fizemos um círculo à sua volta. Observámo-la no seu habitat natural durante alguns minutos, até a tartaruga começar a subir à superfície para inalar oxigénio, ficando a poucos centímetros de nós. Neste tour conseguimos ver cerca de quatro tartarugas, de várias dimensões. Foi uma experiência indescritível e que recomendamos vivamente.

O tour pela Soltour tem o custo de 85€ (+15€ de taxa ecológica para limpeza da praia de Akumal), por pessoa, e incluiu a visita ao cenote, com direito a almoço mexicano e a atividade de snorkel na praia de Akumal.

À descoberta de Chichen Itza e dos sacrifícios dos maias

No dia 10, sexta-feira, fomos conhecer Chichén Itzá, localizada na Península de Yucatan. Esta é uma das cidades mais importantes da América pré-hispânica e um dos locais arqueológicos mais visitados, atualmente, no México. Foi eleita em 1988 Património da Humanidade pela UNESCO e escolhida como uma das novas Sete Maravilhas do Mundo em 2007.

Chichen Itza recebe anualmente mais de 2.500.000 visitantes e é possível chegar até lá de carro, autocarro ou com diferentes excursões. Abre todos os dias de segunda a domingo das 8h00 às 17h00, a última entrada é às 16h00, e é possível comprar bilhetes no local. Alex guiou-nos novamente neste tour, ficámos felizes por saber que seria com ele que iríamos “mergulhar” novamente na história maia.

A principal ruína maia é o El Castillo, ou Templo de Kukulcán. É um exemplo claro do domínio que os maias tinham sobre a matemática, a acústica, a geometria e a astronomia. Cada uma das faces da pirâmide possui 91 degraus que, somados, formam o número total de dias do Haab, calendário utilizado pelos maias. “É um calendário em formato físico”, explicou Alex. Os seus quatro lados também estão alinhados aos pontos cardeais. Porém, existem outras ruínas igualmente importantes como El Caracol ou Observatório, o Templo dos Guerreiros – onde estão representados tanto homens como mulheres, o que demonstra que a mulher estava ao mesmo nível que os homens – e o Jogo de Bola, cujas disputas envolviam o sacrifício dos jogadores.

Alex explica que, segundo a cultura maia, os deuses criaram os humanos. O primeiro humano era feito de barro, o segundo de madeira e o terceiro com sangue dos deuses. Como forma de devolver o sangue aos deuses, e como recompensa, os maias faziam vários sacrifícios: arrancavam as unhas, perfuravam a pele para produzir sangue (com uma espinha de uma raia), chegavam até a arrancar o coração. Estes sacrifícios estão representados em muitas das ruínas de Chichén Itzá.

Algo que também se pode encontrar nesta antiga cidade maia são muitos vendedores ambulantes. Como é um local muito turístico, existem bancas com souvenirs espalhadas por toda a parte. Os vendedores vinham ter connosco e perguntavam-nos a nossa nacionalidade, tentando insistentemente vender os seus produtos.

Chukum-Ha, um cenote com 40 metros de profundidade

Localizado perto de Valladolid, este cenote era anteriormente utilizado apenas como um poço, mas está agora acessível aos visitantes. Apresenta três aberturas naturais no seu teto, permitindo que a luz do sol ilumine as suas águas turquesa, e tem inúmeras estalagmites e estalactites no seu interior.

Sem comprometer a sua beleza e estrutura, Chukum-Ha está equipado com três plataformas de mergulho construídas a alturas variáveis de 1 a 4,5 metros acima da água e existe, ainda, uma tirolesa no seu interior.

Cada um dos cenotes encontrados na Riviera Maya é singularmente diferente um do outro. Os que são encontrados mais próximos da costa tendem a ser rasos, com tetos baixos – como o cenote caracol, que visitámos anteriormente -, enquanto que os cenotes formados no interior, como Chukum-Ha, são normalmente encontrados sob cavernas altas abobadadas.

Chukum-Ha é um dos maiores cenotes da área e tem 40 metros de profundidade. O seu teto alto e perímetro vertical está decorado com espantosas formações rochosas. Além disso, o cenote tem um fluxo constante de água, tornando as suas águas cristalinas com uma bela cor turquesa. Esta água é doce e mais fria do que a água do mar, o que ajuda a refrescar do calor mexicano.

A Hacienda Chukum-Ha, onde está localizado o cenote, dispõe ainda de um restaurante ao ar livre, que serve cozinha local, e uma loja de lembranças. O almoço estava incluindo no tour. Provámos os típicos tacos de conchinita (carne de porco). Para prepararem este prato, os locais fazem um buraco nas pedras, aquecem-nas e a carne cozinha nesse calor, ganhando um sabor distinto. Alex refere que a comida mexicana é considerada Património Mundial da Humanidade, “não é só comida, é história, conhecimento e tradição”.

A excursão, que contempla a visita guiada a Chichén itzá e ao cenote Chukum-Ha – com almoço buffet – tem o valor de 99€ por pessoa.

Isla Mujeres e o Museu Subaquático de Arte

A Isla Mujeres é um pequeno pedaço de paraíso a apenas 13 quilómetros da costa de Cancun. Esta ilha é famosa pela sua areia branca e pela água quente, calma, cristalina e turquesa.

Para chegarmos a esta famosa ilha, tivemos de ir de carro até ao porto de Cancun, uma viagem que durou cerca de 1h30 desde a Riviera Maya. De seguida, embarcámos num catamarã de luxo, da empresa Cancun Adventures, com capacidade para 30 pessoas. Durante a viagem, existe bar aberto de bebidas, incluindo cocktails, e é servida uma refeição, que inclui ceviche caribenho, guacamole e totopos. A tripulação do barco era muito simpática e animou-nos com música e boa disposição durante todo o percurso.

A meio da viagem até à Isla Mujeres, o barco atracou no meio do oceano. Estávamos rodeados de água incrivelmente turquesa. A tripulação pergunta: “Quem quer fazer snorkel no meio do oceano?”. Na Riviera Maya existe a segunda maior barreira de coral do mundo e nós não íamos passar oito dias no México sem observá-la de perto. Decidimos aventurar-nos e foi uma das melhores decisões que tomámos. Depois de colocarmos a máscara de snorkel, vestirmos o colete salva-vidas e de calçarmos umas barbatanas, saltámos para dentro de água – que tinha cerca de cinco metros de profundidade. No meio da água turquesa, saltavam à vista os corais e os peixes de várias cores e tamanhos. Mais ao fundo, uma estátua de pedra dentro do mar começa a ganhar forma.

O MUSA (Museu Subaquático de Arte) é um museu submerso fundado em 2009, que conta com mais de 500 esculturas de artistas mexicanos. O museu foi fundado com o objetivo de demonstrar a interação entre a arte e o meio ambiente. O mais interessante é que os materiais utilizados nas esculturas são totalmente adaptáveis às condições ambientais marinhas, o que permite que corais cresçam na sua superfície.

Na zona em que fizemos snorkel observámos uma destas instalações, intitulada “Bênção”. Esta obra é composta por seis esculturas de mãos idênticas, dispostas em círculo. Cada uma das mãos levanta dois dedos, num estilo de bênção, semelhante às representações de João Baptista a abençoar Cristo nas pinturas renascentistas. As palmas de cada mão estão viradas para fora, como se a bênção fosse dirigida a quem quer que esteja fora do círculo. Há um par de buracos esculpidos em cada mão, que criam lugares para as criaturas marinhas se esconderem.

Enquanto o barco esteve atracado, houve ainda tempo para dar mergulhos e para uma sessão fotográfica que estava incluída na excursão. Chegados à Isla Mujeres, encontrámos a água mais turquesa que alguma vez tínhamos visto e paredes de casas decoradas com murais coloridos. A diversidade da ilha, desde os pescadores, artistas e músicos até aos mergulhadores e vendedores locais, constituem uma comunidade diferente de qualquer outra. Com a beleza das Caraíbas, a herança dos maias e o charme tranquilo do povo, a Isla Mujeres tornou-se no refúgio perfeito para pessoas de todo o mundo.

A zona em que os barcos atracam estava muito cheia, mas se andarmos um pouco mais para a frente existe uma zona de praia com menos gente e mais tranquila. Ao fim de três horas na ilha o catamarã voltou para nos vir buscar. Esta excursão é ideal para quem pretenda dar um passeio pela pequena cidade desta ilha mexicana, fazer snorkel com a vida selvagem marinha, ou simplesmente sentar-se no barco e desfrutar da viagem.

Este tour, pela Soltour, tem o valor de 130€ por pessoa e inclui o passeio de barco, snorkel, almoço no mar, sessão fotográfica (incluem fotos subaquáticas) e três horas na ilha.

* A jornalista viajou a convite da Soltour

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