Com 104 agências de viagens associadas atualmente no nosso país, o grupo de gestão DIT Portugal pretende chegar às 250 agências dentro de um ano, afirmou ao TNews o CEO da DIT Gestión, Jon Arriaga. Em declarações à margem da primeira convenção do grupo em Portugal, que decorreu este fim de semana, no hotel Alambique de Ouro, no Fundão, Arriaga disse não ter dúvidas que a DIT Portugal vai ser líder em Portugal. “Tenho isso muito claro. Vai ser líder por uma razão muito simples, a DIT Portugal, assim como a DIT Gestión, em Espanha, é um outro conceito de grupo de gestão”.
Esta primeira convenção do grupo em Portugal contou com a presença das agências portuguesas associadas e de mais de 60 empresas fornecedoras.
“A resposta das agências foi muito boa, assim como a participação na convenção. Era muito complicado montar esta convenção, mas ter, de repente, 60 empresas, é incrível, nenhum outro grupo, até muito superior a nós, consegue isto”, afirmou o CEO.
Jon Arriaga sublinhou a evolução do grupo em Portugal desde outubro do ano passado, altura em que a DIT Portugal decidiu “fazer uma mudança”. “A partir daí, a evolução tem sido muito importante e vai continuar. Sou uma pessoa muito ambiciosa nesse aspeto. Posso quase assegurar que dentro de um ano estaremos com 250 agências”.

Para ilustrar esta ambição, Arriaga recordou que há um ano tinham apenas 48 agências e agora têm 104. Para o responsável da DIT Gestión, “os tempos mudaram e, neste momento, é muito importante oferecer às agências o que elas realmente estão a pedir e não só o clássico de uma comissão, é muito mais”. Questionado sobre no que se traduz essa mudança, Jon Arriaga responde: “Em muitos aspetos, primeiro ter uma linha clara. Até agora, a pequena agência de viagens independente era a irmã pobre do setor da distribuição. Em Portugal, mandavam a Agência Abreu, El Corte Inglés, Barceló que comprou a Halcón. O que nós dissemos é que são as pequenas que dominam o mercado. Como? Agrupando, gerando direcionamento de vendas, apostando na tecnologia. Estamos a fazer uma grande aposta em tecnologia e vamos apostar muito mais em tecnologia em português. Por fim, fornecemos serviços que até agora as agências não tinham, tais como assessoria jurídica, assessoria contabilística. Ou seja, é uma mudança que permite a uma agência de viagens pequena ter todos os serviços e apoio de um grupo grande”.
Além de ter crescido em número de agências de viagens, a equipa da DIT Portugal, liderada por Paulo Lages, também cresceu, passando de duas pessoas para cinco no espaço de um ano. No entanto, Jon Arriaga lembrou que a equipa em Portugal é apoiada pelo escritório em San Sebastián,onde estão 43 colaboradores e centralizados os departamentos de desenvolvimento. “Estamos a otimizar os recursos, não faria sentido duplicar os serviços nos dois países. No total, a trabalhar na DIT Portugal temos 43 pessoas.”
Para crescer em Portugal, Jon Arriaga apontou dois caminhos: através da integração de agências de outros grupos ou a criação de novas agências. “Para nós é importante as agências que vêm de outros grupos, porque estas agências já têm uma carteira de clientes, ajuda-nos a negociar com os fornecedores. Mas por outro lado, estamos a trabalhar para ter novas agências. Estamos, neste momento, a desenvolver um projeto de uma escola para profissionalizar o setor, para que pessoas fora do turismo possam montar uma agência. Estamos a prepara isso já em Espanha e queremos fazer o mesmo aqui em Portugal. O objetivo é ensinar a ser profissional de turismo. Em Espanha, vamos arrancar dia 1 de janeiro, e aqui estamos a trabalhar para arrancar, o mais tardar, em fevereiro.”
Segundo Arriaga este projeto é “mais um salto da DIT para se tornar num bloco para as agências de viagens que se complementa em todos os sentidos: formação inicial, formação contínua, tecnologia, apoios e acordos de contratação”.
“Na fase em que nos encontramos, e com a evolução do mercado, o agente de viagens tem de se adaptar à tecnologia, às redes sociais e a uma oferta diferenciada e competitiva com os grupos verticais, isso só se faz com formação”.
Já no ato oficial de abertura da convenção, o CEO da DIT Gestión deixou um elogio às agências de viagens portuguesas, afirmando que as refere, em muitas ocasiões, como um “exemplo de eficiência e profissionalismo, são realmente únicas”.
“Espero que saiam desta convenção com a esperança de uma nova DIT, que está a mudar muito e vai mudar mais”.

A cerimónia de abertura do evento contou com a presença do presidente da Câmara Municipal do Fundão, Paulo Fernandes, e do presidente do município vizinho, o Sabugal, Vítor Proença, assim como de Carla Basílio, em representação do Turismo de Centro.
O autarca da Câmara Municipal do Fundão afirmou a importância de receber a convenção e sublinhou as mais-valias turísticas da região. “Aqui no Fundão, cruzam-se redes interessantes, temos a sede das Aldeias do Xisto, temos também Aldeias Históricas, cuja a rede se prolonga por outros concelhos, incluindo o Sabugal,e redes ligadas ao Património Natural. Além disso, somos também um território de uma cultura gastronómica muito específica. As experiências temáticas associadas àquilo que é a nossa oferta são muito relevantes e estamos a trabalhá-las há muitos anos. Consideramos que esse é o caminho para criar mais valor”.
Por sua vez, o presidente do município do Sabugal, realçou da importância do turismo para o impulso económico das regiões, “tornando-as mais atrativas para a fixação de pessoas e para o investimento”. “Felizmente, os turistas procuram cada vez mais os territórios, os sítios, as paisagens, os patrimónios, as gentes e as suas tradições, fora dos circuitos massificados. No fundo, as pessoas cada vez mais procuram ir para onde todos não vão, mas onde possam ser, sentir e estar. A ruralidade é assim um produto turístico que deve continuar a afirmar-se e para o qual os agentes turísticos muito podem e devem contribuir, assim eles queiram sair do facilitismo que é promover o que toda a gente quer conhecer. É muito importante esta convenção nestes territórios do Interior”.
Carla Basílio afirmou que “o luxo do século XXI está nos territórios do Centro e no Interior”. “Falamos de luxo quando nos referimos a valores absolutos como o tempo, o silêncio e a segurança que escasseiam nas áreas metropolitanas. Valores que um turista de poder de compra médio alto procura nos nossos territórios e também porque temos produtos diferenciadores, ou seja, capacidade de atrair segmentos de público que as áreas metropolitanas já não têm, pela nossa genuinidade e qualidade de produtos oferecidos. A região Centro pode oferecer uma pluralidade de produtos endógenos quer seja no turismo religioso, cultural, ou associado ao bem-estar, ativo ou de natureza”, disse.
Por fim, o diretor da DIT Portugal, Paulo Lages, agradeceu aos parceiros, patrocinadores e agências “pela confiança que depositaram no nosso trabalho”, e lembrou a lema do grupo “juntos crescemos”.
A primeira convenção da DIT Portugal contou com mais de duas centenas de participantes. Teve início na sexta-feira, dia 14, e terminou este domingo, dia 16, com excursões à região. Ao longo destes três dias de evento realizaram-se várias apresentações de fornecedores presentes, além de uma mesa redonda, em que participaram o presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), Pedro Costa Ferreira, António Loureiro, ex-country manager da Travelport, Duarte Correia, diretor geral do grupo World2Meet em Portugal, e André Gabriel, da agência Tejus.






