Quase metade de 217 empresas globais conseguiu reduzir as emissões de carbono associadas às suas viagens de negócios em pelo menos 50% entre 2019 e 2022, indica um inquérito do Travel Smart Emissions Tracker. A análise apontou que, ao contrário das viagens de lazer, as viagens de negócios retornaram a um ritmo significativamente mais lento desde o início da pandemia.
Apesar da recuperação global, as viagens corporativas têm sido mais relutantes em regressar aos níveis pré-pandémicos de 2019, com muitas empresas a optarem por videoconferências ou deslocações por comboio em detrimento dos voos.
Empresas globais no setor de viagens de negócios alertam que esta tendência poderá afetar as relações corporativas, enquanto os ambientalistas argumentam que representa um passo crucial na minimização das emissões globais.
O grupo de defesa ambiental Transport and Environment afirmou que é necessário um decréscimo de 50% nas viagens de negócios em relação aos níveis pré-covid nesta década para limitar o aquecimento global a 1,5 graus Celsius.
Grandes empresas, como a empresa de tecnologia SAP, a empresa de contabilidade PwC e o grupo bancário Lloyd’s, conseguiram reduzir as suas emissões de viagens aéreas corporativas em mais de 75% em comparação com 2019, de acordo com a análise do Travel Smart Emissions Tracker.
“O caminho a seguir é a colaboração com mais reuniões online, mais viagens de comboio e menos de avião”, afirmou Denise Auclair, gestora da campanha Travel Smart, num comunicado.
No entanto, o estudo identificou 21 empresas que ultrapassaram os níveis de voos em comparação com 2019, com a L3Harris, Boston Scientific e Marriott International a aumentar as suas emissões de carbono em mais de 69% em relação a 2019.
As companhias aéreas expressam preocupações de que a diminuição das viagens de negócios possa prejudicar os seus negócios e o crescimento económico. No entanto, a robusta procura dos consumidores por voos no pós-pandemia tem amenizado esses receios.
Um inquérito conjunto da American Express Global Business Travel (Amex GBT) e da Harvard Business Review, divulgado em setembro, revelou que 84% das empresas acreditam que as viagens presenciais ainda trazem um “valor empresarial tangível”.
Antes da pandemia, as viagens de negócios representavam até metade das receitas de passageiros nas companhias aéreas dos Estados Unidos, estimou o grupo setorial Airlines for America, ajudando a vender lugares premium de margens elevadas e a preencher voos durante a semana.
Na Europa, algumas companhias aéreas, como a Air France, redefiniram as suas estratégias, enquanto outras tentam compensar a diminuição das viagens de negócios vendendo mais viagens premium a viajantes de lazer.






